quarta-feira, 13 de julho de 2011

Pela própria natureza - Zenóbio Oliveira


Não há bondade no homem, com certeza,
Mas, um trato recíproco de decência,
Como regra geral de conivência,
Que camufla seus dotes de vileza.

E quando ele sobrepuja a aparência,
Transgredindo a convenção, essa proeza,
Nada mais é que a clara conseqüência,
Do exercício da própria natureza.

E sob instintos vis moral e ética,
Sucumbem fatalmente à genética,
Do que somos feitos nós, filhos do caos,

Porque em busca do próprio paraíso,
Nosso egoísmo é um espelho de narciso
A refletir o dom de sermos maus

2 comentários:

  1. SONETAÇO, Zenóbio!
    Bem construído, profundo, humano!
    Você, nesses 14 versos, diz muito sobre essa luta inglória entre nossa constituição biológia (inata) e nossos valores culturais (adquiridos).

    Parabéns, poeta!

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  2. Parabéns Poeta Zenóbio pelo excelente soneto.

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