Caminhamos, risos,
conversas. Grama. Sol. Arvores. Alguma luz passa por entre seus galhos. Folhas
correm, agitadas. De repente, o infinito convida a observar. Palavras. Dúvidas
"existenciais". Toque. Rubor. Sorriso. Um beijo. Outro. Um desenho,
feito no ar e de repente em minhas costas. Lentamente, deslizam em minhas
trajetórias. Trêmulos, arredios. Encontros. O encantamento existe em suas
palavras e ele me leva ao sonho sem que eu diga sim ao convite. Estou presa ao
seu fôlego que termina em minha nuca. Suspiro. Descompasso. Braços amoldam-se.
Arrepios. O plano de seus dedos mudam de trajetória e percorrem por outras
geografias. Lábios que se aproximam. Mãos que se tocam. Calor. Calor dos
lábios. Minhas mãos se perdem, assim como outra parte dos outros sentidos
teimam em ir embora. Estou desarmada. Sou leve demais para pesar sobre o seu
corpo. Armadilha. Não há busca pela liberdade. Mas não existem algemas. Não
preciso me confessar frágil. Toques delicados, parecem adivinhar os caminhos.
Nada me faz sair. Teus braços. Minha estrada é permanecer. Não consigo reunir
mais meia dúzia de palavras coerentes. Ouço pássaros. Meu rosto queima, cora.
Não existe uma distância segura e não pretendo me afastar.
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