O
RIGOR DO CÃO
Professor Ismael André
O casal de empresários residia numa bela
mansão, estava assustado com tantos roubos que aconteciam frequentemente na sua
rua. O seu cachorro de estimação, o Totó tinha falecido vítima de uma “bola”,
uma espécie de propina jogada pelo muro.
Todos daquela casa já andavam com medo,
todos os dias eram assaltados: na panificadora, no mercadinho, na escola, até
na internet, bastava comprar algo, que o assalto ocorria de imediato, as vezes,
perdia tudo.
Dona Pessoa, com medo de ficar de
esmola, sugeriu a seu Gentalha, seu esposo, que se não comprasse urgentemente
um cão para proteger seu patrimônio, os salafrários ladrões levariam até suas
roupas.
Seu Gentalha, não pensou duas vezes,
comprou um enorme cachorro de raça de pele preta com rajadas de branco. Era um
cão extremamente cuidadoso, seguia seus donos por todos os lugares, conhecia um
ladrão só pelo o pensar, até nas ligações telefônicas acuava, sentia o mal
cheiro da canalhice, roubalheira, corrupção de longe. Os dias se passavam, e o
cão sempre estava atento a todos os movimentos da casa e seus arredores e,
sempre denunciando as controvérsias da lei.
Numa certa manhã, Dona Pessoa recebeu um
estimado parente que ao chegar no portão, foi recebido de forma voraz pelo o
cão que não se intimidou nem com a ordem de sua dona. Latia... latia... e ia na
direção daquele senhor... até o ferir com suas presas. Depois daquele tumulto,
conseguiram tirar o cão de cena.
Procurando entender o porquê de tanto o
cão insistir, a mulher entendeu que o seu parente, que era político, teria
vindo ali para aliciar um contrato fajuto com sua empresa.
A noite, ao deitar, o casal conversava:
- Gentalha, precisamos dar um fim neste
cão...
- Por que, Pessoa? Foi difícil chegar a
este cão...ele é sábio, excelente farejador, não tivemos mais problemas com
roubos ou coisas parecidas, até os vizinhos tem ganhado com os serviços deste
cachorro.
- Hoje, ele interceptou nas ideias, nas
ideias... homem... do nosso parente político um acordo fajuto e o atacou, por
pouco não o matou.
- Mas, ele está certo...
- Será? Temo qualquer dia desses por
você...
- Por mim?
- Sim... E quando ele descobrir sua
conta na Suiça!
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