Foto: Marcos Cavalcanti, Gilberto Cardoso
Caro Marcos:
Vaselinarei cada resposta ao “Com Que Deus Não se Brinca?” na esperança de que estas penetrem com mais suavidade
em seu entendimento. Polêmico é o tema do qual tratamos, sujeito a inúmeras
interpretações. Sobre o pão duro da matéria buscarei ser como maionese, visando
garantir nossa permanência na mesa dos que degustam nossas palavras - dignos de
todo o respeito - e trazer melhor sabor a esta saudável porém insípida discussão. Buscarei
proceder com aquela mesma atitude respeitosa por você manifestada no
sepultamento de Monsenhor Raimundo ao discursar positivamente sobre o ilustre
finado umedecendo com lágrimas sinceras o papel em que escrevera seu discurso. Sabedores de suas (des)crenças, todos nos comovemos com a demonstração
de respeito e tolerância manifestados na ocasião e passamos a admirá-lo mais
ainda. Monsenhor Raimundo, a quem você se dirigiu depois de morto como se este pudesse ouvi-lo (dando margem a quem não o conhecesse de
pensar tratar-se de uma oração), manifestou, em igual medida, tolerância para
com os ateus quando admitiu a possibilidade de que alguém viesse a salvar-se
mesmo sendo descrente; para ele importava mais a conduta que a profissão de fé.
Em "Com Deus não se brinca" quis me referir à concepção cristã do ser supremo. Quando falamos em Deus,
geralmente nos referimos ao Deus que pertence à cultura da qual tratamos
ou na qual vivemos. Se porventura eu escrevesse em Cabul para um blog afegão
sobre palavras ditas por um sheik pouco antes de um naufrágio ocorrido no mar
arábico envolvendo pessoas provenientes da Indonésia, meus leitores muçulmanos,
ao lerem a palavra “deus” entenderiam estar me referindo a Alá. O Titanic, na
noite de seu naufrágio, conduzia uma tripulação dominantemente cristã. Inclusive,
teriam cantado o hino "Nearer, my God, to Thee" (hino cristão
protestante), por ocasião do desastre.
O deus a quem faço referência é o Deus da Bíblia. No
Novo Testamento, Deus é sinônimo de tudo que é bom. Lemos:
”Aquele que não
ama não conhece a Deus; porque Deus é amor.” (1
João 4:8).
Muitos estranham a
metamorfose que captam na imagem de Deus a partir de Jesus. Alguém disse: “No
Velho Testamento temos um Deus que mata; no Novo Testamento vemos um Deus que
morre.”
Apesar dos morticínios,
mesmo no VT Deus é apresentado como tendo as características de um ser justo,
amoroso, imparcial e profundamente preocupado com a felicidade humana. Um
profeta escreveu:
“Há muito que o SENHOR me apareceu, dizendo: Porquanto com
amor eterno te amei, por isso com benignidade te atraí.”(Jeremias 31:3)
Creio que esta imagem seja
crucial para um deus ou para qualquer ser que governe. Até líderes e ditadores
famosos que eu e você abominamos sentem a necessidade de manter um conceito
próprio contrastante com seus atos. O bom-senso nos diz que um deus perfeito,
desejável ou líder ideal, deva ter tais características. Os escritores da
Bíblia, mesmo relatando coisas chocantes ao nosso entendimento como matança de
crianças (Números 31:17), insistiam na imagem de um Ser bondoso, justo e
misericordioso.
O problema é que as ideias
de justiça, misericórdia e amor, na prática, são fortemente influenciadas pela formação,
características psicológicas de cada um e pela cultura em que se está inserido.
Manter escravos, matar e praticar o olho por olho eram perfeitamente
compatíveis com a crença em Deus no tempo de Davi. Hoje, isso receberia a
condenação de qualquer cristão.
Quando comunistas ateus e
inquisidores medievais praticaram suas atrocidades, sentiam-se em perfeita
consonância com os ideais de justiça, imparcialidade e amor à espécie humana
apregoados pelas ideologias que abraçaram.
Um grande pregador
cristão, Dwight Moody, aconselhava que seus fieis lessem a Bíblia como quem
come peixe, com todo cuidado para não se engasgar. Eu acho que o pregador
estava certo em sua observação: quem quiser manter a fé tem que proceder assim.
