CONSOLO (José Matias da Costa Filho) In Memoriam
Correram rápidas
As gotas flácidas
Num rosto tímido
Deixando-o úmido
O pranto mádido
Se via bem nítido
No rosto angélico
Tristonho e único
Era o dilúculo
E o sol maiúsculo
Medrava frígido
Bem lento e plácido
E no meu íntimo
Coração ínfimo
Pulsava cálido
Batendo rápido
Batia eufórico
Em tom melódico
Vontades intimas
De cessar lágrimas
Encostei-me ávido
No rosto tímido
Falei lacônico:
Que dia romântico
Que tens tu no âmago?
Algo de orgíaco?
Tu és esplendida
Tua alma cândida
E as gotas flácidas
Que corriam frígidas
Nas faces tímidas
Cessaram rápidas
Seu tom nostálgico
Tornou-se eufórico
Seus olhos fulgidos
Luziram fúlvidos
Seus lábios límpidos
Beijaram cálidos
E bem romântico
Meu rosto estático
E no meu êxtase
Alheio a gênese
Do beijo cálido
Do jeito plácido
Vi o crepúsculo
Lembro o dilúculo
E as gotas flácidas
Que corriam rápidas
Do rosto tímido
Tão puro e úmido
Dos olhos fulgidos
Brilhantes, fúlvidos.
Tive a honra de ser amigo e confidente deste grande poeta.
ResponderExcluirEste é o meu poema preferido do grande Matiinhas. Poucos poemas têm tanto vigor lírico e imagético. Um poema vertiginoso, proparoxítono e que nos arremessa para dentro da dor do eu-lírico do poeta. Sentimos com ele toda a melancolia que o poema encerra. Já fui do arrepio às lágrimas com esse poema! Inesquecível Matias, poeta com M maiúsculo e de poesia MÁGICA!
ResponderExcluirConcordo plenamente com você Marcos, esse poema é tocante, emocionante! Conheci o saudoso Matias por um curto período de tempo na época da antologia Trairi em Versos, depois tive que viajar, e fiquei por um longo período fora, e quando retornei, ele já não estava entre nós. Mas fico feliz porque tive o prazer de conhecê-lo e ter visto o quanto ele era uma pessoa maravilhosa, humilde acima de tudo. Pois considero a humildade a maior de todas as virtudes.
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