Antes da chuva o sertão
É seco de fazer pena
Chega dói olhar a cena
Das plantas secas no chão,
Dos bichos sem ter ração,
Com sede, bebendo lama,
Do agricultor que clama
Dia e noite sem parar
O sustento do seu lar
No mais pesaroso drama.
Quando chove e molha a terra
Devastando a sequidão
Faz festa de animação,
E o rebanho alegre berra,
O sapo se desenterra,
Vai pras águas de mansinho
Enquanto que o passarinho
Com todo o contentamento
Põe no bico o alimento
E leva para o seu ninho.
Transbordam rios, barreiros,
Cacimbas e cacimbões...
Os patos e os mergulhões
Nas águas nadam faceiros,
As galinhas pros poleiros
Resolvem subir mais cedo,
E o tatu sentindo medo
Corre ligeiro e se entoca
Na brecha de uma loca
Esculpida no rochedo.
O agricultor contente
Louva a Deus e agradece
E quando o dia amanhece
Pega cedo no batente
Limpa o chão, joga a semente
Com força e disposição
O ano inteiro tem pão
Vai embora sede e fome
Todo mundo bebe e come,
Quando chove no sertão.
Maravilhoso poema Adriano! À sua leitura, senti uma grande emoção e muita nostalgia para este Sertão que descreves com sensibilidade .
ResponderExcluirParabens !!!
Caro Adriano,
ResponderExcluirParece repetitivo o que afirmo sobre seus poemas, mas é sincero ao extremo!
A cada texto, você se supera, cara!
Neste aqui então...!!! Lendo-o, vi-me menino, encantado com a chuva, tão rara nos sofridos anos 80 e início dos 90. Ainda sou aquele menino diante das águas pluviais!
Parabéns! Parabéns! Parabéns!
Linda poesia,Adriano. Nela você se debruça tão maravilhosamente bem e nos fala dessa cornucópia das chuvas que alegremente irradiam nossas vidas.
ResponderExcluirParabénsssss!
Lindonete Câmara
Caro poeta, tenho dito isso e voce sabe, a sua poesia vem crescendo de forma magnífica, parabens mesmo.
ResponderExcluirPoeta,muito linda sua poesia!
ResponderExcluirParabéns e continue nos presenteando!
João.
Adriano, sem mais delongas, belo trabalho!!
ResponderExcluirObrigado Joelle, Teixeirinha, Lindonete, Hélio, João e João Maria pelos sinceros comentários, fico muito feliz porque sei que são palavras verdadeiras, e só me incentivam cada vez mais a continuar escrevendo. Abraço a todos.
ResponderExcluirNão sei se é uma poesia ou se o hino do sertão.
ResponderExcluirMas que esse texto poético mexe com nossa memória, mexe. Parabéns, ilustre poeta Adriano Bezerra.
Obrigado meu nobre amigo e compadre Lucicláudio, por esse comentário tão incentivador. Abraço.
ResponderExcluirLinda poesia,que narra tão bem a chuva e seus benefícios ao Agricultor.
ResponderExcluirParabéns poeta!
Rita de Cássia