sábado, 27 de outubro de 2012

A INVENÇÃO DO NORDESTE - Nailson Costa



Do pôr do sol, do calor que me deste,
Fiz-me um ser tão breve, tão frio, tão fino.
Com verso arrastado, voz de Nordeste,
És meu Sertão, meu ser Nordestino.

Sou xique-xique em teus poemas de anéis.
Teu discurso te inventa eu me desfaço,
Como rio bebo artistas-coronéis
Na bandeja da invenção de meu espaço.

É assim meio maluca a tua veste:
Chapéu-de-couro e urubu de algibão
A carne de bode o Cabra-da-Peste

É teu vernáculo és meu, Sertão.
No xaxado, no aboio ou baião
É assim a invenção do meu  Nordeste.

Um comentário:

  1. Se lá em Aldenir nos encantamos com o inverno, aqui nos identificamos com esse sertão majestoso.Bravo!

    Cristiane Praxedes Nóbrega

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