Tal como Pedro não deveria atentar para os vendavais da incredulidade (Mat
14:30) sob pena de afogamento espiritual, os que se debruçarem sobre a Bíblia
com olhar de urubu jamais “subirão como as águias” (Isaías 40:31) É desse modo que o mundo cristão tem procedido.
Buscam aquelas partes que salientam
aspectos positivos sobre o ser supremo, os versículos que estimulam a fé e a
devoção.
A ideia de um deus com
quem não se deve brincar vem de versículos como os de 2 REIS 2:23-24:
“Deus é
amor, mas também é fogo consumidor”, dizem religiosos, cientes dos muitos
relatos em que expressões de blasfêmia resultaram em tragédias. O que tentei
foi, a partir dos próprios argumentos fornecidos pela Bíblia e pelos que usam a ilustração do Titanic, chamar a atenção para possibilidade de se pensar diferente.
Finalizo dizendo: perdoem-me
os zelosos da fé que se viram censurados em seus comentários ofensivos à pessoa
de Marcos. Apesar das diferenças radicais, ele e Monsenhor Raimundo foram bons
amigos até o fim. Não tentem tomar as dores de Deus. Permitam Aquele que ao ser esbofeteado e cuspido não revidou, trate com ele como tratou com Tomé. Deixem que Ele mesmo resolva à sua maneira, extraindo água da rocha ou enviando
raios.
Meditem nestas belíssimas palavras de Padre
Zezinho:
“Eu sei que da verdade não sou dono
Eu sei que não sei tudo sobre Deus
Às vezes quem duvida e faz perguntas
É muito mais honesto do que eu.”
DEBATER ESSE ASSUNTO É COMO MERGULHAR NUM ABISMO INACESSIVEL POIS NINGUEM SABE DE NADA
ResponderExcluirRECADO DE UM RÁDIO OUVINTE
DEUS NA ÁGORA, E AGORA JOSÉ?
ResponderExcluirGilberto, a primeira palavra que devo deixar aqui, é a de agradecimento pelas respostas dadas às minhas indagações, porque elas assumiram o mesmo tom, um tom que os “zelosos da fé” jamais compreenderão, daí porque nos comentários deles, que você em seu bom senso e por conta própria resolveu não publicar, pelo que ficou subentendido, tentaram destratar-me. Compreendo-os perfeitamente, meu caro Gilberto, e de há muito tempo. Eles, bem se distinguem de um Monsenhor Raimundo Gomes Barbosa.
Você, que me conhece bem de perto, dá o tom adequado a uma discussão deste nível, não deixando dúvida quanto ao deus a que se referes no texto, porque tal exemplificação de admoestação, é patente, não se restringe ao mundo cristão. Ora, judeus e muçulmanos certamente recorrem à suposta frase para também incutir medo nos seus respectivos fiéis. Se falei em tom adequado de suas respostas, digo também que o sabor, longe de ser insípido, adoça a mente dos livres pensadores, pelo menos é assim que sinto quando tenho um interlocutor à sua altura ou de outros amigos que tão bem escrevem neste blog cultural. Quantas boas conversas já não tivemos, circunscritas que sempre foram aos campos da teologia e da ontologia? Foram inúmeras e continuarão acontecendo, e porque, para lembrar o texto de Teixeirinha, não temos medo de emitir nossas honestas opiniões, somos por vezes hostilizados pelos que ainda não se debruçaram sobre os textos de Voltaire, para quem a tolerância no discutir opiniões, era um imperativo categórico. Estamos a salvo destes indivíduos Gilberto, e felizmente, a discussão destes temas, pode até causar a antipatia dos bitolados e dogmáticos, mas já não levam ninguém às fogueiras assassinas da Idade Média, cujas labaredas foram acesas pela “Santa Igreja Católica Apostólica Romana”. Cunhei certa feita uma expressão para distinguir o Filósofo do religioso, no que concerne à busca da verdade, em que digo: O filósofo é um fã da verdade, o religioso, é fanático. O primeiro a busca sempre, o segundo, pensa que já a encontrou.
