Nossas
histórias de cangaço e vaquejadas os encantam. Luiz Gonzaga, o Rei do
Baião, também tem a muitos deles como admiradores. Nossas poesias e cantos
têm o poder de arrancar-lhes lágrimas. Alguns deles, aliás, (eu conheço pelo
menos dois) entendem mais de cultura nordestina que muitos que aqui habitam. Um
deles tem praticamente tudo que Luiz Gonzaga gravou e todos os filmes que falam
do cangaço.
Nossa
espontaneidade e alegria de viver a despeito das intempéries os emocionam. Já vi alguns com câmeras na mão, registrando aspectos de nossa paisagem que nos passam despercebidos. Isto nos faz chegar à conclusão que o nordestino tem um valor do qual nem sempre tem consciência.
O
cantor Julien Clerc parece ter experimentado o que acabo de descrever. Vejam e ouçam abaixo a belíssima homenagem que nos fez intitulada Sertão. Atraente melodia e letra. Emocionei-me ao ouvi-la pela primeira vez. De imediato, entendi três palavras: Sertão, Brasil e Cangaceiro. Os mais entendidos no idioma sintam-se à vontade para traduzi-la.
SERTÃO (Julien Clerc)
Je crois que ce mot
Voyage incognito
Sauf parmi tous les enfants du Brésil
C'est un mot tout chaud
Qui vous colle í la peau
Tout juste comme un murmure
Sur un ruisseau Sertao
Oh imagine le Sertao
Où résonnent les grelots
Accrochés sur les chapeaux
Des Cangaceiros Cangaceiros (3x)
Dans un grand désert sans eau
Imagine le Sertao
C'est un grand désert sans eau
Où survivent les chevaux
Des Cangaceiros Cangaceiros (3x)
Il vivait lí bas
Depuis quinze ans déjí
Ne connaissait rien d'autres du Brésil
Ni les rythmes chauds Ni la vague, ni l'eau
Pas même les bacchanales du carnaval, carnaval
Mais il était du Sertao
Comme s'enlise un ruisseau
Et rêvait d'un grand chapeau
De Cangaceiros Cangaceiros (3x)
Pour s'en aller au plus tôt Il était du Sertao
Comme s'envole un oiseau
Qui ne va jamais bien haut
Dans la lumière puis vers la terre
Parmi les pierres Revient bientôt
Mais il était du Sertao
Comme s'enlise un ruisseau
Et rêvait d'un grand chapeau
De Cangaceiros Cangaceiros (3x)
Pour s'en aller au plus tôt (2x)
è de Arrepiar..muito bacana..não conhecia essa obra prima...esse universo aguça a inspiração sempre!!
ResponderExcluirConfirmo Gilberto! Pessoalmente,guardo uma lembrança imperessível das minhas viagens no Nordest e da descoberta do Sertão.Minha primeira aproximação do Sertão foi feito pelas narrativas de Jorge Amado.A descoberta desta terra "ingrata" me ajudou a entender e gostar deste berço da cultura brasileira.É através da literatura (cordel), a música (forro), o artesanato, a gastronomia… que descobri esta cultura de uma criatividade excepcional .Consulto regularmente este blog porque é para mim uma fonte de ensino e de emoção extraordinária.
ResponderExcluirGil ,veja este texto francês sobre o sertão :
ResponderExcluirhttp://www.youtube.com/watch?v=f_BfbInGD9Y
Paroles / Lyrics: Bernard Lavilliers
SERTÃO
Caruarú hotel centenario, suite princière, vue sur les chiottes, télé couleur,
courant alternatif.
Les pales du ventilateur coupent tranche à tranche l'air épais du manioc
Le dernier texaco vient de fermer ses portes
Y'a guère que les moustiques pour m'aimer de la sorte
Leurs baisers sanglants m'empêchent de dormir
Bien fait pour ma gueule! J'aurais pas dû venir...
Calé dans ton fauteuil tu écoutes ma voix
Comme un vieux charognard tu attends que je crache
La gueule jaune des caboclos, Antonio Des Morte
Capangas machos à la solde des fazendeiros
Pour te donner un avant-goût de vacances intelligentes.
Ceux qui vendent du soleil à tempérament,
Les cocotiers, les palaces, et le sable blanc
Ne viendront jamais par ici,
Remarque il paraît que voir les plus pauvres que soi, ça rassure.
Alors allez-y, ici, tout le monde peut venir, ici il n'y a rien
Un soleil ivre de rage tourne dans le ciel
Et dévore le paysage de terre et de sel
Où se découpe l'ombre de lampião
D'où viendront les cangaceiros de la libération?
Le cavalier que je croise sur son cheval roux
Son fusil en bandoulière qui tire des clous
A traversé ce désert, la sèche et la boue
Pour chercher quelques cruzeiros à Caruarú
Un éternel été émiette le sertão
Le temps s'est arrêté en plein midi
Il y a déjà longtemps
En attendant que l'enfer baisse l'abat-jour
Qu'on se penche sur ta misère du haut de la tour
Tu n'as que de la poussière pour parler d'Amour
Aveuglé par la lumière comme dans un four
Que tous les chanteurs des foires gueulent ta chanson
Même si c'est le désespoir qui donne le ton
Tu n'as pas peur de la mort, même tu l'attends
Avec ton parabellum au coeur du sertão
Un soleil ivre de rage tombe dans le ciel
Et dévore le paysage de terre et de sel
Où se découpe l'ombre de lampião
D'où viendront les cangaceiros de la libération
Sertão, sertão, sertão...
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirencontrei esta tradução do texto de Julien Clerc :
ResponderExcluirCreio que esta palavra
Viagem incognito
excepto entre todas as crianças do Brasil
é uma palavra muito quente
Que cola-as à pele
justamente como um murmúrio
sobre um riacho Sertao
Oh imagina o Sertao
onde ressoam os grelots
Pendurar sobre os chapéus
do Cangaceiros
Cangaceiros (3x)
num grande deserto sem água
imagina o Sertao
é um grande deserto sem de água
onde sobrevivem os cavalos
do Cangaceiros
Cangaceiros (3x)
ele vivia ali
desde quinze anos já
não conhecia nada outros do Brasil
nem os ritmos quentes
nem a vaga, nem a água
não mesmo as bacchanales do carnaval, carnaval
mas estava do Sertao
como se enterra um riacho
e sonhava de um grande chapéu
de Cangaceiros
Cangaceiros (3x)
para ir-se o mais depressa possível
estava do Sertao
como se envole um pássaro
Que nunca bem elevado vai
na luz seguidamente para a terra
entre as pedras
Custar cedo
mas estava do Sertao
como se enterra um riacho
e sonhava de um grande chapéu
de Cangaceiros
Cangaceiros (3x)
para ir-se o mais depressa possível
(2x)
Valeu, Joelle. Obg pela contribuição!
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