sábado, 30 de junho de 2012

PALAVRAS DE ZENÓBIO SOBRE A APOESC

Zenóbio Oliveira tornou-se nosso conhecido e amigo quando veio como integrante da equipe da InterTV Cabugi para entrevistar-nos e fazer cobertura do que havia de relevante em Santa Cruz (Veja a  ENTREVISTA À INTERTV CABUGI).

Revelou-se aos nossos olhos não apenas uma pessoa afável e muito inteligente, mas também um grande poeta e cronista, uma pessoa do bem, apegada às raízes. Hélio teve o prazer de encontrá-lo recentemente durante a eliminatória do Forraço, em Assu. Foi um reencontro caloroso. 

É um homem com um olhar apropriado não só para fazer coberturas jornalísticas. Sua sensibilidade poética e capacidade de reflexão têm gerado admiráveis textos que vão além da simples notícia, conforme podemos ver nalgumas crônicas e versos enviados ao nosso blog . O nome que escolheu para seu blog, VERBO SERTANEJO, revela sua profunda paixão pela cultura de nossa gente.
Brinda-nos, agora, generosamente, para nossa surpresa e satisfação, com este comentário poético de altíssima qualidade. 

Sensibiliza-nos, Zenóbio, ler tais palavras provenientes de seu coração!
É um motivo de orgulho para todos nós tê-lo como leitor, como amigo e como colaborador deste blog. Suas palavras, no sentido mais amplo, nos dão ânimo para prosseguir!
Abraços e obrigado. - Gilberto Cardoso dos Santos

VERSOS DE ZENÓBIO SOBRE A APOESC

O blog da APOESC Gil, meu caro, 
É como minha luz no fim do túnel, 
Minha guia nas noites de interlúnio, 
Como estrela no céu, de brilho raro,
Um caderno didático ao ignaro, 
Com a lição mais fiel e mais segura, 
Um baluarte da sã literatura, 
Num tempo de mesmice e baboseira, 
O blog da APOESC é a bandeira,
Com o Verbo ad Verbum da cultura, 

O blog da APOESC é a proposta,
De cultura espalhada em cada canto, 
Na beleza dos versos de Crisanto, 
Na sabença do bom Nailson Costa, 
É arte pra quem quer e pra quem gosta,
Essência extraída da mistura,
De Marcelo e Adriano... a rima pura, 
Que Gilberto derrama num cordel. 
O blog da APOESC é um painel,
Com o Verbo ad Verbum da cultura.

P.S - Quem dera tivesse aqui no meu oeste tanta gente reunida e dinâmica como vocês.
Um abraço a todos

O SERTÃO E OS FRANCESES - Gilberto Cardoso dos Santos

Conheço gente da França que adora o nosso sertão. Encantam-se com a vegetação singular e persistente que parece morta, mas revive feito fênix aos primeiros pingos de chuva. Causam-lhes também admiração o verdor daquelas que sobrevivem em meio à seca. Nem tudo é flores entre nós, logo eles descobrem, mas há algo de respeitável nos espinhos que compõem a paisagem e nossas vidas. 
Nossas histórias de cangaço e vaquejadas os encantam. Luiz Gonzaga, o Rei do Baião, também tem a muitos deles como admiradores. Nossas poesias e cantos têm o poder de arrancar-lhes lágrimas. Alguns deles, aliás, (eu conheço pelo menos dois) entendem mais de cultura nordestina que muitos que aqui habitam. Um deles tem praticamente tudo que Luiz Gonzaga gravou e todos os filmes que falam do cangaço.
Nossa espontaneidade e alegria de viver a despeito das intempéries os emocionam. Já vi alguns com câmeras na mão, registrando aspectos de nossa paisagem que nos passam despercebidos. Isto nos faz chegar à conclusão que o nordestino tem um valor do qual nem sempre tem consciência.
O cantor Julien Clerc parece ter experimentado  o que acabo de descrever. Vejam e ouçam abaixo a belíssima homenagem que nos fez intitulada Sertão. Atraente melodia e letra. Emocionei-me ao ouvi-la pela primeira vez. De imediato, entendi três palavras: Sertão, Brasil e Cangaceiro. Os mais entendidos no idioma sintam-se à vontade para traduzi-la.