Quando discutimos a noção de “deus” do ponto de vista ontológico, teológico pelo viés antropológico, uma gama de fatores são levados em consideração, sobretudo uma visão ampliada de todas as religiões ou seitas que se valem deste conceito “deus”. Não nos limitamos apenas a esta ou aquela religião especificamente, inclusive nos servimos do conhecimento científico e filosófico para corroborar com nossas particularíssimas convicções. Foi com este propósito que lhe fiz indagações, sobretudo para entender se na atualidade você dispõe de uma convicção definitiva (como a que os livros canônicos apresentam) ou transitórios, porque em processo de formação, uma vez que me parece, e pode ser que esteja equivocado, que depois que você deixou de ser adventista, não se filiou a esta ou aquela corrente religiosa. Toda a minha curiosidade, honesta curiosidade, reside apenas em compreender melhor este novo momento Gilbertiano, no que tange às questões fundamentais. E por isso digo: Bravo Gilberto, porque as suas respostas e textos como os que você escreveu (com deus não se brinca e o deus com quem não se brinca, nos apontam um caminho para uma compreensão. O blog, na minha concepção, deve ser como uma ágora grega, mas nem sempre os que a frequentam entendem o caráter democrático que ela representa no que tange à discussão das ideias, daí porque tantos anônimos tão cheios de opiniões.
Nós dois ainda vamos tratar muito deste tema, porque ele nos instiga, e trataremos na esfera pública ou na do bem particular do diálogo de que privamos. E por fim, convido todos os leitores, sem exceção, a uma nova leitura do AT. Finda esta, teria o prazer de reunir em minha casa quantos quisessem participar de uma boa e respeitosa discussão, sem produtos químicos deslizantes, acerca da natureza do “deus” que lá no AT, tão intensamente se manifesta em prol de seu povo eleito.
PS: GIL, poste por gentileza, também no corredor principal.
Marcos Cavalcanti, do mesmo jeito que você pede a nós religiosos para ler novamente o Antigo Testamento (como se só vc tivesse compreendido ele) antes de se reunir com vc para o debate, sugeriria que vc voltasse a ler Voltaire antes de voltar a falar de tolerância. Apesar de conhecer suas ideias do meio da rua quando vc ta falando alto, acho vc meio intolerante, numa boa. é meu ponto de vista que vc deve tolerá tbm.
ResponderExcluirANTÔNIO LUIZ.
"O filósofo é um fã da verdade, o religioso, é fanático. O primeiro a busca sempre, o segundo, pensa que já a encontrou."
ResponderExcluirEsta afirmação, caro Marcos C., é incompatível com o ateísmo. Quando o ateu afirma que DEUS NÃO EXISTE, ele diz já conhecer a verdade. Se ele já conhece a verdade não vive a buscá-la, pois não se pode buscar aquilo que já foi encontrado. Se esta afirmação fosse válida o ateu não poderia ser um filósofo, nem um filósofo ateu. A filosofia trabalha com perguntas, não com respostas. Em minhas leituras sobre metafísica já vi o questionamento: Deus existe? Nunca, porém, alguém encontrará em filosofia a afirmação: Deus não existe!
Alberto, filósofo/UFRN.
vcs ficam bem melhor como dois pastores da poesia ai sim rss
ResponderExcluirAlberto tem toda razão...
ResponderExcluirMárcia
Então se Marcos é ateu,ele não é filósofo. hahahaha
ResponderExcluirMárcia
Caro Alberto, estimo seus argumentos porque permitem desdobrar um pouco mais a questão. Veja: em absoluto a negação da existência de deus (que caracteriza inequivocamente a condição de ateu) implica em incompatibilidade com o frase que cunhei, ora, para o filósofo (seja ele ateu, deísta ou agnóstico), a verdade não é "necessariamente" deus. A verdade é também um conceito abstrato e filósófico que se aplica ao que de fato sabemos sobre o "real", ou sobre o ser em si mesmo. Se afirmo categoricamente que deus não existe, isso é uma "verdade" para mim, e caracteriza o meu ateísmo, notadamente, mas não diz tudo sobre a verdade, ou mais precisamente, sobre "as verdades" contingentes, de modo que o filósofo, mesmo convicto de uma verdade "metafísica" continuará na busca de outras verdades, e exemplifico: se com a descoberta do tal do boson de Higgs,tão festejada ultimamente, a ciência desse uma prova inequívoca de que esta é a menor substância que da origem a todas as outras substâncias, o problema da verdade, na acepção filosófica, ainda não estaria solucionado. Há quem pense que a Verdade, com V maísculo, não existe ou que é simplesmente icognocível ao homem, e essas seriam apenas mais duas correntes de pensamento. Diferentemente do pensamento religioso, cujas "verdades": criação do universo, intervenção divina na natureza, natureza do homem e das coisas, finalidade última, estariam atreladas ou seriam decorrentes da verdade que chamam "deus" em cada uma das religiões que atribuem significado a esta palavra.
