A sensibilidade do poeta Bernardo Alves, está contida nestes versos, dedicado a sua mãe.
Passei a infância toda
Achando que minha mãe
Gostava de pés de galinha,
Comia com tanto gosto
Chupava até os ossinhos.
“Ninguém come os pés, são meus” – dizia
Toda a carne dividia
Peito, coxas e titela,
Fígado, coração e muela,
Mas os pés, os pés era só prá ela.
Depois de todos servidos,
Então sentava e comia.
Mas o tempo foi passando,
A criançada crescendo,
Os maiores trabalhando,
A vida foi melhorando.
Depois de uma infância dura
Começamos ter fartura
Vi minha mãe na cozinha
Tratando de uma galinha,
E ao contrário de outrora
Flagrei aquela velhinha
Jogando os pézinhos fora.
Ao notar o meu espanto
Aquele coração santo
Da minha doce mãezinha
Apressou-se em explicar:
“Nunca gostei de pé de galinha”
É que a carne era tão pouca,
Prá tantas bocas não dava,
E pra você não ficar triste
Eu fingia que gostava.
Bernardo Alves
Simplesmente tocante!
ResponderExcluirRetrata uma realidade presente nos atos e fatos de muitas mães. Simboliza o ato de entrega que toda mãe tem para com os seus filhos.
Francisca Joseni dos Santos - Professora