sábado, 13 de abril de 2013

UMA SECA NORDESTINA - Hélio Crisanto e Marciano Medeiros

 
HC
As estiagens constantes
Se repetem a cada ano
Sai Fernando, entra lula
E nada de se ver um plano
E agora chega essa Dilma
Passa no nordeste e filma
E persiste o desengano
MM
O nordeste é veterano
E vítima de enrolação,
Desde quando foi criada,
Essa gigante nação,
Que o povo sofre bastante,
A mentira apavorante,
De quem busca aprovação.

HC
Em meio a desolação
O pobre sente fadiga
Na alma só tem tristeza
No bucho só tem lombriga
Se continuar assim
Vamos decretar o fim
De um povo que mendiga

MM
O nosso povo mendiga
Sofrendo toda manhã,
Procurando um dia achar,
A terra de Canaã,
Igual Moisés no deserto,
Seguindo roteiro incerto,
Suporta uma fase vã.

HC
Com sopa de mucunã
O pobre ameniza a fome
No pote la da cozinha
Já não tem água que tome
Vive esquecido e carente
Como alguém que não é gente
Sem vida e sem sobrenome


MM
O potiguar se consome
Nesta jornada voraz,
Olhando as garras da seca
Que de maneira sagaz,
Vem pegar o sertanejo,
Trazendo um terrível beijo,
Deixando tristes sinais.

HC
A roupa dos matagais
A língua do sol queimou
Cardeiro pendeu as costas
A malva, a seca matou
De verde so o aveloz
Nessa estiada feroz
Até a urtiga secou

2 comentários:

  1. UMA SECA NORDESTINA – BLOG APOESC (SANTA CRUZ,RN) POETAS: Hélio Crisanto e Marciano Medeiros.

    Comentando os versos (Uma Seca Nordestina)– Aristóteles Pessoa

    A fonte d’água secou
    Não a bicho que aquente
    A pastagem acabou
    Nesta terra resistente
    Mas tem fé o nordestino
    De mudar o seu destino
    No ano que segue em frente.

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  2. A fonte d’água secou
    Não a bicho que aguente
    A pastagem acabou
    Nesta terra resistente
    Mas tem fé o nordestino
    De mudar o seu destino
    No ano que segue em frente.

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