sexta-feira, 13 de julho de 2012

UMA ÚLTIMA NOTINHA - Marcos Cavalcanti


 
Gilberto, 

você sabe da estima que lhe tenho, de modo que não preciso ser redundante aqui. Achei necessário uns últimos esclarecimentos: em primeiro lugar, que a minha decisão de não mais publicar aqui, reafirma o meu compromisso de continuar lutando contra o anonimato, mas não pensem, estimados e legítimos leitores, que luto contra este ou aquele anônimo em particular, seja o tal do Boca ou o tal do Alberto, ou num meio específico de comunicação (internet), se assim fosse isso seria mero casuísmo de minha parte, e digo mais, se estivesse na antiguidade ou no século XXV, continuaria tendo a mesma forma de pensar quanto à esta forma nefasta de manifestação, que como exemplifiquei anteriormente, até para elogiar, valem-se dela. Sócrates preferiu a cicuta, a negar o seu pensamento, ele que debatia questões como a verdade, o belo, a justiça e a divindade, e o fazia nas praças públicas, nas ruas de Atenas. Foi acusado de corromper a juventude e de ser um ímpio. Mataram-no e os que o mataram, estão mortos, Sócrates, Vive! Então, as desculpas de ambos, Gilberto, não são válidas para mim, não me tocam porque também carecem de legitimidade. Portanto, não imagine que perdoei a um e a outro por suas desculpas, e por uma razão muito simples, eles continuam sendo uma MENTIRA, e a mentira, não se perdoa. Perdoa-se sim, aquele que sendo verdadeiro e que tendo incorrido em mentiras, pede honestamente perdão, a este, se perdoa, quiçá, até setenta vezes sete. Não gosto de mentiras, não estimo o falso, não prezo o pastiche, fujo do que não é verossímil, até mesmo na literatura. Em segundo lugar, a minha ausência com publicações no blog não trará nenhum prejuízo ao mesmo, ao contrário, possivelmente aumentará o número de leitores, sobretudo pelo que ganha com a presença do senhor Alberto ou pelo ressurgimento de um novo Boca retravestido, incubado. Reafirmo Gilberto que continuarei um leitor seu e de muitos outros que aqui escrevem, e debateremos no particular aquilo que nos convier, mas quanto ao post dos anônimos, seja no principal ou nos comentários, estes não me interessam, aos seus venenos, saio ileso pois já tenho anticorpos suficientes em meu mirrado corpo. 

Atenciosamente, 

Marcos Cavalcanti


3 comentários:

  1. Este lindo poema
    pra todos que entendem o francês


    « La Rose et le Réséda »

    Celui qui croyait au ciel celui qui n’y croyait pas
    Tous deux adoraient la belle prisonnière des soldats
    Lequel montait à l’échelle et lequel guettait en bas

    Celui qui croyait au ciel celui qui n’y croyait pas
    Qu’importe comment s’appelle cette clarté sur leur pas
    Que l’un fut de la chapelle et l’autre s’y dérobât

    Celui qui croyait au ciel celui qui n’y croyait pas
    Tous les deux étaient fidèles des lèvres du cœur des bras
    Et tous les deux disaient qu’elle vive et qui vivra verra

    Celui qui croyait au ciel celui qui n’y croyait pas
    Quand les blés sont sous la grêle fou qui fait le délicat
    Fou qui songe à ses querelles au cœur du commun combat

    Celui qui croyait au ciel celui qui n’y croyait pas
    Du haut de la citadelle la sentinelle tira
    Par deux fois et l’un chancelle l’autre tombe qui mourra

    Celui qui croyait au ciel celui qui n’y croyait pas
    Ils sont en prison Lequel a le plus triste grabat
    Lequel plus que l’autre gèle lequel préfère les rats

    Celui qui croyait au ciel celui qui n’y croyait pas
    Un rebelle est un rebelle deux sanglots font un seul glas
    Et quand vient l’aube cruelle passent de vie à trépas

    Celui qui croyait au ciel celui qui n’y croyait pas
    Répétant le nom de celle qu’aucun des deux ne trompa
    Et leur sang rouge ruisselle même couleur même éclat

    Celui qui croyait au ciel celui qui n’y croyait pas
    Il coule, il coule, il se mêle à la terre qu’il aima
    Pour qu’à la saison nouvelle mûrisse un raisin muscat

    Celui qui croyait au ciel celui qui n’y croyait pas
    L’un court et l’autre a des ailes de Bretagne ou du Jura
    Et framboise ou mirabelle le grillon rechantera
    Dites flûte ou violoncelle le double amour qui brûla
    L’alouette et l’hirondelle la rose et le réséda

    Louis Aragon, mars 1943

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  2. Marcos, uma curiosidade. Responda-me, por gentileza: por que precisas repetir tantas vezes que vai sair do blog?

    Francisco de Assis.

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  3. Marquinhos Cavalcanti, só não concordei com a parte em que você diz que não escreverá mais para o nosso blog. Nem invente isso! Com relação ao anonimato, o seu pensar também é o meu. E com relação ao perdão daquele que nos ofendeu, o chamado Boca de Ferro (que a Justiça já tem a sua real identidade, também não perdoei a sua ofensa a minha pessoa, em seu texto final, no qual me adjetivou de coliforme), estudo a possibilidade de ajuizar uma ação penal contra esse palhaço, que, apesar de ser sua genitora uma pessoa de quem muito adimiro pelo seu caráter, e de ele afirmar em seu texto ter sido meu aluno, nem o conheço pessoalmente. O anonimato tem seus dias contados. Não vale a pena!

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