terça-feira, 26 de julho de 2016

ESTROFES ANTOLÓGICAS DE ZÉ DE FRANÇA



Da glicose à pressão arterial 
Sou privado das coisas que mais quero 
Quando eu tomo uma coca é coca zero 
E quando eu como um pirão é zero sal ,
No lugar do açúcar o zero cal ,
Põe um Zero no gosto da bebida
Pra mim massa integral não é comida
Nem produto da Light , gosto inclui
Sou um Zero à esquerda do que fui
Mesmo assim dou um dez pra minha vida

Meu coração" ta "surrado 
Que só porco no chiqueiro 
Ardendo mais que Pimenta 
Com buchada de carneiro 
E batendo mais que maluco 
Tocando xote em pandeiro

Meu coração tagarela 
Com medo de ficar só 
Bate mais de que cancela 
De casa que tem forró


A mulher gritou : _Marido ,
Socorro ,eu vou me acabar !!!
O marido disse : _Amor ,
Foi bala ,cobra ou jaguar ?
Ela disse : _ whatsApp 
Deixou de funcionar


Nosso maior pregador ,
Pregou a fé ,curou cegos ,
Começou pregando amor 
E terminou "pregado "à pregos .

Tentei tirar seus olhares 
Dos arquivos do meu peito 
Mas a câmera da saudade 
Criou um tipo de efeito 
Que fecho os olhos mas vejo 
Seus olhos do mesmo jeito

Comprei madeira de sobra 
Mas talvez de doido ou cego ,
Não comprei prego pra obra 
A obra ficou no prego

Quando um ser vivo é achado 
Por uma bala perdida 
Um projétil inesperado 
Ceifa um projeto de vida 

Meu coração indeciso 
Fez uma troca outro dia 
Que se tivesse juízo 
Estourava e não fazia

Cara metade é a cara 
Que separa até por carta 
E juiz de primeira Vara 
Nem briga de vara aparta.

Feito um pedreiro secreto 
Na construção faço um trato ,
Pra cada pá de concreto 
Coloco um sonho abstrato

O PROFESSOR SOFRE MAIS 
DE QUE FOLHA EM VENTANIA 
ERRADO É DENUNCIADO, 
CERTO NINGUÉM ELOGIA ,
ESTRESSA TODA SEMANA ,
E SOBE A PRESSÃO TODO DIA .


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