SERTÃO (Julien Clerc) 


Je crois que ce mot 
Voyage incognito 
Sauf parmi tous les enfants du Brésil 
C'est un mot tout chaud 
Qui vous colle í  la peau 
Tout juste comme un murmure 
Sur un ruisseau Sertao 


Oh imagine le Sertao 
Où résonnent les grelots 
Accrochés sur les chapeaux 
Des Cangaceiros Cangaceiros (3x)

Dans un grand désert sans eau
 Imagine le Sertao 
C'est un grand désert sans eau 
Où survivent les chevaux 
Des Cangaceiros Cangaceiros (3x)


Il vivait lí  bas
Depuis quinze ans déjí  
Ne connaissait rien d'autres du Brésil 
Ni les rythmes chauds Ni la vague, ni l'eau 
Pas même les bacchanales du carnaval, carnaval
Mais il était du Sertao 
Comme s'enlise un ruisseau 
Et rêvait d'un grand chapeau 
De Cangaceiros Cangaceiros (3x)


 Pour s'en aller au plus tôt Il était du Sertao 
Comme s'envole un oiseau 
Qui ne va jamais bien haut 
Dans la lumière puis vers la terre 
Parmi les pierres Revient bientôt 
Mais il était du Sertao 
Comme s'enlise un ruisseau 
Et rêvait d'un grand chapeau 
De Cangaceiros Cangaceiros (3x) 


Pour s'en aller au plus tôt (2x) 




sexta-feira, 29 de junho de 2012

A COISA TÁ FEIA - Nailson Costa


O ser humano tem dessas coisas: acreditar em todo tipo de coisa. Eu mesmo, de quando em vez, me pego dizendo “Que coisa desagradável!” ao dar crédito a toda coisa que aparece. Mas faz parte da essência do bicho gente, a curiosa aproximação a uma coisa cuja anatomia espiritual nem conhecemos ainda. E esse tipo de coisa, transforma-nos numa coisa patética, romanticamente presente em quase todas as coisas da gente. Muitas vezes uma coisa insignificante quer ser muita coisa. Por exemplo, a coisa quer servir pra todo tipo de coisa, como na língua portuguesa, que o vocábulo coisa é um verdadeiro curinga, e nos socorre naqueles momentos que não se tem a palavra certa para nominar a coisa a que nos referimos, né? Mas esse tipo de coisa também é perigosa! Pode a coisa ser substantivo, adjetivo, advérbio, expressão conjuntiva e até verbo. A coisa é perigosa exatamente por isso, a facilidade com que muda de lado nos variados contextos, podendo nos levar a situações embaraçosas. Não me vou dar ao luxo de coisar. A coisa é muito complicada. A melhor coisa desse mundo de coisas é termos cuidado com as coisas. E como tem muita coisa aparecendo por aqui, vou-me já daqui e fazer a coisa certa, nunca acreditar em qualquer tipo de coisa, pois com esse temporal em plenas dunas de Jenipabu a COISA TÁ FEIA.

DOIS CABRAS NUM CORDEL SÓ



Um trechinho do espetáculo:



INFORMAÇÕES IMPORTANTES SOBRE O BLOG DA APOESC - Gilberto Cardoso dos Santos

Prezado leitor:

De conversas que tive com Marcelo Pinheiro e com Hélio Crisanto, cheguei à conclusão de que estava sendo pessimista quanto ao blog. Disse-lhes que não havia tantas visitações quanto eu desejava. Na verdade, sentia-me acanhado em apresentar-lhes os números; achava que lhes pareceriam aquém do esperado.
Mostrei-lhes, através do confiável contador do Blogger, os acessos diários que ficam entre 250 e 300 ou mais (às vezes chegamos aos 400); mostraram-se  surpresos e satisfeitos.  Marcelo confessou:

- Eu achava que o blog tinha uns 30 acessos e já achava esse um número razoável.
Hélio também encara estes números com entusiasmo. Disse ele: "Rapaz, tá bom demais! Pra ser um blog cultural esse número deve ser comemorado! Tá piando de papo cheio."


Veja  estatísticas referentes a 29.06.2012:


Visualizações de página de ontem
335
Visualizações de página do mês passado
8.068






Não podemos, pois, julgar as visitações pela quantidade de comentários. Aliás, o número de comentários que posto é sempre inferior ao número dos que recebo. Aqueles pontos de vista que não constroem ou que parecem despropositais, rejeito-os. Se o postante dispõe o e-mail, faço questão de explicar a ele em particular o porquê de não publicar suas observações. Alguns, inclusive, já manifestaram insatisfação com esta medida.

Os blogs regionais e de projeção nacional  que nos surpreendem pelo número de visualizações  também apresentam um baixo número de comentários, mesmo publicando todos que lhe são enviados. Pode conferir. Quem os acessa  percebe o quanto os poucos analistas dos posts usam o espaço para fins escusos, para discutir e achincalhar uns aos outros, ao invés de apropriadamente comentar a matéria, e isto sem falar na praga do anonimato que assola a blogosfera. Há os anônimos do bem, é verdade, pessoas que provavelmente não se expõem devido o tolo medo de expor suas fragilidades no uso da grafia, mas que revelam suas boas intenções pelo que postam. A estes fazemos exceção.


