Na arte de escrever
Sempre soube defender
Nossa terra, o Nordeste.
Por isso, passou no teste
Quando esteve na ativa
Sua lembrança está viva
Ele apenas passou
A poesia chorou
Com a morte de Patativa!
Quando deram o aviso
Sobre a morte do poeta
Uma rima incompleta
Gemeu junto ao improviso.
Mas, porém, o Paraíso
Preparou uma Comitiva
E todos gritaram: viva!
Quando no recinto entrou
A poesia chorou
Com a morte de Patativa.
Seus versos denunciaram
A tristeza do Nordeste
Quando aqui não se investe
Pois muitos já enganaram
E com promessas falharam
Gastando só a saliva
E com pouca tentativa
O problema aumentou
E a poesia chorou
Com a morte de Patativa.
“Cante lá que eu canto cá”
Vale mais do que um enredo.
“Digo e não peço segredo,
A vaca estrela e o boi fubá,
As proezas de Sinhá”,
Com o seu teor nos criva
Uma jóia que deriva
Daquilo que ele sonhou
A poesia chorou
Com a morte de Patativa.
O Clássico: “Triste Partida”
Cantado por Gonzagão.
A saga de Lampião
Também não foi esquecida
O poeta em sua lida
Agiu de forma decisiva
Transformou-se em lenda viva
No ofício que abraçou
A poesia chorou
Com a morte de Patativa.
“Inspiração Nordestina”
Foi editado também,
Uma herança que se tem
Da poesia divina.
A Editora Ibiapina
Publicou de forma altiva
A Secult sem deriva
Trouxe “Ispinho e fulô”
A poesia chorou
Com a morte de Patativa.
Patativa de Assaré
Sempre foi um pioneiro.
Quem não lembra de “Balceiro?”
Que coisa linda, não é?
Pois, esta obra de fé
É uma cultura viva
Que a nós todos cativa
Pelos “causos” que contou.
A poesia chorou
Com a morte de Patativa.
Com a morte do menestrel
As violas se calaram
As rimas se despencaram,
Bradaram: - “Meu Deus do Céu!
O que será do Cordel
Fica sem iniciativa
Pois a mente mais ativa
De criá-los nos deixou...”
A poesia chorou
Com a morte de Patativa.
Patativa leu Camões,
Casimiro de Abreu,
*Augusto também rendeu
A ele grandes lições.
Ainda viu os pendões
De Castro Alves na criva
Não foi de forma passiva
Que a História assinalou
E a poesia chorou
Com a morte de Patativa.
Nasceu pobre, morreu pobre
Lá na Serra de Santana
Conheceu légua tirana
Pois só tira quem é nobre
Sem ter dinheiro nem cobre
Foi feliz de forma ativa.
Isso tudo nos cativa
Pra amar o que ele amou
A poesia chorou
Com a morte de Patativa.
* Referência ao poeta paraibano Augusto dos Anjos.
de Pedro Guedes Rolim
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