terça-feira, 30 de abril de 2013
Oportunismo - Carlos Pinhão
O camaleão
tem a cor da ocasião.
Usa-se muito em política
é prática muito vista
– a situação pode mudar
ele não
é sempre situacionista
segunda-feira, 29 de abril de 2013
LEITURA - Teixeirinha Alves
Ler
tem sido para mim, desde a adolescência, algo tão vital quanto a alimentação.
Por meio dos livros, aprendo a olhar o mundo e as pessoas, e a refletir sobre
eles; amenizo minhas angústias e potencializo minhas alegrias; torno-me um
cidadão melhor, um profissional mais capacitado e comprometido e um ser humano
mais receptivo ao que se apresenta; abarco o mundo em meu íntimo, sem precisar
de aviões, trens ou navios; dialogo com mentes extraordinárias que existiram
milhares de anos antes; e transformo-me e volto a ser eu novamente, mas sempre
outro, mais cheio, mais rico, mais pleno.
No
entanto, nossa sociedade, hipócrita e mal-formada como é, discrimina os
leitores (imagine os viciados em leitura, como eu!). As campanhas públicas de
incentivo ao ato de ler são infrutíferas porque os jovens não se espelham (nem
querem!) em leitores, mas em jogadores de futebol cheios de penduricalhos nas
orelhas e no pescoço, em “artistas” abestalhados que fazem tudo para aparecer
nos degradantes programas de fofocas e nos cantores das abomináveis bandas de
forró eletrônico; todos inimigos figadais de qualquer coisa bem escrita.
Diria
até que gostar de ler não se ensina, embora eu deva muito desse gosto a alguns
professores “dependentes” de leitura que tive. Ver os livros como amigos fiéis
e inseparáveis é quase um presente dos céus (sem pieguice religiosa!); é algo
único, interior, quase inexplicável, meio inacessível, que enlaça poucos, salva
poucos.
O
mais trágico é que a grande maioria de nossos educadores detesta ler; porém,
com caras fingidas, fazem o discurso pronto da “importância dos livros em
nossas vidas”. São não-leitores tentando criar leitores. Nunca dará certo!
Jamais!
Assim,
descrendo do livro como salvação para a humanidade, já que a humanidade não o
valoriza, continuo abraçado a ele para não submergir, em meio a um mar de
ignorância, barulho e falta de sentido.
OBRIGADO PAI CELESTE - Adriano Bezerra
Obrigado Pai Celeste
Por ter aguado o chão
Por banhar nosso nordeste
Molhando a vegetação
Obrigado por deter
A vontade de beber
Por ter trucidado a fome
O sertanejo agradece
Por ouvir a sua prece
Louvado seja o Teu nome!
Por ter aguado o chão
Por banhar nosso nordeste
Molhando a vegetação
Obrigado por deter
A vontade de beber
Por ter trucidado a fome
O sertanejo agradece
Por ouvir a sua prece
Louvado seja o Teu nome!
domingo, 28 de abril de 2013
quinta-feira, 25 de abril de 2013
UM GATO ENTRE LIVROS - Marta Tavares
MYRON, Vicki. Dewey:
um gato entre livros. São Paulo: Globo, 2008.
Um
livro tão carinhoso como se pode pensar. Um gatinho aparece em uma biblioteca
de uma pequena cidade, numa manhã gelada. A bibliotecária Vicky Moran, salvou a
vida do gatinho e nomeou-o de Dewey Readmore Books. Ela nem imaginaria que
aquele gatinho se tornaria um dos habitantes mais populares e famosos da cidade
de Spencer, em Iowa. As pessoas que costumavam frequentar a biblioteca e
aquelas que nunca tinham ido lá, ficavam curiosas sobre o gato. Embora gostasse
de brincar, o que mais Dewey gostava era de pessoas, e muitos pareciam
encontrar conforto com sua presença. Ele sabia escolher o colo em que iria se
aninhar, e era o de uma pessoa que precisava de carinho. O gato virou símbolo
de amizade e amor. Viveu até os quase 20 anos de idade, e não foi esquecido,
tornando-se o mascote da cidade.
quarta-feira, 24 de abril de 2013
CHUVA NO SERTÃO - Mazinho Franco
Não tem coisa mais linda
Do que chuva no sertão
Os pássaros cantam felizes
Sapos chamam atenção
O lavrador planta na terra
E o verde espalha no chão
Rios correm abundantes
Com o liquido da salvação
DELÍRIO JUVENIL - Marcos B. Cavalcanti
Quero fazer algo
Nada profundo,
Talvez apenas
Salvar o mundo
Ou coisa semelhante.
