Perguntaram-me hoje o que eu achava do casamento gay. Eu respondi que
não achava nada! Quem sou eu para procurar e/ou achar, por meio das lunetas
hipócritas de julgamentos falhos, algo que pertence ao íntimo, às preferências
e, sobretudo, às vontades doutrem? Eu sou um nada a nadar no oceano molecular
de trilhões de átomos de indizível insignificância estelar. Já julguei muito
durante 27 anos de minha vida profissional em sala de aula. E, de muitos de
meus julgamentos, apenas baseados nas verdades gramaticais, não tenho mais
aquele certeza voraz, antipática e inquestionável, segundo as quais, elas, as
verdades gramaticais, são detentoras das verdades reais. Superei essa fase de
minhas convicções absolutas. E, com relação ao casamento gay, nada devo achar, pois
acredito que não seja natural a penetração, mal disfarçada de julgamentos vãos,
nas partes íntimas de quaisquer sentimentos alheios . As pessoas não foram feitas para julgar
ou serem julgadas em suas peças intimamente suas. As pessoas foram feitas para viver,
amar e serem felizes. Nem o STF sabe mais julgar as pessoas. Julga e depois
desjulga, para julgar depois. Ou não. O papa Francisco, apesar de argentino,
dá-nos uma lição de simplicidade e amor ao próximo, ao se eximir de
determinados julgamentos, como o casamento gay, por exemplo. Jesus Cristo
disse, “Não julgueis para não serdes julgados!” E disse, ainda, “Atire a
primeira pedra aquele que nunca pecou!”, ao se referir, não ao casamento gay, e
sim, aos hipócritas que queriam apedrejar Maria Madalena, por ser ela
prostituta. Eu, com o passar do tempo, aprendi um pouco mais e, por isso, sei
cada vez mais que nada sei. Poderia, claro, ter dito à minha amiga, que aprovo
o casamento gay somente para os homens. Para as mulheres não. Simplesmente
porque a concorrência diminuiria e sobrariam mais mulheres pra nós, hetero
masculinos. Mas não, nem isso direi, pois, acho que deve haver um ponto de
equilíbrio em nossas consciências, o de nunca julgar as pessoas, quando esse
julgamento não nos dizem respeito. Eu deixo esse julgamento para a natureza.
Essa sim, tem todo o direito de julgar tudo aquilo que é natural. E o casamento
gay está na natureza de seres naturais. Portanto, cabe, única e exclusivamente,
à natureza esse julgamento. Se ela aprovar, parabéns aos casais. Se não,
cobrará seu preço final. No mais, vou continuar assistindo ao excelente show de
Frejat, aqui no Canal do Rocky in Rio e tomando meu vinhozinho de leve, porque
viver, pra mim, é tudo! Naturalmente!
"E, com relação ao casamento gay, nada devo achar, pois acredito que não seja natural a penetração [...]" Esse Naílson é um caba perdido. rsrsrs Excelente texto, mestre!
ResponderExcluirGrande Nailson! Sempre nos brinda com reflexões atuais e bem fundamentadas. Poucas linhas escritas, e todo um mundo de conhecimento se derramando na tela.
ResponderExcluirPARABÉNS MEU AMIGO NAILSON ,
ResponderExcluirBELO TEXTO QUE CONTEXTUALIZA MUITO BEM A FORMA DE AVALIAR E JULGAR EM NOSSO PAÍS. IREI POSTAR ESTA BELA CRÔNICA EM NOSSO BLOG
ABRAÇO CORDIAL
EDGAR SANTOS
Caro poeta, tal pergunta fosse a mim dirigida, simplesmente diria: "foi por terra o velho ditado, os opostos si atraem"
ResponderExcluirBelo texto Nailson. Parabéns.
ResponderExcluirCaba bom!!!
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