Na calada da noite, à meia luz me descomponho.
Sentimentos conflitantes me arrancam da alma gemidos inexprimíveis
Constatações impensáveis...
Como dói viver!
Sobretudo sorvendo o medo do incessante desejo que não anelo para ninguém.
Só a morte me respira
E pelo seu conhecimento morro um pouco por dia.
Aquele fruto do conhecimento tem me sido servido constantemente
Como único alimento aos meus ossos já tão frágeis de me suportar.
Um amigo sussurrou que estava “cheio e incompleto”
E naquele dia percebi
O quanto tenho me completado de dor e de fragilidade...
Tanto que já não é meu peito que bate
É minha pele que lateja e minha garganta que pulsa...
Minha mente já nem processa aquilo que meus olhos vivem a chorar.
E olha que nem a refletir já me proponho
O próprio corpo é quem dá conta de externar
Essa personificação da angústia que sou.
Cecília Nascimento
(15/04/15)
Mais um lindo e pungente poema da minha amiga Cecília. Parabéns!
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