Mote: Welington Vicente
Total de estrofes:
22
Hélio Crisanto: 05
Gélson Pessoa: 04
Marcos Medeiros: 03
Edivan Martins: 01
Carlos Aires:
01
Gilberto Cardoso: 05
Mariano Ferreira da Costa: 01
Francisco Queiros:
01
Rosinaldo Luna: 03
Sírlia Lima: 01
Rosa Regis: 01
Rosa Regis: 01
Já não vejo o sertanejo
Botando o milho na brasa
Matuta ajeitando a casa
Para a noite do festejo.
Não se vê algum gracejo
Nesse forró diferente,
Cantando letra indecente
Propagando safadeza
Tinha muito mais beleza
No São João de antigamente.
(Hélio Crisanto)
O sertanejo hoje em dia
Não tem nem como escolher
Pois ele vê sem querer
Um forró que tripudia
Eu sei que ele repudia
E só quer forró da gente
Pois não tem mais quem aguente
Forró com tanta impureza
Tinha
muito mais beleza
No
São João de antigamente.
(Gélson Pessoa)
A nossa festa junina
Que havia no passado
Tinha muito milho assado
Como pouca gente atina.
A mulher, moça ou menina,
Tornava a dança mais quente,
Todo mundo era contente,
Por manter a chama acesa,
Tinha muito mais beleza
No São João de antigamente!
(Marcos Medeiros)
A moda de hoje em dia
É ligar um paredão
Pra curtir o safadão
Cantando pornografia
É tanta pornofonia
Misturada ao aguardente
Marines e sua gente
Pra eles não tem riqueza
Tinha muito mais beleza
No São João de antigamente.
É ligar um paredão
Pra curtir o safadão
Cantando pornografia
É tanta pornofonia
Misturada ao aguardente
Marines e sua gente
Pra eles não tem riqueza
Tinha muito mais beleza
No São João de antigamente.
(Hélio Crisanto)
No mês de junho de outrora
Tinha o doce de alfenim,
Havia fogueira sim,
Foguetes a toda hora,
Balões pelo céu afora,
Tira gosto e aguardente,
Quem viveu isso consente
E afirma, com certeza,
Tinha muito mais beleza
No São João de antigamente!
Na latada do terreiro
Só se via o bole-bole
Dando sopapo no fole
Se esbaldava o sanfoneiro.
Um meninote matreiro
Solta traque no batente
E naquele clima quente
Não existia tristeza
Tinha muito mais beleza
No São João de antigamente.
Hélio Crisanto
Tinha forró com radiola
Numa casa de chão batido
Poeta bem divertido
E cantador de viola
Gente soltando pistola
Dançando o forró da gente
Pense! Num povo contente
Sem forró com safadeza
Tinha muito mais beleza
No São João de antigamente.
No São João de antigamente.
Gélson Pessoa
O milho é desdentado
Não se come manguzá
São João virou carnavá
Rádio num toca baião
Ninguém mais vê foguetão
Nem estrela reluzente
Um batuque poluente
Incendiou a tristeza
Tinha muito mais beleza
No São João de antigamente.
Edivan Martins
Quando Wesley Safadão
Ainda não era safado
O forró que era escutado
Tinha uma outra feição
Se ouvia o Rei do Baião
Com sua voz estridente
A malícia inteligente
E cheia de sutileza
Tinha muito mais beleza
No São João de antigamente.
(Gilberto Cardoso)
Antigamente só tinha
O forró de qualidade
Só existia beldade
E o forró se mantinha
Forró hoje é uma “coisinha”
Que a mídia bota na mente
De um povo inconsciente
Que recebe com lerdeza
Tinha muito mais beleza
No São João de antigamente.
No São João de antigamente.
(Gélson Pessoa)
O São de hoje em dia
Não tem tanta novidade
Por isso sinto saudade
Uma grande nostalgia
Não posso sentir alegria
Com tanta música indecente
O São João de antigamente
Toda geração ouvia
Tinha muito mais beleza
No São João de antigamente.
Eu também sou saudosista
Gosto da simplicidade
Sinto que a modernidade
Tornou o homem egoísta
Num mundo capitalista
O dinheiro é posto à frente
Manipulam claramente
Lucram com a esperteza
Tinha muito mais beleza
No São João de antigamente.
(Gilberto Cardoso)
Não se vê uma criança
Brincando de quebra pote
Um foguetão no serrote
Pra avisar a festança
Um guri enchendo a pança
Comendo pamonha quente
Um tocador competente
Tocando “naquela mesa”
Tinha muito mais beleza
No São João de antigamente.