Não são poucos os que afirmam ler diariamente o blog da APOESC mas não têm o hábito de fazer comentários. Postam suas opiniões em meus ouvidos, quando me encontram. Uma leitora, por exemplo, me dizia ontem:


"Gilberto, que entrevistas bacanas estas de Marcos e de Marcelo! Fiquei com vontade de ir pra Europa. Ei, até aprendi uma palavra nova na entrevista de Marcelo: "indizível". Essa palavra existe mesmo ou ele criou? Vocês são muito inteligentes. Eu admiro demais." 
"Ali só tem feras", dizem alguns.
Outro, ainda ontem, falou do quanto gostava das crônicas de Maciel e que diariamente acessava o blog. Perguntei-lhe: "Por que não comenta?" e ele me disse: "Acho complicado fazer comentários porque às vezes a gente não é bem compreendido naquilo que comenta. A gente diz algo com uma intenção, mas as pessoas podem entender outra coisa."

Sinceramente, leitor(a), que acha destes números? Estão além ou aquém do que  imaginava? Que podemos, eu e você, fazer para aumentar o número de seguidores, de comentários e de acessos?




quinta-feira, 28 de junho de 2012

MEMÓRIA (Poema às Gerações Futuras) - Por Epitácio Andrade



LUGARES DE MEMÓRIA DOS MOVIMENTOS REVOLUCIONÁRIOS NO RIO GRANDE DO NORTE
                           No dia 15 de setembro de 2010, o então deputado estadual Salismar Correia apresentou um requerimento que propõe a implantação de Lugares de Memória dos Movimentos Revolucionários no Rio Grande do Norte do Século XX. O projeto propõe a discussão sobre a implantação de, pelo menos, 03 sítios temáticos de memória: um referente à Coluna Prestes (1926), outro relativo à Intentona Comunista (1935) e um terceiro alusivo à resistência a ditadura Militar (1973).
Ex-deputado Salismar Correia
             A proposição teve o objetivo resgatar a memória dos processos políticos revolucionários protagonizados no Rio Grande do Norte do século XX, com intuito de ampliar a consciência política da população potiguar e possibilitar alternativas de desenvolvimento sustentável para as regiões de implantação dos referidos sítios de memória.
                O sítio de memória referente à Coluna Prestes deverá ser viabilizado a partir de requerimento ao Ministério da Cultura, solicitando a implantação do Espaço Cultural "Luiz Carlos Prestes", em São Miguel, na região do alto-oeste, cidade que foi palco de ações da Coluna contra forças legalistas no ano de 1926. Este Espaço Cultural deverá contemplar lugares destinados ao desenvolvimento de várias expressões artísticas e culturais, além de um memorial à Coluna Prestes, a adaptação turística das trilhas usadas pelos colunistas e pelos legalistas e atração de um complexo hoteleiro.
Coluna Prestes em São Miguel (1926)

                     No tocante à Intentona Comunista (1935), o projeto do médico cardiologista e ex-deputado estadual Salismar Correia propõe a implantação de 02 polos-sede do sítio de memória: um em Natal e outro em Campo Redondo. O polo natalense será representado pela formalização do tombamento do Edifício da Casa do Estudante, antigo Quartel da Salgadeira, sede das forças legalistas, onde ocorreram os principais conflitos com os comunistas, além da implantação de espaço destinado à memória do movimento revolucionário no seu interior. Também compondo o polo natalense, o projeto prever o tombamento da Escola Felipe Guerra, que foi a sede do governo comunista no estado durante 05 dias, além da implantação de uma secção na sua biblioteca destinada à intentona comunista.
Antigo quartel da salgadeira (Casa do Estudante)

Sede do governo comunista (Escola Felipe Guerra)
                           O polo de Campo Redondo, na transição do agreste com o sertão, será destinado à memória da resistência a intentona, devendo ser viabilizado a partir de um requerimento a secretaria estadual de turismo, solicitando um estudo de viabilidade sobre a implantação de um complexo turístico na Serra do Doutor, tomando-se como referencial geográfico o monumento alusivo ao conflito dos sertanejos com os comunistas, no povoado de Malhada Vermelha.
Monumento na Serra do Doutor
                           A resistência ao regime militar será referenciada por meio de requerimento a Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, solicitando a implantação em Caiçara do Norte do mausoléu de Emanoel Bezerra dos Santos, estudante morto pela repressão da Ditadura Militar, em 1973, que teve seus restos mortais encontrados no cemitério do Campo Grande, em São Paulo/SP, e transladados para sua terra natal, onde se encontram sepultados.

Às Gerações Futuras

“Eu vos contemplo
Da face oculta das coisas.
Meus desejos são inconclusos,
Minhas noites sem remorsos.
Eu vos contemplo,
Pelas grades insensíveis.
Meu sonho,
É uma grande rosa.
Minha poesia,
Luta.
Eu vos contemplo,
Da virtual extremidade.
Minha vida (pela vossa).
Meu amor,
Vos liberta.
Eu vos contemplo
Da própria contingência.
Mas minha força
É imbatível
Porque estais
À espera.
Ás Gerações Futuras
Eu vos contemplo
Do fogo da batalha.
Meus soldados
Não se rendem.
O outro dia
Chegará.
Eu vos contemplo
Gerações futuras,
Herdeiros da paz e do trabalho.
As grades esmaecem
Ante o meu contemplar”.