ResponderExcluirBom, meu caro Alberto, dito isto, devo dizer ainda que teria imenso prazer em conhecê-lo, sobretudo pela credencial que você se auto-apresenta. Estou a disposição e o meu telefone de contato é o 9988-7544. A propósito senhor anônimo, nas poesias, estes temas também são recorrentes.
EITA TEMA COMPLEXO...NÃO ME ATREVO A DISCUTIR SOBRE DEUS.PORÉM,RESPEITO OS DEMAIS. RSRS
ResponderExcluirPAULO
MARCOS É ATEU? POXA,NÃO SABIA.
ResponderExcluirTEREZINHA SABE DISSO?
MARIA
"O filósofo é um fã da verdade, o religioso, é fanático. O primeiro a busca sempre, o segundo, pensa que já a encontrou."
ResponderExcluirFalta, com todo respeito, aos argumentos do colega os fundamentos básicos da metodologia de construção do pensamento filosófico. Não estou discutido a existência de Deus, mas a validade dos pensamentos/argumentos usados. No TEXTO DISCUTIDO não se estar a falar sobre a (V)erdade ou verdades contigentes, mas de uma verdade particular relacionada à existência ou não de um Deus. Ao mesmo tempo em que você afirma já ter encontrado a verdade particular sobre Deus quando diz “DEUS NÃO EXISTE!”, quer ser filósofo dizendo que vive a buscar a verdade(particular e geral). Você vive a buscar ou já encontrou a verdade particular sobre Deus? Percebe a incongruência?
Tentar relativizar a inconsistência dos argumentos com dialética rebuscada, mas incongruente, não ajuda muito em filosofia. Portanto, mais uma vez com todo respeito, sugeriria objetividade e simplicidade nos argumentos para que todos possam acompanhar o debate.
Obrigado pela gentileza de fornecer seu telefone, mas prefiro o debate aberto. rsrs
Sim, apenas a título de informação, Bóson de Higgs não é uma substância, como você apresentou, mas uma partícula elementar originada da colisão de dois prótons. Substância é a matéria formada por átomos e/ou elementos químicos. A substância pode ser inorgânica (água, sais minerais etc) ou orgânicas (proteínas, carboidratos, lipídeos, ácido nucleico e vitaminas etc.). São fundamentos científicos importantes de saber.
Att., Alberto.
Não acredito, Maria. TODO MUNDO sabe disso, ele faz questão de dizer. rsrsrs.
ResponderExcluirRoberta.
Caros Alberto e Marcos:
ResponderExcluirSe preferirem, não haverá problema algum em colocá-los no ringue central. estou gostando do nível e profundidade do debate. Posso criar um tópico no qual à medida que forem opinando façamos os acréscimos das falas de cada um. Que acham? O título poderia ser DEUS SEGUNDO MARCOS E ALBERTO ou Debate AMISTOSO entre Marcos e Alberto. Acho que todos lucraríamos com isso, mas sintam-se à vontade quanto ao local da luta.
Juro que tentei entender a resposta de Marcos mas não consegui. Achei meio confusa. Muito misturada.
ResponderExcluirAna Cláudia, pedagoga.
Para dizer o mínimo, muito curiosa sua tréplica senhor Alberto, que sendo um filósofo, como você mesmo se autodefiniu no primeiro post, em comento ao meu texto, agora, já não mais se qualifica ou se apresenta como tal, e ainda por cima, de maneira artificiosa, tenta atribuir a mim, título que em nenhum momento reivindiquei, nem reivindico, mesmo que fosse dotado dos fundamentos básicos da metodologia de construção do pensamento filosófico, a que vossa senhoria deve fazer jus, com os louvores da UFRN.
