segunda-feira, 11 de julho de 2011

QUANDO CHOVE NO SERTÃO - Adriano Bezerra


Antes da chuva o sertão
É seco de fazer pena
Chega dói olhar a cena
Das plantas secas no chão,
Dos bichos sem ter ração,
Com sede, bebendo lama,
Do agricultor que clama
Dia e noite sem parar
O sustento do seu lar
No mais pesaroso drama.

Quando chove e molha a terra
Devastando a sequidão
Faz festa de animação,
E o rebanho alegre berra,
O sapo se desenterra,
Vai pras águas de mansinho
Enquanto que o passarinho
Com todo o contentamento
Põe no bico o alimento
E leva para o seu ninho.

Transbordam rios, barreiros,
Cacimbas e cacimbões...
Os patos e os mergulhões
Nas águas nadam faceiros,
As galinhas pros poleiros
Resolvem subir mais cedo,
E o tatu sentindo medo
Corre ligeiro e se entoca
Na brecha de uma loca
Esculpida no rochedo.

O agricultor contente
Louva a Deus e agradece
E quando o dia amanhece
Pega cedo no batente
Limpa o chão, joga a semente
Com força e disposição
O ano inteiro tem pão
Vai embora sede e fome
Todo mundo bebe e come,
Quando chove no sertão.

10 comentários:

  1. Maravilhoso poema Adriano! À sua leitura, senti uma grande emoção e muita nostalgia para este Sertão que descreves com sensibilidade .
    Parabens !!!

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  2. Caro Adriano,
    Parece repetitivo o que afirmo sobre seus poemas, mas é sincero ao extremo!
    A cada texto, você se supera, cara!
    Neste aqui então...!!! Lendo-o, vi-me menino, encantado com a chuva, tão rara nos sofridos anos 80 e início dos 90. Ainda sou aquele menino diante das águas pluviais!
    Parabéns! Parabéns! Parabéns!

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  3. Linda poesia,Adriano. Nela você se debruça tão maravilhosamente bem e nos fala dessa cornucópia das chuvas que alegremente irradiam nossas vidas.
    Parabénsssss!

    Lindonete Câmara

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  4. Caro poeta, tenho dito isso e voce sabe, a sua poesia vem crescendo de forma magnífica, parabens mesmo.

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  5. Poeta,muito linda sua poesia!
    Parabéns e continue nos presenteando!

    João.

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  6. Adriano, sem mais delongas, belo trabalho!!

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  7. Obrigado Joelle, Teixeirinha, Lindonete, Hélio, João e João Maria pelos sinceros comentários, fico muito feliz porque sei que são palavras verdadeiras, e só me incentivam cada vez mais a continuar escrevendo. Abraço a todos.

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  8. Não sei se é uma poesia ou se o hino do sertão.
    Mas que esse texto poético mexe com nossa memória, mexe. Parabéns, ilustre poeta Adriano Bezerra.

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  9. Obrigado meu nobre amigo e compadre Lucicláudio, por esse comentário tão incentivador. Abraço.

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  10. Linda poesia,que narra tão bem a chuva e seus benefícios ao Agricultor.

    Parabéns poeta!

    Rita de Cássia

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