Poema de Emmanuel Bezerra dos Santos
Base Naval de Natal/1969

                    O presente projeto se constitui em importante proposição para o desenvolvimento sustentável do estado, por que favorece a ampliação da consciência crítica da população potiguar e aponta caminhos para o desenvolvimento do seu patrimônio histórico e cultural.




VOTO CONSCIENTE - Pedro Sampaio



VOTO CONSCIENTE



TE OLHAR - Andrier Lima


Te olhar, no relance mais rápido possível,
Olhos, sorriso e alma...
Devagar, abrangente, cabível,
Somos perigo, se acalma...
Neste interlúdio duradouro plausível,
Expomos cara e coroa para o nada...
Eternizando-me neste flashback mortífero,
Sonhar-te, negligente, perserverante...
De um simples olhar, no passado, delirante,
Oleirando-me neste delírio insípido,
Querer-te, sinapticamente a todo instante!
À memória, à razão e à esperança,
De poder olhar-te novamente...

Morre Dércio Marques - Hélio Crisanto

A cultura Brasileira e mundial está de luto, morre nesta quarta-feira dia 27 de junho de 2012 de infecção generalizada, o mineiro Dércio Marques.  Poeta, cantor, compositor, músico, incansável pesquisador da cultura popular, parceiro de Elomar e Xangai . Artista de primeira grandeza evocava em suas canções o grito da natureza, o canto  dos pássaros e das cachoeiras, e as manifestações culturais do nosso povo. Vai poeta para o teu lugar, fazer serenata  com os anjos, onde o existir é eterno e a música não é corruptível. 



quarta-feira, 27 de junho de 2012

DADOS ALARMANTES DO TRANSPARÊNCIA BRASIL SOBRE BANCADA EVANGÉLICA


Imagino eles explicando os dados abaixo: 
1) Perseguição demoníaca; 
2) Estão evangelizando; 
3) São humildes, não gostam de aparecer; 
4) Resolvem os problemas do país na oração.


Isso me leva a lembrar do polêmico texto DEUS NOS LIVRE DE UM PAÍS EVANGÉLICO
Que pensam a respeito disso?

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO DE ANDRÉ SOARES


Bem interessante o TCC de André Soares, aluno do curso de História. O tema escolhido não poderia ser melhor. Acho que ele foi bem original nesse aspecto e desenvolveu bem seu trabalho. Posto-o porque tem  a ver com a proposta de nosso blog e para que outros tenham a oportunidade de apreciá-lo. Caso queiram, opinem a respeito, pois esta é a vontade do autor. Certamente André lerá com a maior atenção e respeito as críticas que forem feitas. - Gilberto Cardoso dos Santos

METODOLOGIA DA PESQUISA HISTÓRICA
DOCUMENTO NÃO ESCRITO NAS AULAS DE HISTÓRIA: A POESIA E A XILOLINGUAGEM DE JESSIER QUIRINO COMO FONTE.

Trabalho apresentado ao Curso de História da Universidade Potiguar, como parte dos requisitos para obtenção de nota da disciplina Metodologia da pesquisa histórica.
Orientadora: Profª Mariano de Azevedo Junior.

1. INTRODUÇÃO

O Estágio Supervisionado V estipula uma forte aproximação do estudante com o campo educacional, pois permite além da tomada de lições através da observação; uma experiência mais direcionada ao possibilitar a regência, contribuindo para a formação prática de futuros professores. Durante o estágio através da nossa ação é possível perceber a realidade escolar e realizar momentos de reflexão sobre a nossa prática pedagógica em sala de aula.
A educação por seu importantíssimo papel na sociedade é capaz de definir as superestruturas, sociais e delimitar a liberdade intelectual e política em um determinado território ou país. Entretanto no Brasil a educação não conquista as prioridades dos planos de governo; não há igualdade da oferta entre os brasileiros e a sistema consolida a estrutura classista que pesa sobre nós; não há nela nem a consciência nem o fortalecimento dos nossos verdadeiros valores culturais, deste modo por ser um dispositivo tão complexo custa caro, e as minorias desfavorecidas, que dispõem de um serviço publico precário são inferiorizadas e veem gerações e gerações que seguem se valendo apenas de seu devotamento para poderem galgar degraus mais altos na carreira educacional.
Levar ao exercício prático as lições recolhidas na academia. A Realização da Atividade de Estágio pretende entender o chamado “discurso competente” famigerado e incontestável nas escolas de ensino fundamental e médio, que estabelece uma separação da responsabilidade e que faz do aluno, sujeito receptor, o ser vazio que está na cadeira ouvindo, dependente de conhecimento superior pautado de um livro didático, do conhecimento produzido pela academia, que recebe uma carga de informações distantes de seu convívio. Tomando como nave a História questionando estes pontos indagaríamos: ensinaremos uma história acabada, “verdadeira” distante da realidade imediata do aluno, ou iniciaremos essa revolução admitindo que mudar é preciso; e que essa luta esta apenas do seu inicio? Frente a essas incertezas elaboramos um projeto que faz um entreposto com essas indagações, e que traz uma proposta de trabalho comum na execução, mas diferenciada no que diz respeito ao tipo de fonte de pesquisa apropriada. Uma fonte nova, que é criada no improviso de uma poesia de gente comum, de um lugar de memória comum, que pode construir seu próprio legado a partir de seu discurso. Incluímos esse documento ancorado na concepção da Historia Nova, que considera qualquer vestígio da presença humana como documento histórico em potencial. No que se refere aos discursos; a partir do momento em que os escritores de história levaram seus textos a dimensão política, poética, e inventiva passando, a história é analisada a partir dos discursos, como a interpretação que emerge dos próprios eventos, que são guiados pela por uma mão invisível, porém Sábia que dirige o processo, o acontecimento; cabendo apenas a nós compreendê-la, enunciá-la.
Esta obra tende em sua totalidade a fugir do óbvio. Aproximando-me de outras ciências, com a pretensão de fazer a poesia, verso e música de raiz nordestina ser vista além mais que uma simples cantoria de feira livre.        


