domingo, 19 de julho de 2015

...Até Aquele Fim de Primavera - Carlos Medeiros


Ele...

Nutria-se de um aroma ímpar de sua tulipa amada,

era faminto daquele pouco riso aberto que o revelava o muito escondido.

Sustentava-se com o pão de sua pele fria pelo descuido suave de seu orgulho.


O pólen dela sustentava sua alma com a fúria de sua delicadeza.

Suas mãos surradas não se comparavam aos versos mais formosos.

Sua cor o arrebatava como a única essência de seus sentidos. 


Ele...

Apreciava suas pétalas espumadas que o deixavam palpitante. 

Preservava o canto luminoso de sua rosa para aliviar o obscuro de seu íntimo. 

Aquelas raízes sondavam-no como único abraço nunca conhecido até.

Que o deixavam vivo até aquele fim de primavera.

2 comentários:

  1. Muito lindo! O jovem poeta está inspirado.

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  2. A poesia contemporânea mostra-se cada vez mais genial. Belíssimo, poeta. Parabéns.

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