7 de setembro (Manoel Cavalcante)
Independência de quem,
Brasil dos injustiçados,
Se o nosso povo é refém
De grupos polarizados?!
Se a nossa democracia
É pura demagogia
-Mãe de interesse grosseiro-
Livre arbítrio? Laicidade?
Aqui só tem liberdade
Quem tem posse do dinheiro!
Como assim independência,
Nação dos desassistidos,
Se batemos continência
Para os Estados Unidos?!
E o preço da gasolina
Segue as regras da doutrina
Da bolsa internacional?!
Nossa autoprodução
Se rende à especulação
Do mercado mundial...
Independência de que,
Pátria de "yes" e de "ok",
Se o dinheiro do cachê
Compra a palavra da Lei?!
Se a Língua e a Religião,
Vêm da colonização
Pela mais longínqua tropa?!
Nada é nosso, é só trapaça,
Penso que a gente não passa
De um fantoche da Europa.
Foi "Independência ou Morte?"
O grito ecoou no mundo!
E a morte foi nossa sorte
Hora, minuto e segundo.
Morre o negro da favela,
A criança magricela,
O pedinte da calçada,
O enfermo sem ter um leito,
O gay pelo preconceito
E o pobre por não ter nada.
Independência daonde,
Se a escrividão continua?
O trabalhador se esconde
E o bandido sai na rua.
A milícia elege o chefe,
O chefe, o STF
Na podridão sem limites...
Desde a colonização
Nosso país é a nação
De coronéis e de elites.
Independência de quando,
Vermes do capitalismo,
Se estamos presenciando
Cenas cruéis de racismo?!
Se a mulher sempre é a julgada,
E a sociedade é moldada
Pra espancar à palmatória?!
Triste 7 de setembro,
Uma das farsas que eu lembro
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Comentários com termos vulgares e palavrões, ofensas, serão excluídos. Não se preocupem com erros de português. Patativa do Assaré disse: "É melhor escrever errado a coisa certa, do que escrever certo a coisa errada”