Tirar da terra
A ignorância
A violência,
A ganância,
A maledicência,
A miséria.
E nessa tirania
Do egoísmo
Que me destrói,
Virar herói
Do Humanismo.
Criação louca
Da ideia pouca
Da juventude,
Cuja virtude
É querer transformar
O que existe
No que resiste.
Extraído de CANTOS E CONTOS DO TRAIRI (4ª antologia da ASPE), página 166.
UM GAROTO MUITO INTELIGENTE - Gilberto Cardoso dos Santos
Diz a Bíblia que Jesus, aos doze anos, impressionou os doutores com sua sabedoria. Esse garoto de 9 conseguiu fazer algo parecido. Seria alguém com vocação inata para a filosofia ou apenas o fruto de uma boa educação? Talvez as duas coisas e algo mais. O certo é que este admirável moleque ganhou a simpatia de muita gente.
Discordo quando afirmam que ele pensa como um adulto. Grande parte dos adultos que conheço parecem ainda raciocinar como crianças de nove anos. O conhecimento e aparente grau de compreensão desse garoto parece além do que muitos universitários conseguem após anos de estudo. Ouça-o e tire suas conclusões.
terça-feira, 23 de abril de 2013
A ESTRATÉGIA DE GATO MELADO - Gilberto Cardoso dos Santos
“Gato Melado”, por sua força
imagética, é um apelido que se destina a grudar
na memória dos que o ouvem. Apesar da grande popularidade, o conhecimento sobre
esse cidadão restringia-se a Santa Cruz e adjacências, até à memorável
Quinta-Feira Santa de 2008, quando a chuva caiu pesadamente causando grandes
estragos no Rio Grande do Norte. Uma
ponte ruiu entre São Bento e Santa Cruz, impossibilitando o vai-vem costumeiro
e obstaculizando o caminho de familiares que vinham doutros lugares loucos por
um feriadão. Ônibus e carros pequenos pararam ante o abismo dando origem a um
amontoado de bagagens e pessoas frustradas. A solução era retornar ou percorrer
um lamacento braço de rio rumo ao destino pretendido. Foi aí que chegou Gato
Melado com uma escada velha e uma ideia nova, disposto a lucrar com a desgraça
alheia.
Colocou a longa escada numa parte
abissal, facilitando grandemente a travessia. Um real era o valor exigido para
que se tivesse o acesso. Não foram poucos os que pagaram pelo serviço! Logo
chegou um helicóptero. Era a mais importante equipe de TV do estado que vinha
para fazer cobertura. Encantaram-se com o jeito bonachão do dono da escada e
com sua estratégia. Filmaram-no, e à noite o estado inteiro teve a oportunidade
de vê-lo e saber da história. Aproveitando bem seu minuto de glória, sorriu
para a câmera, encostou o polegar gordo em uma das têmporas e disse que aquilo
era um ato de inteligência.
Sem dúvida foi uma boa
estratégia, digna de figurar como ilustração em qualquer livro de autoajuda.
Ele fez o que faz todo empresário de sucesso. Vislumbrou uma oportunidade onde
todos, cegados pela adversidade, só viam
problemas. Foi desprezado por alguns, diga-se, mas o desprezo destes foi
compensado pelos trocados de outros e, de sobra, teve seu instante de glória.
A escada de Gato Melado, frágil
peça de madeira posta como ponte entre duas cidades, é uma viva ilustração do
como funciona o capitalismo. Mostra, também, a razão de ser de toda
criatividade humana, pois cada invento é uma ponte entre uma necessidade e uma
superação. À semelhança de Gato Melado, líderes religiosos de todos os
quadrantes deste mundo redondo, fornecem
escadas que conduzem a outras dimensões e lucram com isso. Trata-se, pois, de
uma estratégia antiga, essa de improvisar caminhos entre os homens e seus
objetivos.
