Antigamente, quer dizer, não tão antigamente assim - Nailson Costa

Antigamente, quer dizer, não tão antigamente assim, o foguetório anunciava a chegada de ralf. Era tanto pou, pou, pou, pou, em pleno meio dia, que não dava nem pra disfarçar a entrada triunfal de ralf no nosso santo solo provinciano. E a galera do mal adoraaaaava! Certa vez, numa missa de corpo presente, o foguetório, sem nenhum motivo aparente, foi tão intenso que Mons. Raimundo saiu com essa pérola, " A mercadoria chegou." Foi uma risadagem geral. Hoje os motivos são vários, toda besteira é motivo de pou, pou, pou... é bom pra quem vende os fogos! É péssimo para os animais, para os idosos, para as crianças, para quem detesta barulho. Antigamente, quer dizer, não tão antigamente assim, uma fumaçazinha por trás do cruzeiro era, segundo, um colega, fulano (outro conhecido) viajando no ralf. Hoje o ralf não está com essa visibilidade toda, pelo menos ali, no Alto do Santuário. A cachimbada tem outro nome, lixão. A fumaça do ralf nunca me incomodou, nunca me tirou da cama às 2 da madruga, não. A fumaça do lixão, essa é terrível e intensa, a ponto de o serviço de meteorologia afirmar que, em Santa Cruz das muriçocas, há ocorrências de nuvens várias. Antigamente, quer dizer, não tão antigamente assim, tínhamos uma festa de Santa Rita com balões subindo, o parque São Luiz com sua enorme roda gigante e a difusora oferecendo uma"linda página musical" (Verôôôôônica me sinto tão só ó, quando não estais junto a mim im...), o pavilhão eram barracas com ponche de maracujá e solda preta (ai como era bom); antigamente, quer dizer, não tão antigamente assim, tudo era mais simples, tudo era melhor, e nem tinha esse foguetório besta. Pou pou pou, por que, pra que e pra quem é isso?