quarta-feira, 11 de julho de 2012
ADÃO - Andrier Lima
Deitado, enquanto em minhas narinas,
O teu Sopro de vida emanava,
Ainda quente, prematura vida inocente,
Esplendor de Teu ser em mim exalava!
O teu Espírito em mim conivente,
Alma sábia, do corpo, obediente,
Que minuciosamente do barro formaste-me...
Ser vivente, intrinsecamente pensante,
À tua imagem criado, e à solta, perambulante,
Outorgado por Tua voz, trabalhei incessante,
E agora, concluinte, em nada fui errante...
Nem palavras, gestos, alma e razão,
Nem sonhos, ficções e coração,
Puderam denunciar-me a solidão!
Águas, vento, belas nuvens e cores,
Animais, grama e belas flores,
Sol, Chuva, lua e estrelas,
Todos eram-me expectadores!
Porém, o que fez-me sentir solitário,
Se mesmo à tardinha, Tua voz, todo dia ouvia,
Para que e com quem imaginário,
Meu eu, Tua vontade realizaria?
Único neste paraíso harmonioso,
Vendo todas as outras espécies
Que em dupla melodioso,
Vivem, cantam, e te Enaltecem!
Projeto na eternidade elaborado,
Em seis dias, tudo que há, foi criado,
Tudo sem perda foi modelado,
Porém, a mulher que tu criaste,
Foi de uma costela de mim tirado!
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