domingo, 4 de setembro de 2011

NORDESTÊS - Hélio Crisanto



Copo pequeno é caneco
Porco novo é bacuri
Namoro agora é xaveco
Diarreia é xiriri
Briga pequena é arenga
Mulher sem futuro é quenga
Bunda também é baiti

Tirar onda é caningar
Vitamina é fortidão
Fazer pouco é caçoar
Frexar é aporrinhação
Carro velho é cafuringa
Tudo que fede é catinga
Fazer bico é viração

Cabra pequeno é baé
Colisão é barroada
Quem salta dá cangapé
Mulher grávida é amojada
Beber liso é pirangueiro
Briguento é imbuanceiro
Cuspe no chão é goipada

Frouxo se diz que é folote
Gado novo é um capão
Toutiço aqui é cangote
Munganga é malcriação
Rede pequena é tipóia
Enrrolagem é tramoia
Furdunço é confusão

Vento frio é cruviana
Xique-xique é marrabu
Bala e bombom é bagana
Comida ruim é angu
Tibungar é dar mergulho
Pedante quem tem orgulho
Ficar triste é jururu

Já cansei de miunçar
Chega de cavilação
Que esse nosso linguajar
E essa nossa falação
É o retrato da cultura
Mostrando literatura
Das coisas do meu sertão.

9 comentários:

  1. Hélio, o Nordeste deste país, com seu linguajar genuinamente seu, é a parte mais brasileira do Brasil, visse?!

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  2. Poesia popular autentica, parabens poeta.

    João Adelino

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  3. Valeu crisanto, esse é o nosso dialeto particular, realmente, um abraço.

    Janeide

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  4. MUITO BEM ELABORADO ESSE POEMA, ADOREI

    FRANCISCA LÚCIA

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  5. Esse Hélio crisanto sabe falar com propriedade a linguagem do nosso povo

    anônimo

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  6. gostei das novas postagens, algo mais denso.

    lidiane

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  7. rsrs Versos nossos,nossos versos!
    Parabénsss!

    João

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  8. Ele não gosta de anonimato,mas digo,pense num cabra bom de verso e de rima!

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  9. ótimo poema, muito bem trabalhado. Precisamos de mais poemas como esse... como os da Genaria e da Laiz q podemos sentir o amor em cada frase. Não esses poemas sem nexo cheio de palavras complicadas, q é preciso a ajuda de um dicionario para se entender. Parabéns a Apoesc por dar lugar e valorizar poetas como esses três, que nem os conheço mas já os admiro.
    Irene

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