segunda-feira, 5 de maio de 2014

A MALFADADA VISITA AO PALÁCIO DA REDENÇÃO

Autor: Marciano Medeiros

Fui andar na Paraíba
Com muito contentamento,
Repleto de otimismo
Vibrando no pensamento,
Para mostrar meu cordel
Tive atitude fiel,
Num valoroso momento.

Parti de Campina Grande
Tomado de alegrias,
Levando boas lembranças
Do vate Washington Farias.
Ao chegar a João Pessoa
Não fiquei vagando à toa,
Durante  três belos dias.

Senti bastante emoção
Gritando na minha alma,
Olhando bonitos prédios
Sem rapidez e com calma,
Conduzi biografia
Dum poeta de valia,
Que do povo ganhou palma.

Mostrei num simples romance
Sem repetir qualquer rima,
A trajetória poética
De Ronaldo Cunha Lima.
Imaginei convencido
Ser muito bem recebido,
Tendo respeito e estima.

Quando cheguei ao palácio
Tive gigante surpresa,
Vi pessoas demonstrando
Expressões de “realeza”,
Contemplei seres pedantes
Com gestos horripilantes:
Os falsos “reis” e “duquesas”.

No ano dois mil e treze
Tive esta decepção,
Hoje de tudo lembrando
Lamentei a ilusão.
Fui vítima de preconceito
Não me trataram direito,
Nessa triste ocasião.

Na entrada do palácio
Senti o gosto do fel,
Vendo um militar sisudo,
Igual sargento Pincel,
Que falou: – Pode voltar
É proibido mostrar,
Neste ambiente um cordel.

Em seguida uma senhora
Resolveu me interpelar,
Proclamando: – Este folheto
Você deveria dar,
Pois o poeta Ronaldo
Não goza mais de respaldo,
Vá embora passear.

A senhora muito idosa
Falou num tom arrogante,
Jamais pensei escutar
Discurso tão humilhante.
Não chorei lágrimas de poça
Ouvindo aquela “ala moça”,
De Zé Américo distante.

Baixei os olhos saindo,
Daquela repartição.
Guardei profunda tristeza
No cofre do coração!
Caminhei timidamente:
O nome da cruel gente,
Não tenho recordação.

Pedi força a meu Jesus
E ao nosso Deus soberano,
Tive boa inspiração
Modificando meu plano.
Comparei temendo um tapa:
– Foi mesmo o nome do papa,
Não entrar no vaticano.

Não vendi um só cordel
Naquela corte famosa,
Mas hoje conto ao Brasil
Passagem tão horrorosa,
Quando um ex-governador
Não recebeu seu valor,
Naquela data escabrosa.
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