ResponderExcluirOra, se o senhor deseja mesmo falar de “Verdade” e de maneira Aberta, senhor Alberto, é preciso antes percorrer o caminho da legitimidade, porque não é possível discutir de maneira aberta, estando-se encoberto, e seja o meu interlocutor filósofo ou não filósofo, apresente-se de verdade, com nome, sobrenome, endereço e telefone para contato. Eu tenho nome e sobrenome, já lhe dei meu telefone, resido na rua Ministro Mário Andreazza, nº 08, bairro 3 a 1, Santa Cruz-RN, e não tenho porque nem para que me ocultar. Como suponho, você também não deve ter. Assim sendo, aceito o desafio de peito Aberto e de consciência tranquila para que tenhamos um ótimo debate, respeitoso e restrito ao plano das ideias que motivaram ou motivam os nossos textos. Sugiro termos Gilberto, senhor Alberto, como mediador. O local, pode ser o auditório da Casa da Cultura, se a Débora, a agenda da Casa e ao seu estatuto, convier, ou um outro local de sua livre escolha. Se o senhor mora fora, creia-me, de bom grado o convido ao campo aberto da realidade, não o da virtualidade (não se preocupe com despesas). Mas se o campo da realidade não te convier, disponho-me a continuar discutindo aqui, bastando que a tua própria essência de ser, não seja negada, omitida ou dissimulada num pseudônimo qualquer.
Nos seus textos, você questiona a validade de minha frase e ainda diz que tento relativizar a inconsistência dos argumentos com dialética rebuscada. Fico então imaginando a dificuldade do senhor ao ler os textos do pai da dialética. Mas sejamos simples e objetivos na tese, na antítese e na síntese, para que o senhor entenda o que me parece óbvio. Analisemos a minha frase: O filósofo é um fã da verdade, o religioso, é fanático. O primeiro a busca sempre, o segundo, pensa que já a encontrou. Na História da Filosofia não há registros de que nenhum filósofo tenha afirmado: encontrei a Verdade (acepção filosófica do termo), demonstrando-a em seguida, com seus argumentos (do filósofo). De modo que tal conceito continua em aberto no fértil campo da Filosofia, ou o senhor pode demonstrar o contrário, que algum filósofo a tenha encontrado? Logo, conclui-se que a afirmativa de que o filósofo é um fã da verdade, e que a procura sempre, continua válida. Quanto à segunda ideia contida na frase, é ainda mais evidente, já que o religioso acredita, por sua fé nos ditames desta ou daquela religião, que o seu “deus” é a “Verdade Absoluta”, e portanto, razão de ser de todas as outras verdades contingentes, e que já exemplifiquei no texto anterior. Creio não restar dúvidas sobre o que é um fã da verdade, e um fanático da verdade. De maneira mais simples, não saberia explicar.
Se me permite, vou agora fazer o caminho inverso ao seu. Se você é um cristão, condição ou atributo que não revelou em seus textos, e acredita na frase atribuída a Jesus Cristo: eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida! Por seus próprios argumentos, e mesmo não percebendo que isto é uma verdade particular, relativa, só posso concluir que você, de fato, não é filósofo.
Então se Marcos usa esses temas em poesias,ele é poeta e não filósofo...não pode se dizer filósofo pq não é formado em filosofia...ele é APENAS ATEU! ateu e filósofo não dá,concordo com A lberto! parabéns Alberto,pela sua inteligência,estou gostando de ver e aprender esse discurso...vc se mostra afiado nos conhecimentos filosóficos. VAMOS NESSA!
ResponderExcluirMárcia
ESSE ALBERTO É INTELECTUAL MESMO! PARABÉNS CARA!!!
ResponderExcluirEsclareço, antes de prosseguir, que me apresentei como filósofo, como de diploma o sou, porque entendi que pretensiosa e implicitamente você o fez quando invocou sua já famosa frase (abaixo citada).
ResponderExcluirPelo que conheço de blogs e debates INFORMAIS que acontecem no mundo virtual, para tornar o debate legítimo, não se é necessário apresentar endereço, celular, RG, CPF... Se assim fosse quase todos aqui estariam no anonimato. Portanto, prossigamos sem essa burocracia toda e sem tentar desqualificar meus argumentos com isso.
Vou expor de maneira mais simples a incongruência a que me referi para que todos a entendam.
A frase “O filósofo é um fã da verdade, o religioso, é fanático. O primeiro a busca sempre, o segundo, pensa que já a encontrou.” é válida.
