sexta-feira, 3 de junho de 2011

Poema Cativo - Débora Raquiel


Poema Cativo

Da esquina de Delfos



Um poema enclausurado.


Banhara-se na fonte de Castália a Pitonisa,


Jejuara três dias, mascara folhas de loureiro,


Sentara-se na trípode.


A Sibila não mais profetizou. Restara-lhe a sede, a fome, a cama de orvalhos que lhe espia,


A mão lhe amparando as faces caídas.


Lá estava a Pitonisa, vestida de pecado, em brasas... ardendo qual Hades desabitado, esperando a alma recém-chegada que será logo consumida.


Afrodite nem disse para que veio, mas habitou-lhe a casa do pensamento.


Sentira-se morta por dentro, um vento frio rebentou-lhe uma víscera,


Um gosto de amor lhe repartiu ao meio...


5 comentários:

  1. Débora,
    Sutil, inteligente, envolvente, mágico, belíssimo poema.

    Virei leitor assíduo!

    Teixeirinha

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  2. Débora, não tem como não se apaixonar pelos seus poemas, são todos repletos de magia. Parabéns.

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  3. Poesia pura e cristalina, virei fã, agora quero um autógrafo.

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  4. Gosto sobretudo do toque de eroticidade sofisticado presente em seu poema. Parabéns Débora

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  5. Que poema envolvente! Não há quem se envolva na sua poesia transparente e sutil.

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