À noitinha daquela quinta-feira
santa estava a caminhar e vi uma pequena multidão se aglomerando à porta de um
barzinho para vê-lo na TV.
A fama do conhecido moto taxista
não parou por aí, pois sua atuação acabou por render-lhe também essa crônica e a trazê-lo a este blog.
segunda-feira, 22 de abril de 2013
Secretaria Municipal de Cultura abre inscrições para Companhia de Dança do Teatro Candinha Bezerra-TCB
A Secretaria
Municipal de Cultura abriu as inscrições para a Companhia de Dança que será
implantada no Teatro Candinha Bezerra. Serão 02 duas turmas cada uma com 30
participantes. As oficinas de Dança do Teatro serão oferecidas gratuitamente
para que crianças e jovens possam se inserir no contexto cultural.
As
inscrições estão abertas a partir de hoje no Teatro sede da Secretaria de Cultura.
Os interessados devem se direcionar até o Candinha Bezerra portando os
documentos de CPF, RG e comprovante de Endereço. As duas turmas terão a
seguinte faixa etária: de 08 a 13 anos e
acima dos 14 anos. São 30 vagas para cada turma aberta, com 50% das vagas para
alunos de escolas públicas e os outros 50% de escolas particulares.
As aulas serão ministradas pelo professor Eriberto
da Silva todas as sextas-feiras e sábados, em dois turnos, no Teatro Candinha
Bezerra. Todos os estilos serão ministrados para os alunos, sem nenhum custo
Financeiro.
sábado, 20 de abril de 2013
Resenha de O CEMITÉRIO DE PRAGA - Nailson Costa
Esse texto aí não é 100% meu. Trouxe algumas passagens de outros resenhistas e fundi ao meu ponto de vista. - Naílson Costa
O romance O Cemitério de Praga é uma espécie de síntese da história do preconceito. É um tratado sobre o mecanismo do ódio. É uma porrada nos religiosos. O protagonista, Simonini, um anti-herói, cínico e maquiavélico desce o cacete em padres, jesuítas, comunistas e, principalmente, nos judeus. Livro histórico (90% de passagens históricas) lembra um dos episódios mais impressionantes da história: os protocolos de Sião, um texto forjado pela polícia secreta do Czar Nicolau II para justificar a perseguição aos judeus - no livro se dá de outra forma, razão do nome do livro. Esses escritos descreviam um suposto plano para a dominação mundial pelos israelitas e serviram de inspiração a Hitler para os campos de concentração. O Cemitério de Praga leva as mentiras históricas a novos patamares. Uma obra memorável de filosofia da história e a natureza da ficção, ao estilo Eco de ser, e que passeia pela história da unificação da Itália, a Comuna de Paris e o caso Dreyfus, além de personagens como Giusepe Garibaldi, Sigmund Freud e Alexandre Dumas, conflitos do século XIX e pela históra do antissemitismo. Eco, que em seus romances dificilmente fala de amor e sexo, cria um personagem, caso o leitor não seja habilidoso, capaz de ressuscitar clichês e preconceitos a respeito dos judeus. Livro de difícil leitura, dadas muitas digressões historicamente flashbackeanas. Vale a pena ler o livro? Sim, caso o leitor esteja buscando origens do preconceito e teorias da conspiração, beleza da ficção, falsificações e manipulação dos meios de comunicação na história e na cultura. Não, caso o leitor busque apenas o prazer de uma boa narrativa.
Veja-o em pdf aqui: O Cemitério de Praga - Umberto Eco
HOMENAGEM AO TRIO ARAPUÁ, POR ADRIANO BEZERRA
foto: Trio Arapuá na Santa Rita FM
(ADRIANO BEZERRA)
Todo forró pé de serra
É gostoso de dançá
É só acertar no passo
Um pra lá e outro pra cá
Por isso pra sua festa
Contrate, a hora é esta
O bom Trio Arapuá.
