quinta-feira, 13 de março de 2014

MINHA AVÓ DEIXOU SAUDADES (Marciano Medeiros)




Minha avó deixou saudades 
Gritando em meu coração,
A lembrança do seu rosto
Me traz bastante emoção.
A vejo no seu quartinho
Chorando devagarzinho,
Vertendo lágrimas no chão.

Estava em plena velhice
Lembrando do seu passado,
Quando viveu na Rajada
Um sítio muito habitado,
Tendo a presença materna
Juntamente da paterna,
Sorrindo sempre ao seu lado.

Jamais irei esquecer
Do lencinho colorido
Que ela usava tantas vezes
Juntamente a seu vestido,
Viajando pra Natal
No transporte matinal,
Com seu jeito decidido.

Até mesmo as suas teimas
São lembranças persistentes
Que jamais se apagaram
Dos inúmeros descendentes.
Vamos guardar com carinho
As imagens do caminho,
Filmadas por nossas mentes.

Quando o cortejo saiu
No silêncio derradeiro,
Pensei: – jamais a veremos
Andando aqui no terreiro
Desta casinha singela
Onde a família tão bela,
Visitava o ano inteiro.

Na casa, Izabel Viana
Cumpriu sagrado destino
Vivendo com seu esposo,
Vovô José Salustino:
Um homem nobre e decente
Que lutou honestamente,
Aqui no pó nordestino.

Oferto meu coração
Nada mais posso doar,
Pedindo a Deus nosso pai
Que possa lhe orientar
Nesta nova dimensão,
Lhe dando a compreensão
Para poder caminhar.

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