A tribo Omo, uma das mais ricas representações da cultura
africana, ganhou a alcunha de o povo pintado. Pessoas de todas as idades
dedicam grande parte do tempo a enfeitar-se, a maquiar-se.
Esta prática, passada de geração a geração, os fez
extremamente habilidosos na arte de traçar formas com as pontas dos dedos em
seus próprios corpos.
Por razões estéticas, religiosas ou estratégias de defesa,
valorizam imensamente a artificialidade que impõem às suas aparências.
Pobres em recursos, fazem do meio em que vivem o seu salão
de beleza. Os recursos de que lançam mão estão ao seu redor, na vegetação e em
substâncias de origem mineral, de onde extraem a matéria prima de sua arte.
Trata-se de uma manifestação cultural pouco conhecida e
pouco valorizada. São vistos como detentores e propagadores de algo rudimentar
e primitivo. Todavia, eles nada deixam a desejar em sua arte, que requer
habilidades especiais e capacidade criativa.
Assim como ocorre com o povo OMO, há muitas manifestações
culturais desconhecidas ou desvalorizadas. Culturas marginalizadas riquíssimas
que não devem sucumbir à globalização.
Antes, carecem de holofotes e olhares não preconceituosos,
capazes de vislumbrar suas reais grandezas.
Bonito texto Gilberto Cardoso Dos Santos.
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