Quem quiser lhe contratar
Fale com Hélio Crisanto,
Com Diêgo ou Eduardo
É só acertar por quanto
Depois disso é só marcar
Que o Trio Arapuá
Vai tocar em qualquer canto.
quinta-feira, 18 de abril de 2013
TEM TUDO NÃO FALTA NADA, NA FEIRA DE SANTA CRUZ...
MOTE de Jarcone Vital
(Jarcone Vital)
-Peça de corda de agave,
Linguêta para "chucáio",
Todo tipo de "mangáio",
Tem boi,ovelha,tem ave,
Tem cadeado com chave,,,
Tem ovo de avestruz,
Lamparina que dá luz,
"Inté"alta madrugada,
Tem tudo não falta nada,
Na feira de santa cruz...
(Adriano Bezerra)
Tem tripa, perna e traseiro,
Tem bode, tem mocotó,
Tem preá e tem mocó,
Ovelha, porco e carneiro,
Fraldinha, lombo e traseiro,
Mugunzá, milho, cuscuz,
Casca de pau e mastruz
Tem carne verde e salgada,
Tem tudo não falta nada,
Na feira de santa cruz...
(Jarcone Vital)
-Tem cadeira e tamborete,
Tem mesa,armário e fogão,
Tem prumo,esquadro,formão,
Tem zíper,botão,colchete,
Anel,cordão,bracelete,
Tem retrato de Jesus,
Que todo povo conduz,
Na novena em caminhada,
Tem tudo não falta nada,
Na feira de santa cruz...
(Adriano Bezerra)
Tem relógio, tem pulseira,
Brinco, batom e corrente,
Tem escova, espelho e pente,
Pote de barro e chaleira,
Tem foice, trincha e peixeira,
Tem lanterna e quebra-luz,
Vestido, calça e capuz,
Tem queijo, leite e coalhada,
Tem tudo não falta nada,
Na feira de santa cruz...
terça-feira, 16 de abril de 2013
MALU PAES - Gilberto Cardoso dos Santos
Malu Paes, moça saudável
vive de modo feliz
uma vida sustentável
que com a razão condiz
sua saúde invejável
e vigor admirável
envergonha o especismo
e à dieta justifica
pois seu corpo testifica
a favor do veganismo
"Bonita até pra chorar"*
como nos diz a canção
ao deitar e levantar
mesmo chupando limão
bonita por evitar
a indústria alimentar
que vive da exploração
de animais inocentes
belos seres sencientes
postos em escravidão.
Gilberto Cardoso dos Santos
*Referência à musica QUASE COLORIDA (Jorge Ben Jorge) e ao vídeo Suco Verde Integral de Caqui
segunda-feira, 15 de abril de 2013
DROGUE-SE COM UMA DOSE DE SABEDORIA - Rayra Costa
Se algum dia , um louco pensamento te atingir de modo que te faça sentir o prolongado desejo de viver , viver assim intensamente cada momento presente , se teu estimulo é viver livremente .
Viva !
Mas viva aproveitando as drogas mais sadias, viva sobre abstinência de deleitar-se nas asas da imaginação , ou quem sabe , beber uma dose do mais profundo sentimento , viver sobre oficio da canção , receber lição , e rir de modo exagerado chorar quando for necessário , buscar a inspiração , e transforma-la em um instrumento de reflexão .
Escrito por : Rayra Costa .
sábado, 13 de abril de 2013
DE QUEM É A CULPA? - Marcelo Pinheiro
Há pouco tempo Justus tinha sido preso em flagrante delito.
Quando chegou à DRP foi ouvido e liberado, pois o “arrastão” que tinha
praticado numa escola pública da cidade fora sem violência ou grave ameaça aos
funcionários e alunos. Além disso, ele tinha “apenas” 17 anos, 11 meses e 28
dias de idade.
Uma turma de amigos que conversa em frente da delegacia ficou
indignado quando Justus foi solto:
- Isso é um absurdo! - disse Zé. A puliça prende e sota na merma
hora. Era mió nem prender.
- Diga isso não, rapaz – reprovou seu amigo João. Ele é “de
menor” e a polícia não pode mantê-lo preso. A culpa é do juiz que não manda
prender.
- O juiz também não pode fazer o que tem vontade, João. Ele
tem que cumprir a lei. Se a lei diz que menor não comete crime, o que o juiz
pode fazer? – interveio Antônio.
