Sonnet
J'écarte mon rideau,
j'étouffe un bâillement.
Toujours cet horizon de hauts-fourneaux de brique
Fumant dans le ciel gris d'un air mélancolique.
- Comme la vie est triste et coule lentement !
Toujours cet horizon de hauts-fourneaux de brique
Fumant dans le ciel gris d'un air mélancolique.
- Comme la vie est triste et coule lentement !
Oh ! qui m'emportera bien
loin, en un moment,
Là-bas ! dans des pays, au soleil des Tropiques,
Où je serais aimé comme un enfant phtisique
Aimé bien doucement, bien maternellement.
Là-bas ! dans des pays, au soleil des Tropiques,
Où je serais aimé comme un enfant phtisique
Aimé bien doucement, bien maternellement.
Il faudrait un miracle,
et la vie est trop bête.
Pourtant, je puis mourir! m'en aller dés demain
Je n'aurais même pas visité ma planète !
Pourtant, je puis mourir! m'en aller dés demain
Je n'aurais même pas visité ma planète !
Et nous, nous sommes! et
nous hurlons en vain.
Et les cieux éternels continueront leur fête !
Comme la vie est triste, triste. Enfin.
Et les cieux éternels continueront leur fête !
Comme la vie est triste, triste. Enfin.
Jules Laforgue
SONETO
Abro minha
cortina, e fico a bocejar.
O
horizonte de fornos de barro é o mesmo
Tisnando
o céu cinza de ar grave, a esmo.
- Como
a vida é triste e passa devagar!
Oh!
Quem me levará pra longe rapidamente,
Para um
país dos trópicos sempre ensolarado.
Como
criança tísica lá serei amado
Amado suavemente,
maternalmente.
Quero
um milagre, a vida é sem sentido.
Veja,
posso morrer! Ir embora e fim!
O
planeta Terra mal terei conhecido!
E nós
somos! E berramos assim.
Os céus
eternos continuarão em festa!
Ah, como
a vida é triste, triste. Enfim.
Jules Laforgue
O
escritor Jules Laforgue nasceu em Montevideu em 16 de agosto de 1860 e morreu
de tuberculose em 20 de agosto de 1887, na região de Paris.
Foi um
poeta simbolista de língua francesa, embora também seja classificado como
decadente.[1]
Ficou
conhecido como um dos precursores do verso livre. Ele mescla, com sua visão
pessimista, a melancolia, o humor e a informalidade da oralidade.
Liliane Mendonça
Nasceu
no Rio Grande do Sul, formou-se em Letras- francês pela Universidade Federal do
Paraná (UFPR) e atua como tradutora e escritora autônoma, no estado do Paraná.
[1] O
decadentismo é uma corrente filosófica e literária que surgiu na França nas
duas últimas décadas do século XIX. O estilo critica os costumes burgueses e
explora as regiões mais extremas da sensibilidade e do inconsciente. Outro
representante do estilo foi Paul Verlaine.
Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Decadentismo
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