domingo, 25 de abril de 2021

ENALTECENDO O CURIMATAÚ - Poeta Daxinha

 




ENALTECENDO O CURIMATAÚ


I


O que mais me envaidece

Vendo estas maravilhas

Rios, mares, praias, ilhas

Que o mundo nos oferece

Só que a gente não esquece

Que entre as belezas mil

Existe um outro perfil

Diferente do Sudeste

O nome dele é Nordeste

Num recanto do Brasil.

II


Essa área é consagrada

Por seu clima tropical

Quem diz é o pessoal

Por quem ela é visitada

Sempre foi denominada

Terra do mandacaru

Produtora do caju

Entre o Brejo e o Sertão

Orgulho da região

Seu nome é Curimataú.

III

Se vê o clarão da lua

Com estrelas cintilantes

Os visuais delirantes

Eu no espaço flutua

Às vezes, eu fico pensando

Que é Deus nos recompensando

Pelo o que temos sofrido

Contemplando esta beleza

No painel da natureza

Desse Nordeste querido.


IV

São esses os requisitos

Que o sertanejo usufrui

No semiárido me inclui

Outros quadros tão bonitos

É quando a mata se veste

Aí cria a paisagem

Com o verde da folhagem

Vem transformar a imagem

Do meu querido Nordeste.


Autor: JOSELITO FONSECA DE MACEDO, vulgo, DAXINHA.


25/12/1985


JOSELITO FONSECA DE MACEDO, mais conhecido como poeta Daxinha, nasceu em Cuité/PB, em 14/08/1938. Filho de José Adelino de Macedo e Maria Marieta da Fonseca, nasceu na zona rural de Cuité, mais precisamente no Sítio Boa Vista do Cais, popularmente conhecido como Sítio Pelado. Aos 20 anos, viajou para os estados de Minas Gerais e Goiás, onde trabalhou como agricultor e vaqueiro. Mas foi no estado de São Paulo que se fixou, trabalhando como metalúrgico nas principais usinas siderúrgicas da região do ABC paulista. Retorna à Paraíba em 1985, retomando suas funções de agricultor. Sempre gostou de poesia, sobretudo, do gênero cordel no qual, ainda menino, já escrevia seus primeiros versos. O retorno a Cuité aproximou-o ainda mais de suas raízes, fazendo-o mergulhar com mais fervor no mundo da poesia. Sempre convidado a se apresentar em eventos culturais da cidade, seus versos focavam, principalmente, no cotidiano das pessoas simples – como ele mesmo o era. Tem como obras publicadas um CD de poesias intitulado: “Poeta Daxinha – Um Amante da Poesia”, o cordel “O batente de pau do casarão” e uma participação póstuma no livro “APOESC em Prosa e Verso”, do também poeta Gilberto Cardoso dos Santos. Casado, pai, avô e bisavô, o poeta Daxinha faleceu em 04/05/2016, em Campina Grande/PB, vítima de insuficiência cardiorrespiratória. (Jaci Azevedo, filha)

2 comentários:

  1. Que lindo!! Nosso Nordeste, nosso Curimataú enaltecidos com tanto carinho...
    Saudades do meu poeta preferido!!
    Gratidão, Gilberto!!

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  2. Lindo poema, como todos do saudoso Daxinha.

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