sábado, 2 de janeiro de 2016

SEPTILHAS DE HERALDO LINS E SHOW DE MAMULENGOS



Coitado do ódio
Neste Natal
Foi encarcerado
Longe do mal
Com uma esperança
De ter a criança
No carnaval


O deserto de ideias
Permanecia parado
Tempestade sem areia
Tédio pra todo lado
O sol na sombra descansa
Dos raios faz sua trança
Nunca muda o penteado

Na casa das lembranças
Abre a porta o nascimento
Vai embora na contagem
Deixando o vazio por dentro
Agora são só paredes
Até os ganchos das redes
Em férias no esquecimento
 
Inteligência comemora
Ao apresentar solução
Enterra qualquer problema
Sem precisar de caixão
Problema só é criado
Pelo incapacitado
Que vê mas não tem visão
 
A raiva bateu a porta
A pressa saiu correndo
Vaidade acompanhou
No espelho aparecendo
Retocando a maquiagem
Enxergando só miragem
A moda prevalecendo
 
O desprezo arquitetado
Fere a alma e o coração
Derrubando a autoestima
O ego fica no chão
A luz do túnel apaga
O fundo do poço traga
Encarcerando a emoção
 
O choro ficou sorrindo
Pras gotas que escorriam
Os olhos avermelhados
Piscando também sorriam
Alegria se espalhou
O sorriso até chorou
Mas as lágrimas não saiam
 
O sonho da luz
É sozinha brilhar
Mas existe a sombra
Que vem lhe apagar
A luz amanhece
A sombra anoitece
Querendo reinar
 
Coitado do ódio
Neste Natal
Foi encarcerado
Longe do mal
Com uma esperança
De ter a criança
No carnaval
 
O deserto de ideias
Permanecia parado
Tempestade sem areia
Tédio pra todo lado
O sol na sombra descansa
Dos raios faz sua trança
Nunca muda o penteado.


"Encontrei o artista mamulengueiro - eu prefiro chamar de João Redondo -, santacruzense Heraldo Lins. Ele não me viu nem eu quis atrapalhá-lo porque estava convocando João Redondo, Benedito e os demais mamulengos para iniciar a função. Eu sempre me divirto muito com João Redondo e, quando com Heraldo dobram os encantos. Mas fiquei mais feliz ainda quando ele disse que no final do mês, me parece dia 26, vai receber o Título de Mestre da Cultura Popular outorgado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional" -Iphan." - 
Jose Rosemilton Silva


Um comentário:

  1. Meu caro Gilberto. Você, Heraldo, Hélio, Marcos e outros são o guardiã da nossa cultura. Nós, os leitores e admiradores, temos que fazer de tudo para preservá-los mantendo sempre o nosso incentivo e a nossa admiração.

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