(Marciano
Medeiros)
O
Nordeste gemeu com a notícia
Da
partida do gênio cultural,
Homem
simples, bondoso e sem igual,
Nunca
soube na vida o que é malícia.
O
destino mostrou muita imperícia
Parecendo
um fantasma desumano,
Massacrou
o poeta veterano,
Nosso
povo sofreu tendo agonia:
Vou
chorar assistindo cantoria,
Recordando
João Paraibano.
Ao
cantar relembrou de Virgolino,
Andarilho
e guerreiro do sertão,
Era
o grande e temível Lampião,
Um
terror para o povo nordestino.
João
mostrou o famoso campesino
Que
lutou num período desumano,
Descreveu
tendo estilo soberano,
O
querido parceiro de Maria:
Vou
chorar assistindo cantoria,
Recordando
João Paraibano.
Gerou
pranto e saudade tormentosa
Nas
veredas do solo sertanejo,
Quem
irá descrever o relampejo
De
maneira tão linda e vigorosa?
Acabou
sua voz melodiosa,
Após
tombo no chão pernambucano,
Começou
o terrível desengano,
Destruindo
o jardim da alegria:
Vou
chorar assistindo cantoria,
Recordando
João Paraibano.
Escutei
o poeta sem rival
Cantar
seu repente desmedido,
Formulando
improviso comovido,
Numa
noite bucólica de Natal.
Severino
Dionísio é outro igual,
Nessa
terra cantaram sem ter plano.
Foi
gerado trabalho sobre-humano,
Num
evento sem guerra e sem porfia:
Vou
chorar assistindo cantoria,
Recordando
João Paraibano.
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