Descrevo neste texto o projeto de intervenção, e através dele um enfoque à importância do sentido do planejamento na atividade docente se valendo de documentos dos nossos futuros pares e de possíveis fontes históricas em sala de aula. Entendemos, e continuamos a entender a História como uma disciplina escolar que se vale de uma série de condicionamentos e relações que abrange um todo na sociedade e possui características que lhe são próprias, das tais pode até se valer do senso comum como ferramenta didático-pedagógica.
A proposta de trabalho de conclusão de curso, que está detalhada neste documento, intenciona-se a ser aplicada no semestre 2012.2 e está dividida nas seguintes secções: Apresentação dos objetivos; onde estabelecemos as intenções que pretendemos na realização deste trabalho, em seguida distribuímos um quadro teórico no qual revisamos o material consultado durante o planejamento da pesquisa como também algumas obras preexistentes sobre a temática abordada com os quais recolhemos informações para realização do trabalho. Em seguida, problematizamos a questão trazendo alguns argumentos e as dificuldades com as quais o projeto pretende ir de encontro. Por fim, descrevemos a metodologia a ser utilizada e como ela se aparelhará da fonte proposta.  [Para continuar lendo, clique abaixo em "mais informações"]

POVO "BEM" AGRADECIDO

CASA DO CORDEL - Flávio Dantas



Foi inaugurada no último dia 15 de junho pelo poeta cordelista Flávio Dantas, a primeira casa de cordel das regiões do Trairi e Curimataú. A mesma fica situada na Rua João Fernandes, 59, Centro em Jaçanã-RN. Na oportunidade foi realizada uma cantoria  com os poetas José Lúcio e seu irmão Lenildo da cidade de São Vicente - RN. Muitos amigos e familiares do poeta estiveram presentes. O evento teve a organização de Flávio Dantas e de enen de Chicó.
Visitas:
A partir de julho será aberta aos sábados e domingos de 14:00 às 1700 horas;
Agendar visitas em outros dias e horários pelo Cel: (84) 8841.9854   ou  (84) 9643.9682.
Obs: A cada dois meses será realizado um evento cultural no alpendre da casa.
A Casa do Cordel tem a organização de Flávio Dantas, O Poeta do Povão.

terça-feira, 26 de junho de 2012

REGRESSO AO PASSADO - Adriano Bezerra



Certa noite regressando em meu passado
Trouxe toda a minha infância pro presente
Vi nós todos lá de casa no batente
À tardinha pra livrar-se do enfado,
Vi papai correr cedinho pro roçado,
Vi mamãe botando lenha no fogão,
Vi a face infantil de cada irmão,
Vi o rio, o barreiro e o curral,
Vi no campo o feijão e o milharal...
E não pude segurar minha emoção.

Tenho dó das Estrelas


 Ouça este belo poema. Clique AQUI


Tenho dó das Estrelas

Tenho dó das estrelas
Luzindo há tanto tempo,
Há tanto tempo…
Tenho dó delas.
Não haverá um cansaço
Das coisas,
De todas as coisas
Como das pernas ou de um braço?
Um cansaço de existir,
De ser,
Só de ser,
O ser triste brilhar ou sorrir…
Não haverá, enfim,
Para as coisas que são,
Não a morte, mas sim
Uma outra espécie de fim,
Ou uma grande razão –
Qualquer coisa assim
Como um perdão?

Fernando Pessoa

segunda-feira, 25 de junho de 2012

BILHETE DE UMA PROFESSORA PARA OS PAIS

Que acham do conselho dessa professora? À luz de Provérbios 13:24 ela estaria certa...



Mais informações: BLOG DO PROFESSOR IVANILSON

e em JORNAL O GLOBO.