(Hélio Crisanto)
Eu me lembro até demais
Da quadrilha improvisada
Debaixo de uma latada
E também nos arraias
Com o povo querendo mais
Dançando o forró decente
Hoje não é igualmente
Forró só tem safadeza
Tinha muito mais beleza
No São João de antigamente.
(Gélson Pessoa)
Eu
lembro quando criança
Lá pelas brenhas da roça,
Sempre havia uma palhoça
Que promovia uma dança,
Depois houve uma mudança,
Tudo ficou diferente;
Onde eu brincava contente,
Hoje choro de tristeza;
Tinha muito mais beleza
No São João de antigamente.
(Carlos Aires)
Lá pelas brenhas da roça,
Sempre havia uma palhoça
Que promovia uma dança,
Depois houve uma mudança,
Tudo ficou diferente;
Onde eu brincava contente,
Hoje choro de tristeza;
Tinha muito mais beleza
No São João de antigamente.
(Carlos Aires)
Em rádio e televisão
O que hoje a gente vê
É bará bará berê
E outras “letras” sem noção
frases de baixo calão
que poluem o ambiente
conteúdo incoerente
que só nos causa estranheza
Tinha muito mais beleza
No São João de antigamente
(Gilberto Cardoso)
Inspirado em Gonzagão
O São João era animado
O fole era esticado
Tocando xote e baião
Ficava cheio o salão
O quentão era presente
Para alegria da gente
Forrozava com destreza
Tinha muito mais beleza
No São João de antigamente.
(Marcos Medeiros)
Para substituir
Um forró que era tão bom
Põem paredões de som
Feitos para competir
O desejo é descobrir
Quem tem o som mais potente
As “novinhas” facilmente
Se entregam à lerdeza
Tinha muito mais beleza
No São João de antigamente.
(Gilberto Cardoso)
Na minha terra de chã
Faz-se ainda a devoção
Ao padroeiro São João,
Mas festejos desse clã,
Não tem mais aquele afã
Da tradição eloquente,
Que se fazia presente
Em toda a sua grandeza,
Tinha muito mais beleza
No São João de antigamente.
(Francisco Queiroz)
Em uma casa de show
Com nome de Gonzagão
Se vê a deformação
Daquilo que ele cantou
O forró se esvaziou
Restou barulho somente
A cultura indecente
Assumiu a realeza
Tinha muito mais beleza
No São João de antigamente
(Gilberto Cardoso)
A faca na bananeira
Era enfincada com fé
Em Santo Antônio que é
Santo da moça solteira.
A água próximo à fogueira
Na bacia, competente,
Lhe mostrava o pretendente
A marido, com certeza!
Tinha muita mais beleza
No São João de antigamente
(Rosa Regis)
A faca na bananeira
Era enfincada com fé
Em Santo Antônio que é
Santo da moça solteira.
A água próximo à fogueira
Na bacia, competente,
Lhe mostrava o pretendente
A marido, com certeza!
Tinha muita mais beleza
No São João de antigamente
(Rosa Regis)
Tinha muito mais beleza,
No São João de antigamente,
O forró era decente,
Não tinha tanta malícia,
As letras eram bonitas,
Dançava-se com muito respeito,
O cabra entrava na dança
E pra chamar a mulher,
Era com tanto arrodei,
Que se pegar pelo mei
E arrastar pro salão
Era criar confusão,
Com os amigos e com os "irmão",
Da donzela no salão.
Rosinaldo Luna
O são João de antigamente
Era coisa prazenteira
Unia a vizinhança inteira
Na quadrilha improvisada
Conversas na calçada
Fazendo adivinhação
Com forró de tradição
Hoje olho para janela
E não vejo mais a tela
Do antigo São João.
(Sírlia Lima)
Hoje em dia não sei não,
As letras são de amargar,
Eu nem consigo cantar
As falações de hoje em dia.
Vermelha minha cara fica,
De vergonha e encabulado,
Está tudo esculhambado
E eu não sei como fica.
Só sei que até muriçoca
Virou artista da dança,
Ela dança, soca e pica
De forma muito indecente,
E isto me deixa descontente,
Tinha muito mais beleza,
No São João de Antigamente.
(Rosinaldo Luna)
Tinha fogueira e balão,
Nas noites de São João,
Menino soltando traque,
Tinha padrinho de fogueira,
E nos respingos de velas,
Muita adivinhação das moças casamenteiras.
Por isso o mês de São João ainda alegra tanta gente,
Mas a verdadeira festa era o são João de antigamente.
(Rosinaldo Luna)
Excelente! Parabéns a todos os poetas que teceram juntos esses lindos versos.
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