Vejo o homem do campo entristecido,
Esperando chegar à invernada,
No alpendre da casa o camarada,
Olha o chão vendo o pasto ressequido,
Seu desejo não foi mais atendido,
Mas insiste em fazer a oração,
Procurando manter a devoção,
Ele escuta um vizinho blasfemando,
São dois anos de seca castigando,
As famílias sofridas do sertão.
O gemido do povo é muito forte,
Vendo a seca atingir os peregrinos,
Maltratando vaqueiros nordestinos,
Que não querem seguir a outro norte,
Nessa luta gigante contra a morte,
Muito gado padece pelo chão,
Sem ter água, alimento e nem ração,
A boiada prossegue definhando,
São dois anos de seca castigando,
As famílias sofridas do sertão.
Rariosvaldo Oliveira
O sertão vive uma grande tristeza
Com a trágica situação do gado
As caveiras se espalham no roçado
Deixa luto por toda a natureza
Pois a seca esmagou toda beleza
Que havia no meu lindo sertão
Hoje eu sinto uma dor no coração
Vendo as minhas origens se acabando
São dois anos de seca castigando,
As famílias sofridas do sertão.
Chega a noite e o pobre agricultor
ResponderExcluirNuma prece ao Deus Celestial
Intercede ao menos um sinal
Que lhe diga se o ano é chovedor
Mas resposta não vem do Criador
São José nem sequer molhou o chão
Olha as nuvens não vê nem um clarão
Só lhe resta continuar clamando
SÃO DOIS ANOS DE SECA CASTIGANDO
AS FAMÍLIAS SOFRIDAS DO SERTÃO.
Aristóteles Santos Pessoa Furtado
ResponderExcluirMeus olhos não aguentam tanta tristeza,
De ver o nordeste assim tão humilhado,
O campesino perdendo todo o seu gado,
Sem o inverno, sertão não tem beleza,
Nunca já mais se viu tanta moleza,
Só com chuva fica belo o meu torrão,
Hoje é que sinto o desprezo da nação,
Com a terra nordestina esturricando,
São dois anos de seca castigando,
As famílias sofridas do sertão.