RETORNO À EUROPA (Entrevista com Marcelo Pinheiro)


1. Como foi retornar à Europa após  tão pouco tempo?
Antes de começar responder às perguntas, gostaria de expressar minha satisfação de participar deste bem conceituado blog que busca sempre levar cultura e conhecimento aos navegantes virtuais, continuamente com um espírito aberto, condição essencial ao aprendizado.

Tentarei ser sucinto para que a leitura não se torne enfadonha.

Visitar a Europa é voltar no tempo, reviver a história do Ocidente, mergulhar na aventura de um passado glorioso, emaranhado por guerras, conquistas e disputa de poder. Como um andarilho errante que vagueia em busca do conhecimento, essa viagem foi para mim mais um mergulho nas águas profundas dos mares onde tudo começou. Uma grande alegria poder voltar a esse berço da cultura mundial e dar continuidade à realização de um sonho antigo: andar e conhecer de perto os caminhos trilhados pelos construtores antigos da saga do homem sobre a terra.

2. Nessa segunda vez, houve alguma alteração no modo como vê os países que visitou?
Embora desta vez eu tenha visitado países que ainda não conhecia, retornei a alguns por onde já havia estado. Agora vi coisas novas e coisas que já havia visto com olhos diferentes. O tempo passa e nossa visão sobre um mesmo objeto se transforma na proporção de nossas experiências e crescimento pessoal.
Na primeira visita a ansiedade é maior e há uma tendência de se romantizar quase tudo, até mesmo aspectos negativos de cada lugar. Nessa segunda passagem já estava mais familiarizado com muitas coisas e tinha melhores condições de enxergar a realidade com um olhar mais crítico e isento.
 
3. Em que países esteve e em que cidades?
Passei 42 dias entre França, Alemanha, Itália e Espanha.
Na França passei alguns dias em Dijon, capital da rica e encantadora Borgonha.
Visitei também Besançon, uma cidade antiga e belíssima que se ergue às duas margens do rio Doubs. Ali visitamos a citadelle, um castelo erigido há quatro séculos como fortificação militar no alto de uma colina que guarnece a cidade.
Durante a Segunda Guerra Mundial, quando os nazistas subjugaram a França, houve naquele forte uma resistência ao domínio inimigo e mais de cem resistentes foram executados quando a citadelle foi tomada pela horda de Hitler. Ainda na França, passei sete dias em Paris e visitei muitos pontos turísticos interessantes, entre eles o Museu de História Natural de Paris, onde pude ver de perto um acervo impressionante de esqueletos fósseis que contam a evolução da vida na terra na linha do tempo.
Fui a Heldelberg, belíssima cidade da Alemanha onde já havia estado em 2010.
Entre a França e a Itália, fizemos uma viagem de trem magnífica, cruzando os Alpes suíços por entre as montanhas de cume nevado. É de fato uma rota de tirar o fôlego ver aquelas cidadezinhas adormecidas aos pés daquelas montanhas gigantes.
Na Itália, visitei Milão, Veneza, Florença, Roma, Pisa e Gênova. Todas, cidades importantes. O que falar da monumental cidade eterna, Roma? Apenas ela seria suficiente para ocupar uma entrevista inteira. Como falar de Florença, berço do Renascentismo italiano, numa entrevista de poucas linhas? Para não tornar a entrevista cansativa falando de todas elas, escolho Veneza como representante da Itália.
Veneza, juntamente com Gênova, monopolizara a chamada ‘Rota do Mediterrâneo’ durante a Idade Média. Pelas suas ruas/rios entravam e eram distribuídas na Europa as especiarias vindas do Oriente. Com a descoberta da ‘Rota do Atlântico’, Veneza perdeu importância no cenário do comércio mundial, porém não perdeu o brilho que encantou e atraiu a tantos no passado. Caminhar por suas ruas, ou navegar por seus rios, é voltar ao tempo em que ainda não havia o barulho aborrecedor dos automóveis e a vida caminhava a passos lentos. Em muitas ruas e rios que cortam Veneza o tempo parou nas esquinas e lá se encontra adormecido há séculos.
Na Espanha, conheci Barcelona e Madri, ambas, cidades magníficas. Entretanto, se tivesse que escolher a mais impressionante das duas, ficaria com a primeira.
Por toda parte se pode perceber a influência do grande arquiteto catalão, Antoni Gaudí, na fisionomia da cidade. Para mim, a Catedral da Sagrada Família é a mais extraordinária construção religiosa que já vi. Supera de longe a própria sede do catolicismo, em Roma. Combinando o gótico e o curvilíneo, Gaudí fez uso da chamada Art Nouveau, expressão francesa para “arte nova” e criou a mais esplendorosa catedral já erguida pela mão do homem.
 
4. Como foi a experiência de reencontrar brasileiros e conterrâneos na Europa? Fale sobre eles e o papel que tiveram no sucesso de sua viagem.