Agora, no momento em que você a associa à afirmação (“CERTEZA/VERDADE”) ateísta “DEUS NÃO EXISTE!” cria-se a incongruência. O “DEUS NÃO EXISTE!” é para o ateu A VERDADE. Para ele não tem mais discussão, nem busca pela verdade. Ele já a detém. Já a encontrou: “DEUS NÃO EXISTE!”.
Já para o filósofo, o verdadeiro filósofo, aquele que vive a BUSCAR SEMPRE a verdade, há uma janela aberta para a possibilidade de existir algo que ele não conhece. Por viver a BUSCAR SEMPRE a verdade ele não pode afirmar que já a encontrou, sob pena de cessar a busca pela verdade que ele diz viver a buscar.
Outra coisa: quando você diz “O RELIGIOSO É FANÁTICO” está fazendo uma afirmação universal de que “TODO religioso é fanático”. Essa afirmação, para ser válida, careceria de uma análise impossível de todas as religiões e de todos os religiosos. A maioria das religiões orientais, por exemplo, são filosóficas e seus fieis vivem em busca de respostas. Isso indica, pela sua frase, que ALGUNS religiosos são menos fanáticos do que muitos ateus.
Quanto ao convite para um debate ao vivo, não tenho interesse, tempo, nem vejo necessidade disso. Aliás, por que os ateus têm tanta necessidade de divulgar suas crenças, ou melhor, descrenças?
Att., Alberto, filósofo (Marcos já estava com saudades desta qualificação).
Respondendo à sua sugestão, Gilberto. Para mim é indiferente o local do debate. Porém, falar sobre ontologia e metafísica é um universo. Deixemos o debate se estender mais por aqui.
ResponderExcluirAlberto.
Vi o debate agora. Muito bom.
ResponderExcluirDamiana.
Conheço alguns ateus fanáticos que pregam mais do que crentes. rsrs
ResponderExcluirFábio Araújo.
Gilberto, para mim, o debate que poderia começar com o senhor Alberto, O ENCOBERTO, encerra-se com esta sua última resposta(dele), e por uma razão muito simples, não debato com uma ficção, com um anônimo que se traveste do pseudônimo Alberto e não tem coragem de debater de frente comigo, olho no olho, ideia contra ideia. O Alberto, o filósofo de diploma e carteirinha continuará encoberto, tão verdadeiro quanto uma nota de dois dólares e escrevendo textos para este excelente blog. Combato o bom combate, com respeito, com ética e com lealdade e aqui mesmo já publiquei manifesto contra o anônimato. O pseudônimo é uma forma de anonimato. Você mesmo, meu caro amigo Gilberto, o assinou, e há de compreender a minha decisão. Continuarei um leitor dos textos assinados por aqui; de pessoas que conheço, que assinam com legitimidade o que escrevem e não se ocultam nas sombras e na covardia do anonimato. Acho incrível que até para elogiar alguém as pessoas prefiram o anonimato, ou seja, é ninguém elogiando ninguém. Valeu Gilberto e obrigado por todas as postagens de meus textos; sempre o fiz com o intúito de colaborar com o seu blog, que é sem dúvida nenhuma, do ponto de vista cultural, o melhor da região do Trairi e um dos melhores do estado. O blog perde um Marcos Cavalcanti, que não é ninguém, e ganha um Alberto, que é muita coisa, inclusive filósofo.
ResponderExcluirMarcos, apesar de não te conhecer pessoalmente, aliás, não conheço bem sequer Santa Cruz, fico com a impressão de que você é uma pessoa meio afobada e em certo sentido até mimada, que chora e bate o pé quando não consegue aquilo que deseja. Não entenda isso como ofensa como eu não tomei suas ironias como ofensa.
ResponderExcluirOra, estamos a debater ideias. Deixa o teu EU e o meu de lado. Não precisamos aparecer. As ideias são atemporais, nós passaremos. Apresentei-me: sou Alberto, estudei filosofia na UFRN. Falar que moro em Natal, trabalho, continuo estudando, gosto de ler e pensar, gosto desse blog e de outros, gosto de cultura, toco piano seriam coisas desnecessárias de serem ditas aos leitores. Que te importa saber meu endereço e meu celular? Não quero te conhecer pessoalmente, nem receber ligações suas, nem de ninguém que não seja do meu ciclo de amizades. É tão simples de entender. Não informar meu endereço aqui desqualifica meus argumentos?
