domingo, 31 de julho de 2016

QUADRÃO DA VIOLÊNCIA.- JOSÉ ACACI


QUADRÃO DA VIOLÊNCIA.- JOSÉ ACAC
Eu lembro que antigamente,
Quando eu era adolescente,
Andava tranquilamente,
Sem ter preocupação.
Eu ia para baladas
E andava nas madrugadas,
Andando a pé nas calçadas
Sem ter medo de ladrão.
Aquele tempo de paz
Do meu tempo de rapaz
Hoje não existe mais,
Virou coisa do passado.
Hoje a barra está pesada,
Ninguém pisa na calçada
Sem antes dar uma olhada,
Pois pode ser assaltado.
Crianças e adolescentes
Agora estão conscientes
Que podem ser delinquentes
Sem ter preocupação.
Criança pode assaltar,
Jovem pode sequestrar,
E pode também matar,
Que não fica na prisão.
Depois daquela ação
Lá no Morro do Alemão
Piorou a situação
E acabou-se a esperança.
Muitos bandidos fichados
Fugiram pr’outros estados
Levando a todos os lados
A falta de segurança.
Invés de severas penas
Criaram leis mais amenas
Com punições tão pequenas
Que aumentou essa doença.
Os políticos se eximiram,
As nossas leis sucumbiram,
E os bandidos descobriram
Que assim o crime compensa.
Com nosso estado falido
Ficou foi bom pro bandido,
Pois ele está convencido
Que a coisa não fica feia.
Da lei nunca sente o peso,
E sempre se sai ileso,
Por que ninguém fica preso
Sem ter vaga na cadeia.
E se acaso for julgado
E depois for condenado,
Não fica preocupado,
Pois tem como dar o fora.
O terreno é muito fraco,
E, com um pedaço de caco,
Ligeiro faz um buraco,
Pega a reta, e vai embora.
Faz assalto na parada,
Queima ônibus na calçada
E quando é de madrugada
Vai descansar lá num morro.
Com tanta calamidade
E tanta disparidade
A nossa sociedade
Está pedindo socorro.

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