TRANSVERSALIDADE ESPIRITUAL
A Ponte da Aliança quase todo mundo conhece. Bem abaixo, o espelho d’água chama os desesperados para um mergulho na vida eterna, o que de quando em quando, é aceito; nas expansões das colunas derrama-se sangue dos que foram acidentados e há lâmpadas sinalizando para que os infartados aprendam a ter calma.
Ela é o próprio caminho. No seu entorno há uma névoa, quase permanente, que se obriga a ligar os faróis de neblina. Nessa hora, seres estranhos invadem as pistas com seus olhos de futuro.
O mundo estranho acima citado é acessado através de um furo invisível. Todo o ambiente é bem claro, sem luz e não tem sombra. A realidade lá é como se fosse uma imagem em 3D. Quem entrou e conseguiu sair ileso vive querendo voltar lá, entretanto, os que não o conhecem evitam pela incerteza de voltar. Só se consegue sair quem virar a realidade pelo avesso e se conformar com o relógio marcando a mesma hora o tempo todo.
O fascínio por aquele mundo é despertado pela suspensão das preocupações em quem adentra o ambiente. É como se um ar-condicionado estivesse ligado dentro do cérebro, tão boa é a sensação.
Nas noites de lua cheia, quem agarrar o fio da viagem caminha pelo universo sem sensações de medo. Estas coisas acontecem como preparação para que se consiga ver a origem de tudo e os segredos guardados na digital do neurônio base.
A partir daí os mistérios são desvendados. Os seres que não possuem corpos se mostram num convívio amigável, e a barreira separando vivos e mortos é quebrada, eliminando de vez os pensamentos gerados na frequência do ódio.
Heraldo Lins Marinho Dantas
Natal/RN, 03.01.2022 ─ 19:49
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