sexta-feira, 16 de fevereiro de 2018

VERSOS FESCENINOS: OBSCENOS E LICENCIOSOS (Por Hélio Crisanto)



Alguns estudiosos afirmam que o verso fescenino é originário da cidade de Fescênia (Itália). Outros afirmam que a literatura fescenina vem do latim fascinus, que traduz o grego phallos (Órgão sexual masculino). Esse estilo destaca-se pelo conteúdo, erótico, libidinoso, lascivo e obsceno, considerado escandaloso e imoral pelos puritanos, muito cantado e aclamado nos festivais da antiga Roma. No Brasil Poetas como Gregório de Mattos, Humberto de Campos, Arthur Azevedo e tantos outros se aventuraram nessa narrativa licenciosa. Na poesia popular, pelo cunho proibitivo, esses versos são exaltados com eloquência em mesas de bares e entre rodas de amigos. Aqui no estado do Rio Grande do Norte o poeta Renato Caldas, foi um grande destaque nesse gênero literário. Vejamos o humor e o sarcasmo contidos nessas belas estrofes.
Eu trabalho atualmente Na Fazenda Santa Esther Meu patrão tem uma mulher Que é o satanás em gente Quando ele está ausente Ela chega no terreiro Passa a mão no corpo inteiro Aumentando o meu tesão Eu vou me acabar na mão Feito colher de pedreiro. (Heleno Alexandre) A cabra ensinou ao bode A demonstrar compostura Acabar com essa frescura De comer cu, que não pode! Eu faço barba e bigode Disse o bodinho tarado Já ficando aperreado Com o cacetinho duro Encostou no pé do muro Dizendo: fode ou não fode? (Antônio Xexéu) Na França, pescoço é cou (como anda tudo a esmo!) No Japão, Ku é ministro No Brasil, cu é cu mesmo. (Barão de Itararé – RS) Talvez não tivesse cheiro, Servia de brilhantina. Ninguém cagava em latrina Se merda fosse dinheiro. Todo mundo era banqueiro! Sanitário - era baú, Porém aqui no Assu, A terra do interesse, Se tal coisa acontecesse Pobre nascia sem cu (Renato Caldas)


Hélio Crisanto 

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