quarta-feira, 11 de dezembro de 2024

DO LIVRO PARA O CINEMA, PEDRO PÁRAMO (Gilberto Cardoso dos Santos)



DO LIVRO PARA O CINEMA, PEDRO PÁRAMO, DE JUAN RULFO 


A adaptação cinematográfica, feita em 2024 pela Netflix, do famoso romance "Pedro Páramo", de Juan Rulfo, é digna de elogios.

Lançado em 1955, o livro é uma obra-prima do realismo mágico e tornou-se um divisor de águas na literatura latino-americana. Influenciou Gabriel García Márquez, Mário Vargas Llosa, Jorge Luís Borges, Carlos Fuentes e diversos outros expoentes da escrita literária. 

No livro, Rulfo se vale de uma narrativa fragmentada, transitando entre o presente e o passado, dando ênfase ao caráter surreal e psicológico da trama. É preciso juntar cuidadosamente as peças e tentar montar o quebra-cabeça.

No filme, o diretor Rodrigo Prieto manteve a essência da narrativa, a aura da obra adaptada, a atmosfera pesada e quase sufocante, mas optou por uma abordagem mais linear em certos aspectos, conservando o tom de realismo mágico e os temas principais. Percebe-se respeito e reverência pela obra adaptada, bem como a intenção de tornar mais compreensivo o conteúdo adaptado.

Excelentes atores e atrizes! Cenários magníficos. A poesia e o mistério fluem do começo ao fim.

Confesso-lhes que não esperava muito dessa adaptação. Pensava no desafio que significaria transpor para o cinema uma história com tantas camadas, tão complexa, mas o êxito foi inegável, embora de modo algum tenha esgotado o texto em que se baseou. O filme foi conduzido por pessoas que de fato parecem conhecer a fundo e amar a obra de Juan Rulfo.

O livro e o filme têm algo em comum: um provoca o desejo de conhecer o outro. Além disso, tanto o livro quanto a adaptação despertam o desejo e a necessidade de serem revistos.

Nota dez.


Gilberto Cardoso dos Santos 




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