sexta-feira, 19 de junho de 2020

DO PAPEL PARA O E-INK - Teixeirinha Alves



DO PAPEL PARA O E-INK

          Meu vício em leitura (pensei em usar o termo "paixão", mas é melhor ser verdadeiro) começou na infância, lendo os heróis da Marvel, o Western Tex (eu era mesmo americanizado) e a Turma da Mônica, de Maurício de Sousa (eu também era brasileirizado). No Colegial, passei às grandes obras de notáveis escritores (Machado de Assis, José de Alencar, Lima Barreto, Eça de Queirós...), embora, à época, eu não tivesse muita condição de acompanhá-los direito; mas eu tentava!
          Eram sempre textos impressos, claro, pois os livros digitais demorariam ainda algumas décadas para chegar.
         Eu gostava de tocar, folhear, dobrar...enfim, sentir de modo tátil o portador material de cada texto lido. Os livros de capa dura com bordas desenhadas em arabesco eram “um luxo” (e eram caros!).
Para manter meu vício, nunca imaginei que um dia trocaria, satisfeito, a tinta de impressão, física, pelos bits numa tela luminosa, ou, melhor ainda, pelo e-ink (tinta digital), utilizado no leitor eletrônico de livros (e-reader) que uso atualmente. Essa mudança foi meu divórcio dos textos impressos, em favor de um novo romance: os e-books (livros digitais).
Leio e-books de modo mais ágil e “produtivo” (sem perder cada detalhe do texto) do que lia os livros em papel. A praticidade ao “folhear” as páginas, a facilidade de destacar trechos - e fazer anotações - e a rapidez com que acesso o dicionário (e a própria internet, uma vez que os e-readers têm essa possibilidade) me permitem usufruir melhor das obras (os amantes dos livros impressos devem estar torcendo o nariz), levando-me a uma grande e satisfatória fruição literária.
É óbvio que os livros impressos têm seu valor (e respeito muito as pessoas que os defendem), uma vez que, desde a criação da tipografia por Johannes Gutemberg (Séc. XV), eles foram (são) fontes primordiais dos saberes transmitidos às novas gerações. No entanto, prefiro deixá-los, fisicamente, embelezando as estantes das bibliotecas públicas e particulares, e carregá-los, digitalmente, no meu pequeno aparelho de 150 gramas. Gosto não se discute!



5 comentários:

  1. Muito bom, amigo Teixeirinha! Seu testemunho a favor do e-book é bem motivador!

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  2. Ótimo testemunho, grande Teixeirinha!!
    Um abraço fraterno.

    João Maria de Medeiros

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  3. Obrigado, Gilberto e João Maria! Elogios vindos de vocês dois só engradecem meu texto e me envaidecem.
    Abraços!

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  4. Excelentes considerações, amigo Teixeirinha. Realmente, muito prático. Sem falar que também é ecológico.

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  5. Puxa, amigo Marcelo! Realmente deixei de citar este aspecto essencial: o benefício à natureza; afinal, os e-books dispensam a derrubada de árvores. Obrigado por suas palavras e sua consideração!

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