A
história das coisas é um filme dinâmico e objetivo, que fala dentre outros
assuntos, sobre o consumo exagerado de bens materiais, e o impacto agressivo
que esse consumo desregrado acaba exercendo sobre o meio ambiente. O filme é
apresentado por Annie Leonard, e mostra de uma maneira bastante clara todo o
processo que vai desde a extração da matéria, confecção do produto, venda e
ideologia publicitária, facilidade de compra e falsa idéia de necessidade, até
o momento em que vai parar nos galpões de lixo ou incineradores. Fala também do
mal que esses resíduos tóxicos presentes na confecção e/ou incineração do
produto causam não só ao meio ambiente, mas também à saúde da população em
geral. A confecção do produto depende de meteria prima, muitas vezes encontrada
em abundância na natureza, porém utilizada de maneira irresponsável, altera não
só as condições climáticas e ambientais como torna essa mesma matéria antes em
abundância, muitas vezes, escassa. Esse consumo é estruturado em uma política
que se baseia na reposição do produto, ao invés de estimular a duração. Logo os
bens são feitos com tempo de uso curto e limitado, fazendo com que de pouco em
pouco tempo seja necessária uma nova aquisição do mesmo produto, por uma versão
mais “atual”. O filme é voltado para diversos públicos, embora fique claro se
tratar das especificidades de um determinado país [no caso Estados Unidos da
América, atualmente um dos países que mais retira matéria prima e que mais
estimula o consumismo nacional e internacional]. Existe também no filme, uma
clara preocupação em mostrar como funciona o mecanismo de publicidade e toda a
ideologia de consumo existente por trás dessa “necessidade de ter”. Que hoje em
dia, os bens são criados para satisfazer a estética, e a aceitação por parte da
sociedade, assim, quem tem mais e quem tem o melhor, eleva-se na cadeia social,
dessa maneira, o consumismo interfere também, nas relações inter-pessoais e no
status das classes. Outro fator relevante é que esse consumo em massa e essa
extração de riquezas naturais vêem interferindo numa gradativa crescente, em
questões como clima (como um dos exemplos temos o aquecimento global),
desocupação territorial por interferência no clima ou relevo, na saúde pública,
pelo aumento de substâncias tóxicas presentes nos alimentos e produtos que
utilizamos em nosso dia a dia, e principalmente, pelo acúmulo de lixo não
reciclado ou não reciclável em aterros, que contaminam o solo e a água, ou em
outro caso pior, como mostra o filme, o do lixo que é incinerado lançando seus
resíduos tóxicos diretamente no ar, aumentando a poluição, proliferação de
doenças e afetando os já citados fatores climáticos. Embora tida como utópica,
a idéia para reverter um pouco esse quadro agravante de agressão ambiental, já
vem sendo implementada por algumas grandes empresas, é a de reposição do que
vier a ser extraído como matéria prima do meio ambiente, há também quem lute
pelo desligamento dos incineradores e uma melhor estruturação do espaço
reservado ao lixo, obviamente essas medidas aliadas a uma política de uso
racional de matéria prima, de preservação ambiental e estimulo de reciclagem,
gerariam resultados mais contundentes e abrangentes. Esses são alguns dos
principais fatores que serão abordados durante o documentário em questão. A história
das coisas, mostra com uma pitada de humor, os padrões de consumo impostos pela
mídia e pelas grandes empresas, e certamente nos leva a questionar o que cada
um pode fazer pra amenizar esse impacto. Vale a pena dar uma conferida!
Versão legendada:
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