sábado, 21 de setembro de 2013

VIVER É TUDO! - Naílson Costa


Perguntaram-me hoje o que eu achava do casamento gay. Eu respondi que não achava nada! Quem sou eu para procurar e/ou achar, por meio das lunetas hipócritas de julgamentos falhos, algo que pertence ao íntimo, às preferências e, sobretudo, às vontades doutrem? Eu sou um nada a nadar no oceano molecular de trilhões de átomos de indizível insignificância estelar. Já julguei muito durante 27 anos de minha vida profissional em sala de aula. E, de muitos de meus julgamentos, apenas baseados nas verdades gramaticais, não tenho mais aquele certeza voraz, antipática e inquestionável, segundo as quais, elas, as verdades gramaticais, são detentoras das verdades reais. Superei essa fase de minhas convicções absolutas. E, com relação ao casamento gay, nada devo achar, pois acredito que não seja natural a penetração, mal disfarçada de julgamentos vãos, nas partes íntimas de quaisquer sentimentos alheios . As pessoas não foram feitas para julgar ou serem julgadas em suas peças intimamente suas. As pessoas foram feitas para viver, amar e serem felizes. Nem o STF sabe mais julgar as pessoas. Julga e depois desjulga, para julgar depois. Ou não. O papa Francisco, apesar de argentino, dá-nos uma lição de simplicidade e amor ao próximo, ao se eximir de determinados julgamentos, como o casamento gay, por exemplo. Jesus Cristo disse, “Não julgueis para não serdes julgados!” E disse, ainda, “Atire a primeira pedra aquele que nunca pecou!”, ao se referir, não ao casamento gay, e sim, aos hipócritas que queriam apedrejar Maria Madalena, por ser ela prostituta. Eu, com o passar do tempo, aprendi um pouco mais e, por isso, sei cada vez mais que nada sei. Poderia, claro, ter dito à minha amiga, que aprovo o casamento gay somente para os homens. Para as mulheres não. Simplesmente porque a concorrência diminuiria e sobrariam mais mulheres pra nós, hetero masculinos. Mas não, nem isso direi, pois, acho que deve haver um ponto de equilíbrio em nossas consciências, o de nunca julgar as pessoas, quando esse julgamento não nos dizem respeito. Eu deixo esse julgamento para a natureza. Essa sim, tem todo o direito de julgar tudo aquilo que é natural. E o casamento gay está na natureza de seres naturais. Portanto, cabe, única e exclusivamente, à natureza esse julgamento. Se ela aprovar, parabéns aos casais. Se não, cobrará seu preço final. No mais, vou continuar assistindo ao excelente show de Frejat, aqui no Canal do Rocky in Rio e tomando meu vinhozinho de leve, porque viver, pra mim, é tudo! Naturalmente!

6 comentários:

  1. "E, com relação ao casamento gay, nada devo achar, pois acredito que não seja natural a penetração [...]" Esse Naílson é um caba perdido. rsrsrs Excelente texto, mestre!

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  2. Grande Nailson! Sempre nos brinda com reflexões atuais e bem fundamentadas. Poucas linhas escritas, e todo um mundo de conhecimento se derramando na tela.

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  3. PARABÉNS MEU AMIGO NAILSON ,

    BELO TEXTO QUE CONTEXTUALIZA MUITO BEM A FORMA DE AVALIAR E JULGAR EM NOSSO PAÍS. IREI POSTAR ESTA BELA CRÔNICA EM NOSSO BLOG
    ABRAÇO CORDIAL
    EDGAR SANTOS

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  4. Caro poeta, tal pergunta fosse a mim dirigida, simplesmente diria: "foi por terra o velho ditado, os opostos si atraem"

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