quinta-feira, 5 de outubro de 2017

POEMAS SOBRE A OBRA "VIOLEIRO DO SERTÃO", DO PINTOR LÉO COSTA

Recentemente criamos

Semeadores de poesia
Um grupo de whatsapp
Que ao cordel privilegia
Resolvemos começar
Com um quadro espetacular
que aos olhos contagia


Violeiro do Sertão do artista plástico Leo Costa



01
Quatro velhos e um menino
Na tarde que vai morrendo
Todos de humilde destino
Um o violão tangendo
Todos cinco embevecidos
Ouvem os belos sonidos
Que a viola vai fazendo.
*Gilberto Cardoso-PB/RN*

02
Eu vendo essa cena agora
Confesso que me comovo
Quando relembro que outrora
Sentava assim com meu povo.
Impossível não chorar
Eu tento me segurar
E a face molha de novo.
*Adriano Bezerra-Sta.Cruz/RN*

03
Pela lente da saudade
Aqui me vejo e procuro
Relembrar minha verdade, 
Raiz na qual me seguro
É  meu passado, presente
Sabedoria eloquente
Pra espelhar meu futuro.
*Zé Ferreira - Natal RN*

04
Lembro quando era menino
Com os mais velhos sentava
Na calçada de Avelino
O lugar que mais gostava
Tudo ouvia atentamente
E saia muito contente
Por tudo que escutava
*Jefferson Campos - Natal/RN*

05
Ao som que do pinho ecoa
Os adultos vão pensando
Na vida simples, mas boa!
E aquele menino olhando
Sem ter muito o que pensar
Mais tarde vai se lembrar
Como hoje estou lembrando.
*Adriano Bezerra-Sta.Cruz/RN*

06
Menino ali, displicente,
me vejo quando criança
a minha vó no batente 
ruminando a esperança 
meu pai tocando viola
Manel e Chico Piola
que eram da vizinhança. 
*Zé Ferreira - Natal RN*

07
Bucólica tarde campestre
Saudade, canto e tristeza
Neste ambiente silvestre
Notória faz-se a pobreza
Mas vemos grande harmonia
E o clima de poesia
Enche tudo de beleza.
*Gilberto Cardoso-PB/RN*

08
Vô fumando seu brejeiro
No seu batente sentado
Com seu amigo violeiro
Cantando do seu passado
Dos seus amores vividos 
E dos dias mais sofridos
Que essa vida tem lhe dado.
*Jefferson campos Natal/RN*

09
A sombra desse Angico
Traz muita recordação 
Trancoso, reza, fuxico,
E debulhas de feijão 
Duma galha pra parede
Me balançava na rede
Ouvindo adivinhação 
*Zé Ferreira - Natal RN*

10
Certamente o cantador
Está cantando inspirado
Na vida do agricultor,
Nas vaquejadas, no gado...
Vejo no rosto e no olhar
Que já estão quase a chorar
Com as canções do passado.
*Adriano Bezerra-Sta.Cruz/RN*

11
Vovó calava no peito
A dor dessa sequidão
Pai dedilhava sem jeito  
Um ponteio, na ilusão 
De espantar a tristeza
Da retirada, em certeza,
Sem a chuva no sertão.
*Zé Ferreira - Natal RN*

12
O vento quente soprava
Nas folhas do Juazeiro,
Via-se a casa de taipa,
Galinhas pelo terreiro,
Um matuto calejado,
Capinando seu roçado
E baforando um brejeiro.
*Francisco Queiroz-Natal/RN*

13
Sentem no peito a saudade
Por não terem ali seus pais
Que pelos traços da idade
Há tempos não vêem mais
E o garoto também sente
A falta do pai presente
Pois vive nas capitais.
*Adriano Bezerra-Sta.Cruz/RN

14.
Na sombra do cajueiro
Uma casinha simplória.
Quatro meninos sentados,
Um velho contando história, 
É meu passado em miragem 
Da mais bonita imagem 
Que guardo em minha memória.
*José Acaci - Parnamirim/RN

15.
Casinha velha de barro
Onde reúne os vizinhos
Sem pintura e sem reboco
Cercada de passarinhos
O sol quente feito estufa
E um guri soltando bufa

Azucrinando os velhinhos
*Hélio Crisanto - Santa Cruz/RN

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