Ler
tem sido para mim, desde a adolescência, algo tão vital quanto a alimentação.
Por meio dos livros, aprendo a olhar o mundo e as pessoas, e a refletir sobre
eles; amenizo minhas angústias e potencializo minhas alegrias; torno-me um
cidadão melhor, um profissional mais capacitado e comprometido e um ser humano
mais receptivo ao que se apresenta; abarco o mundo em meu íntimo, sem precisar
de aviões, trens ou navios; dialogo com mentes extraordinárias que existiram
milhares de anos antes; e transformo-me e volto a ser eu novamente, mas sempre
outro, mais cheio, mais rico, mais pleno.
No
entanto, nossa sociedade, hipócrita e mal-formada como é, discrimina os
leitores (imagine os viciados em leitura, como eu!). As campanhas públicas de
incentivo ao ato de ler são infrutíferas porque os jovens não se espelham (nem
querem!) em leitores, mas em jogadores de futebol cheios de penduricalhos nas
orelhas e no pescoço, em “artistas” abestalhados que fazem tudo para aparecer
nos degradantes programas de fofocas e nos cantores das abomináveis bandas de
forró eletrônico; todos inimigos figadais de qualquer coisa bem escrita.
Diria
até que gostar de ler não se ensina, embora eu deva muito desse gosto a alguns
professores “dependentes” de leitura que tive. Ver os livros como amigos fiéis
e inseparáveis é quase um presente dos céus (sem pieguice religiosa!); é algo
único, interior, quase inexplicável, meio inacessível, que enlaça poucos, salva
poucos.
O
mais trágico é que a grande maioria de nossos educadores detesta ler; porém,
com caras fingidas, fazem o discurso pronto da “importância dos livros em
nossas vidas”. São não-leitores tentando criar leitores. Nunca dará certo!
Jamais!
Assim,
descrendo do livro como salvação para a humanidade, já que a humanidade não o
valoriza, continuo abraçado a ele para não submergir, em meio a um mar de
ignorância, barulho e falta de sentido.
Caríssimo Teixeirinha:
ResponderExcluirquando sugeri-lhe que escrevesse um texto falando sobre a importância da leitura imaginei que fosse sair algo muito bom. Mas o muito bom esperado ficou bem aquém da excelência do que escreveu.