É sempre uma satisfação encontrar amigos e conterrâneos em terras distantes.
Reencontrei por lá o velho amigo Pascal (francês) e Assunção (santa-cruzense), casal do qual tenho a honra de ser padrinho de casamento. Passamos alguns agradáveis dias na companhia de Gláuber, Andressa e Binho. Encontrei também nosso grande amigo Rogério. Pessoa merecedora da mais alta estima. Por ele, conheci Mônica, sua irmã e Hans Roger, seu sobrinho; sempre muito simpáticos e acolhedores. Todos foram muito gentis e facilitaram sobremaneira nossa viagem.
Registro aqui meus sinceros agradecimentos a todos eles pela formidável acolhida e companhia.
5. Discorra um pouco sobre os europeus com quem esteve em contato.

Tivemos em companhia de Pascal, esposo de Assunção. Ele é francês de nascimento e nordestino de alma. Conhece mais as coisas do sertão do que muita gente por aqui (risos). Pessoa adorável, fácil de conviver, muito atenciosa.

Jantamos um dia com Nobert e Miriam, respectivamente filho e nora de Pascal.
Pessoas igualmente simpáticas e acolhedoras. Jantamos outro dia com Marie Jose e Didier, irmã e cunhado de Pascal. Pessoas inteligentes e agradáveis com quem tivemos a satisfação de aprender um pouco mais do dia-a-dia da cultura francesa.
Além deles, tivemos muitos contatos de pouco tempo com muitas pessoas. Eu diria que, a despeito das diferenças culturais, são iguais a nós e aspiram aos mesmos fins: a felicidade, a paz, o amor...
 
6. Qual sua impressão geral sobre a Europa depois dessa viagem?
Como em toda parte, há pontos positivos e negativos. Como pontos positivos destacaria o excelente nível de educação de organização social. As consequências disso se traduzem em melhores condições de vida e no acesso que a população tem à assistência social, à cultura e ao conhecimento. Como fator negativo eu destaco o excesso de individualismo que domina as pessoas. Isso corre no sentido oposto aos comportamentos que se podem observar entre os animais que formam sociedades, como as formigas e as abelhas, por exemplo, onde a cooperação e o senso de equipe são essenciais ao sucesso da espécie. Imagine-se que no século XX esse individualismo exacerbado (aqui no sentido de defender apenas os interesses da própria nação) matou cerca de setenta milhões de pessoas por meio das duas grandes guerras - ambas nascidas na Europa com raízes nesse modelo de pensamento . Imagine-se ainda que esse individualismo tem o potencial de pôr fim à própria espécie humana. Talvez isso explique o porquê deles figuraram tão distante no “ranking da felicidade”, classificação de uma pesquisa feita pela FGV para saber quais são os povos mais felizes do mundo. Apesar de todos os problemas o Brasil lidera pela 4ª vez o ranking. O Reino Unido aparece em 26º; a Itália, em 56º; a Alemanha, em 62º; Grécia e Portugal surgem em 145º e 146º, respectivamente.
7. Houve algo em especial que o emocionou nessa viagem? Chorou alguma vez?

É impossível não se emocionar em muitas ocasiões. Cada lugar desperta em nós um sentimento único. Lembro-me daquela tarde ensolarada de primavera quando eu sentei naquele gramado, à sombra de uma grande árvore, de frente para o coliseu, em Roma. Ali passou um filme em minha mente. Lembrei do filme “O gladiador”, onde Russel Crowe interpreta o papel de um general traído que se torna escravo e é obrigado a lutar no coliseu para conquistar sua liberdade. Quantas histórias reais nasceram e morreram naquele lugar nos dias em que Roma dominava 2/3 do mundo conhecido.
Em 2010, eu destacaria como um dos grandes momentos da viagem a visita ao Palácio de Versalhes, a casa de Luiz XIV – o “Rei Sol” - monarca que governou a França durante o absolutismo. Construído num parque de 700 hectares, diz a história que o rei dava festa frequentemente para 15 mil pessoas. Como se não bastasse a opulência da morada de Luiz XIV, ele mandou construir, ainda dentro do parque do Palácio de Versalhes, o Petit Trianon, um palácio para sua amante preferida, Madame de Pompadour. Aquele é um lugar onde se pode facilmente pensar existir apenas na imaginação.

Quanto ao choro, não cheguei a tanto (risos). Até por que já era a segunda vez que pisava em terras europeias.
 
