segunda-feira, 20 de abril de 2015

LIVRO DOS SONHOS, A MORPHEU - Islla Moreira


Caminhamos, risos, conversas. Grama. Sol. Arvores. Alguma luz passa por entre seus galhos. Folhas correm, agitadas. De repente, o infinito convida a observar. Palavras. Dúvidas "existenciais". Toque. Rubor. Sorriso. Um beijo. Outro. Um desenho, feito no ar e de repente em minhas costas. Lentamente, deslizam em minhas trajetórias. Trêmulos, arredios. Encontros. O encantamento existe em suas palavras e ele me leva ao sonho sem que eu diga sim ao convite. Estou presa ao seu fôlego que termina em minha nuca. Suspiro. Descompasso. Braços amoldam-se. Arrepios. O plano de seus dedos mudam de trajetória e percorrem por outras geografias. Lábios que se aproximam. Mãos que se tocam. Calor. Calor dos lábios. Minhas mãos se perdem, assim como outra parte dos outros sentidos teimam em ir embora. Estou desarmada. Sou leve demais para pesar sobre o seu corpo. Armadilha. Não há busca pela liberdade. Mas não existem algemas. Não preciso me confessar frágil. Toques delicados, parecem adivinhar os caminhos. Nada me faz sair. Teus braços. Minha estrada é permanecer. Não consigo reunir mais meia dúzia de palavras coerentes. Ouço pássaros. Meu rosto queima, cora. Não existe uma distância segura e não pretendo me afastar.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Comentários com termos vulgares e palavrões, ofensas, serão excluídos. Não se preocupem com erros de português. Patativa do Assaré disse: "É melhor escrever errado a coisa certa, do que escrever certo a coisa errada”