- Por isso eu acho que a lei deveria mudar – retomou João.
Maior de 16 anos já era para ir pro xadrez.
- E onde iam meter tanta gente, homem? – retrucou Antônio. As
penitenciárias não cabem mais nem quem é “de maior”, imagina essa molecada toda.
- Ué, era só construir mais presídios – concluiu João.
- Penso que seria melhor construir mais escolas, moradias
dignas, postos de saúde, áreas de lazer etc. – sugeriu Antônio.
- Purisso Sô a favô da pena de morte – arrematou Zé. Assim um
infeliz como esse Justu não daria mais trabalho. Pelo meno alguém sabe de quem
essa peste é fie?
- Ele é filho de “Pingunço”, aquele bêbado que vive caído à
porta do mercado público – informou Antônio. Sua mãe mora no “Morro do
Escorpião” e vive com o perigoso “Chico Mau”. Aquele mesmo que furtou um saco
de biscoito porque estava desempregado e pegou quatro anos de reclusão. Depois
que saiu da cadeia virou bandido. Dizem que agora também bebe muito e quando
bebe espanca a mulher (mãe de Justus). Justus já prometeu que quando faltar um
dia para ficar “de maior” enfia-lhe uma bala no meio da testa.
- Então é hoje. Ele fica “de maior” hoje – informou Zé. Vamo
ficar aqui que ele vota já.
- Meu Deus, para que Justus foi nascer? – se perguntou
Antônio, saindo de fininho.
UMA SECA NORDESTINA - Hélio Crisanto e Marciano Medeiros
HC
As estiagens constantes
Se repetem a cada ano
Sai Fernando, entra lula
E nada de se ver um plano
E agora chega essa Dilma
Passa no nordeste e filma
E persiste o desengano
MM
O nordeste é veterano
E vítima de enrolação,
Desde quando foi criada,
Essa gigante nação,
Que o povo sofre bastante,
A mentira apavorante,
De quem busca aprovação.
HC
Em meio a desolação
O pobre sente fadiga
Na alma só tem tristeza
No bucho só tem lombriga
Se continuar assim
Vamos decretar o fim
De um povo que mendiga
MM
O nosso povo mendiga
Sofrendo toda manhã,
Procurando um dia achar,
A terra de Canaã,
Igual Moisés no deserto,
Seguindo roteiro incerto,
Suporta uma fase vã.
HC
Com sopa de mucunã
O pobre ameniza a fome
No pote la da cozinha
Já não tem água que tome
Vive esquecido e carente
Como alguém que não é gente
Sem vida e sem sobrenome
MM
O potiguar se consome
Nesta jornada voraz,
Olhando as garras da seca
Que de maneira sagaz,
Vem pegar o sertanejo,
Trazendo um terrível beijo,
Deixando tristes sinais.
HC
A roupa dos matagais
A língua do sol queimou
Cardeiro pendeu as costas
A malva, a seca matou
De verde so o aveloz
Nessa estiada feroz
Até a urtiga secou
A ARTE DE TRANSFORMAR LÁGRIMAS EM SANGUE
O que não podemos fazer com o corpo,
O lugar onde não podemos ir,
A emoção que não conseguimos vomitar.
O amor que não se pode viver,
O ódio que devemos matar,
O som que não podemos produzir com a garganta, O cheiro que não conseguimos sentir.
As fotos que ficaram no vento guardadas apenas pelo coração.
A presença de alguém muito querido que já se foi, simplesmente como um peixe fora
d´água,
Como pássaro sem asas, como a flor que não se abriu, como a mente confusa de um louco,
Como o pensamento invisível que nem os anjos podem ver, aquele pedacinho do céu ou do inferno,
Como a fome da África e os Oasis do deserto
A verdadeira arte de transformar lagrimas em sangue se chama poesia.
Poesia é o raio-x do mais profundo do nosso interior.
A conexão entre a paz e a guerra, do fogo e a água, entre a confusão e o pleno equilíbrio.
Não sei se dessa arte eu aprendi, só sei que não é possível domina-la, muito menos destruí-la,
Eternizando estados de espírito e transformando lágrimas em sangue.
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