No Festival
Forró de Verdade reencontrei meu ex-professor de Latim, Mário Lúcio. Do
porão da mente veio-me a imagem de estudantes americanos retirando tomates de
suas lancheiras - algo que ele nos contou num passado distante - e a
expressão "Aquila non capit muscas". Quando assistia suas aulas, não tinha conhecimento
desse lado artístico nem de seu apego à cultura popular. Pareceu-me física e mentalmente bem e ainda fazendo jus ao sentido do nome
Lúcio.
Tive
dupla razão para abraçá-lo. Ele estava no evento não como mosca em torno do mel
das melodias ali cantadas, e sim como águia: inscrevera uma música no
festival e fora contemplado com o primeiríssimo lugar! Vejam a letra e
deliciem-se com o clipe:
EXPRESSÃO
Está no ar, está no chão,
Está na alma dessa gente queimada do sol,
Do Nordeste essa rica expressão
Está no ar, está no chão,
No pulsar do coração desse povo do norte,
É um sertanejo forte, o baião
Está nas patas do cavalo do vaqueiro
Está na enxada do homem que cava o chão
Está no grito sonoroso do tropeiro
Na caminhada do romeiro em oração
Na folha verde do valente juazeiro
No peneirado das asas do gavião.
No ronco forte que alegra o sertão inteiro,
alvissareiro do corisco e do trovão
Está no ar, está no chão, etc...
Está na rima do verso do violeiro
Na fé do povo que acompanha a procissão
No aboiar da garganta do boiadeiro
Na labareda da fogueira de São João
Está no chocalho do gado na capoeira
E na carreira dos vaqueiros campeões
No remelexo da morena forrozeira,
Toda faceira machucando corações
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