Dei-me ao trabalho de parar alguns minutos para responder com argumentos e vens agora com uma atitude infantil como essa. Estou acostumado a travar bons debates neste mundo virtual e você foi a primeira pessoa que exigiu essa credencial. rsrs
Deixa de brincadeira, homem. Não precisa sair do blog por que não te apresentei meu endereço e celular.
Alberto Gonçalves da Silva, brasileiro, casado, professor...
Vou mostrar que você é uma farsa, e vive no momento, uma crise de identidade, um drama existencial. Você não quer me conhecer nem receber ligações minhas, muito menos que eu faça parte do seu círculo de amizades, muito bem, é um direito que lhe cabe senhor ENCOBERTO, no entanto, quer que eu faça parte do seu círculo de BEBATES, ora, ora. Não quero uma ficção no meu círculo de debates,ainda por cima, para discutir uma tema como A VERDADE, sendo uma MENTIRA. E isso é um direito que me cabe. Aí vai a tua última chance, inclusive a de sair de tua crise de identidade. Revela-nos teu CPF, então descobriremos se de fato és um tal Alberto Gonçalves da Silva,então, se fores de fato, retornaremos ao debate, a propósito, sem que lhe faça uma única ligação ou um aperto de mão. Mas devo dizer ainda, que a razão de não mais publicar aqui, é que tenho observado que Gilberto tem ABERTO o espaço do blog para esta praga de anonimato, e eu respeito a decisão dele, afinal de contas, se excluir os anônimos, talvez perca um pouco do IBOPE que em texto anterior, mostrou ser uma preocupação sua (dele). Eu não me preocupo com IBOPE, me interessa cultura, razão porque não entendo que num blog cultural, haja espaço para esta excressência chamada anonimato. Fosse um blog de natureza política, até entenderia a covardia dos que não querer dar legitimidade às suas opiniões políticas, mas as culturais ou filosóficas, tenha paciência. Espero ter esclarecido a você também Gilberto, que tem o meu telefone e não me ligou, a razão da minha saída, acrescentando que continuarei um leitor de seu blog, dos meus amigos que aqui assinam os seus textos ou mesmo dos que não conhecendo, são legítimos porque têm identidade real. Por fim, renovo Gil, os meus agradecimentos por tudo que publicou, de minha autoria.
ResponderExcluirHá, gilberto, pode publicar o último POST, no principal também, com o título, POSSÍVEL DESPEDIDA
ResponderExcluirMARCOS É AGNÓSTICO?
ResponderExcluirPEDRO
Calma, Marcos!
ResponderExcluirRoberto.
Marcos, peço-te minhas sinceras desculpas por ter, de alguma forma, te irritado. Ao que entendi, o motivo de todo esse aperreio foi eu não ter te apresentado meu endereço, CPF e número do meu celular.
ResponderExcluirExplico melhor: num mundo de tantas fraudes virtuais, fornecer CPF na net é um risco; igualmente é um risco apresentar o endereço num debate de tema tão delicado; meu celular, já te expliquei, só passo para os amigos próximos.
Quanto ao teu pedido de te passar meu CPF, não dá certo. Só se tu trabalhares na Receita Federal e tiver realmente precisando.
Apesar de não conhecer o Gilberto, organizador do blog, tenho a impressão, pela seriedade do trabalho dele aqui apresentado, de que NÃO se trata de uma pessoa que vive em busca de IBOPE. Se assim fosse, possivelmente teria criado um blog sensacionalista ou politiqueiro e não um blog cultural. É minha impressão.
O que tu, Marcos, chamas de anonimato de forma tão raivosa (SEM MOTIVOS) é puro preconceito. Acho que precisas, com o mais esmerado respeito, rever teus conceitos sobre o mundo virtual. Rever teus conceitos e preconceitos; se reciclar, se for o caso. Os tempos mudaram. Agora é assim em todo canto. Aqui e alhures.
Gilberto, não sei se tu conheces o Marcos pessoalmente, mas isso acontece. Não te importas com críticas desta natureza. Penso que não deves alterar tua postura na administração do blog.
Marcos, tenha paciência, rapaz!
Att., Alberto, filósofo de diploma.