quinta-feira, 18 de abril de 2013

TEM TUDO NÃO FALTA NADA, NA FEIRA DE SANTA CRUZ...


MOTE de Jarcone Vital





(Jarcone Vital)

-Peça de corda de agave,
Linguêta para "chucáio",
Todo tipo de "mangáio",
Tem boi,ovelha,tem ave,
Tem cadeado com chave,,,
Tem ovo de avestruz,
Lamparina que dá luz,
"Inté"alta madrugada,
Tem tudo não falta nada,
Na feira de santa cruz...


(Adriano Bezerra)

Tem tripa, perna e traseiro,
Tem bode, tem mocotó,
Tem preá e tem mocó,
Ovelha, porco e carneiro,
Fraldinha, lombo e traseiro,
Mugunzá, milho, cuscuz,
Casca de pau e mastruz
Tem carne verde e salgada,
Tem tudo não falta nada,
Na feira de santa cruz...

(Jarcone Vital)

-Tem cadeira e tamborete,
Tem mesa,armário e fogão,
Tem prumo,esquadro,formão,
Tem zíper,botão,colchete,
Anel,cordão,bracelete,
Tem retrato de Jesus,
Que todo povo conduz,
Na novena em caminhada,
Tem tudo não falta nada,
Na feira de santa cruz... 



(Adriano Bezerra)

Tem relógio, tem pulseira,
Brinco, batom e corrente,
Tem escova, espelho e pente,
Pote de barro e chaleira,
Tem foice, trincha e peixeira,
Tem lanterna e quebra-luz,
Vestido, calça e capuz,
Tem queijo, leite e coalhada,
Tem tudo não falta nada,
Na feira de santa cruz...




8 comentários:

  1. Tem bolo e caldo de cana
    Menino pegando frete
    Tem feijão em canivete
    Tem solda, ponche e banana
    Tem pedido de cigana
    Tem resto pros gabirus
    Tem ladrão de alcaçuz
    Corda no chão estirada
    Tem tudo e não falta nada
    Na feira de santa cruz

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  2. Na feira agora também tem
    Vagabundo, drogado e ladrão,
    Assaltante fazendo arrastão
    Pobre sem um vintém
    Gado magro ainda tem
    A seca não levou tudo
    Se carne faltar, tem miúdo
    E apesar da seca malvada
    Tem tudo não falta nada
    Na feira de Santa Cruz

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  3. Mote de Jarcone Vital - Tem tudo não falta nada, Na feira de Santa Cruz.

    Tem vaca, boi e carneiro,
    Tem cavalo, ruim ou bom,
    Tem Locutor em carro de som,
    Tem vela, tem candeeiro,
    Gente lisa e com dinheiro
    Tem peru, pato e avestruz,
    Muita joia que reluz,
    Tem novilha mascarada,
    Tem tudo não falta nada,
    Na feira de Santa Cruz.

    Aristóteles Pessoa
    Cuité,PB. 18 de abril de 2013

    Não sou poeta, apenas para expor em comentários e homenagear a minha querida cidade de Santa Cruz,RN.

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    1. Muito bom mesmo, altas risadas e é porque não é poeta e se fosse...

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  4. Aristóteles Santos Pessoa Furtado19 de abril de 2013 às 17:38

    Tem burro, mula e cavalo,
    Tem mulher bonita e feia,
    Mel, fubá de milho e aveia,
    Rinha de canário e galo,
    Tem urupema, peneira e ralo,
    Égua da raça andaluz,
    Preguiçoso e quem produz,
    Tem biscoito da fornada,
    Tem tudo não falta nada,
    Na feira de Santa Cruz.

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  5. Já vi pedra de corisco
    Raiz de urtiga branca
    Ferro que faz alavanca
    Mulher vendendo petisco
    Tem banca que vende disco
    Tem outra que reproduz
    Tem meninos seminus
    Tem protetor de tomada
    Tem tudo e não falta nada
    Na feira de Santa Cruz

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  6. “TEM TUDO E NÃO FALTA NADA...”

    I
    O que eu sei que tem por lá:
    lamparina, candeeiro,
    padiola, fogareiro,
    fojo pra pegar preá,
    cabresto pra marruá,
    chá de boldo e de mastruz,
    tapioca, mel, cuscuz,
    martelo, plaina e enxada...
    “Tem tudo e não falta nada
    na feira de Santa Cruz”.
    II
    Cambitos para cangalha,
    chocalhos pra pôr em rês,
    roçadeira, soco-inglês,
    chapéu-de-couro e de-palha,
    pente-fino, pó, navalha;
    espingarda e arcabuz,
    rede exposta num capuz,
    lambedor e limonada...
    “Tem tudo e não falta nada
    na feira de Santa Cruz”.
    III
    Barracas amontoadas,
    dispostas num chão bem quente
    e gente roçando em gente
    nos espaços das calçadas.
    Carroças estacionadas
    num terreno, onde urubus
    se misturam aos anus
    e catam xepa sobrada...
    “Tem tudo e não falta nada
    na feira de Santa Cruz”.
    IV
    Tem balança Filizola,
    saco de estopa e surrão.
    Tem tamborete, pilão,
    alguidar e caçarola,
    brida, sela e rabichola,
    arcas, malas e baús,
    e até araras-azuis
    sem o IBAMA na parada...
    “Tem tudo e não falta nada
    na feira de Santa Cruz”.
    V
    Tem funda, tem baladeira,
    bobe, colcha de retalho,
    fumo de rolo e baralho,
    arado e capinadeira,
    babador, aparadeira,
    abajur ou quebra-luz,
    e uma penca de nambus
    num arame pendurada...
    “Tem tudo e não falta nada
    na feira de Santa Cruz”.
    VI
    Tem sacas cheias no chão
    (com bocas arregaçadas)
    e todas abarrotadas
    com fava, milho, feijão,
    farinha, café em grão,
    tabuleiros com cajus,
    com tomates e chuchus
    e, num pote, água coada...
    “Tem tudo e não falta nada
    na feira de Santa Cruz”.

    VII
    Rosendo, passe na feira,
    na barraca de seu Bimbo,
    que você compra um cachimbo
    já com fumo de primeira;
    você ganha uma piteira
    e uma caixa de “queluz”
    (risque o fósforo, dê luz)
    pra acender a cachimbada...
    “Tem tudo e não falta nada
    na feira de Santa Cruz”.
    VIII
    Nem as feiras do Alecrim,
    São Cristóvão ou de Açu
    nem a de Caruaru
    têm tanta coisa assim.
    O que já citei, enfim,
    nestes versos, reproduz
    o que ainda me conduz
    a dizer: – meu camarada...
    “Tem tudo e não falta nada
    na feira de Santa Cruz”.

    Estrofes: Tarcísio Fernandes, Pau-ferrense
    Mote: Jarcone Vital (enviado por Hélio Crisanto)

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  7. Grande abraço, poetas do blog (em especial ao poeta amigo Hélio Crisanto, a quem tive o prazer de conhecer pessoalmente).

    Sinto-me honrado em participar deste blog

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