8. Fale sobre a cultura de preservação que parece caracterizar toda a Europa e que
lições tais países têm a nos dar.

Esse é realmente um ponto que merece destaque. O senso de preservação é o que possibilita à Europa ser o continente mais visitado do mundo. Preservar lugares e artefatos é resgatar o passado, conservar o presente e pensar no futuro de uma forma sustentável. À primeira vista, preservar pode parecer um desperdício de possibilidades econômicas, mas é engano. É possível que se o coliseu, imponente construção dos tempos do Império Romano, fosse no Brasil já o tivessem demolido para construir um moderno edifício comercial, visando uma aparente vantagem econômica. Porém, quem visita Roma logo percebe que a decisão de preservar é a mais acertada em todos os sentidos, pois além de engrandecer o patrimônio cultural de uma nação, desenvolve e fortalece a economia através do turismo e do comércio em geral. Quando nossos líderes entenderão isso?
9. Nós, santa-cruzenses e brasileiros, de algum modo nos sentimos representados por vocês ao empreenderem essa viagem; descreva-nos o que, se pudesse, deixaria indelével em suas retinas.
Cada lugar e cada povo têm suas particularidades. Portanto, muitas coisas mereceriam um destaque especial na parede da memória. Porém, à guisa de outras opções, eu destacaria Veneza, cidade que se perdeu no tempo, mantendo-se muito semelhante ao que era há 10 séculos. Paris, pela grandiosidade de tudo o que ela representa como símbolo da cultura francesa e importante cidade na história do mundo.
 10. Alguns têm vontade de ir mas pensam nos altos custos; que diria aos que têm tal preocupação?
Os gastos são razoáveis, desde que haja uma boa pesquisa prévia. Por exemplo, viajar na primavera ou no outono é sempre mais barato do que no verão. Se se pretender andar muito entre os países, o passe Eurail é sempre uma boa opção.
Também há pousadas a preços bem acessíveis. Portanto, depende muito do que se quer fazer ou comprar por lá, mas o fato é que há opções que saem bem em conta.

11. Que aspectos da paisagem natural ou humana mais chamaram sua atenção?
A paisagem natural que mais me impressionou foi sem dúvidas a região dos Alpes suíços. Trata-se de uma cadeia de montanha cujos cumes são dominados pela neve eterna e logo abaixo da neve surgem os pinheiros, dando uma beleza especial, típica de clima temperado. Na primavera, aqui e ali se podem ver cachoeiras que se formam pelas águas do degelo da neve acumulada durante o longo inverno. As praias de pouca areia do mar Adriático e Mediterrâneo não são belas e quentes como as nossas. A paisagem criada pelo homem é bela,
elegante, charmosa. As cidades são geralmente limpas, arborizadas, floridas, bem organizadas. Os parques, as praças, os castelos nos fazem, por vezes, pensar que estamos participando de um filme ou até sonhando.
12. Que lugar em especial chamou sua atenção? A quais acha imperativo retornar?
Paris, Veneza e Barcelona são cidades especiais que não podem ficar de fora de um roteiro interessante.
Os Alpes suíços com certeza merecem uma visita mais demorada. Pretendo na próxima conhecer de perto aquela região que vi de longe, através do vidro de uma janela de trem.

13. Sua inspiração e conduta foi impactada nessa viagem? Que podemos esperar como fruto dessa viagem?
“A mente que se abre a uma nova ideia jamais voltará ao seu tamanho original.”
Albert Einstein.
Resumiria tudo nessa célebre frase de Einstein.
Tenho o sonho de escrever alguma coisa um dia e essas viagens certamente terão uma boa influência sobre isso.
 
14. Fale sobre uma experiência marcante da viagem.
Quando conhecemos uma cidade que sonhamos um dia fica um pedaço dela em nós para sempre. A paisagem natural, a arquitetura, sua gente, seus costumes formam experiências únicas e muito pessoais, quase indizíveis. Navegar pelas águas do rio Sena e de Veneza, passear sem pressa pelas ruas de Montmartre em Paris, contemplar a Catedral da Sagrada Família em Barcelona, entrar nos castelos e ver como era a vida nos tempos passados ... São muitas as experiências marcantes e destacar qualquer delas seria cometer injustiça. Cada coisa gera uma experiência pessoal que causou em mim um impacto diferente do outro e para o resto da vida.
 
15. Diga-nos uma reflexão que tenha a ver com viagens e sinta-se à vontade quanto às
palavras finais.
Vejo a vida como um “dia”. Na verdade, apenas um pouco maior do que um dia, mas ainda assim um “dia”..., que, como todos os outros, nascem e morrem. Não temos muito tempo. Logo a sombra da noite chegará, tragando tudo o que há: as luzes de Paris, as árvores dos bosques que ladeiam as belas cidades, as flores da primavera que embelezam os parques... Viajar é aproveitar a vida enquanto é dia; é beber de uma fonte inesgotável de experiências e conhecimento.

Finalizo com as palavras inspiradoras do Nobel José Saramago:

“A viagem não acaba nunca. Só os viajantes acabam. E mesmo estes podem prolongar-se em memória, em lembrança, em narrativa. Quando o visitante sentou na areia da praia e disse:
“Não há mais o que ver”, saiba que não era assim. O fim de uma viagem é apenas o começo de outra. É preciso ver o que não foi visto, ver outra vez o que se viu já, ver na primavera o que se vira no verão, ver de dia o que se viu de noite, com o sol onde primeiramente a chuva caía, ver a seara verde, o fruto maduro, a pedra que mudou de lugar, a sombra que aqui não estava. É preciso voltar aos passos que foram dados, para repetir e para traçar caminhos novos ao lado deles. É preciso recomeçar a viagem. Sempre.”