No princípio era a convivência.
A convivência exige tolerância. Ao tolerar dividimos espaços. Os
cenários se compõem numa eterna pintura, cada um no seu lugar, tolerando-se.
O tolerar amadurece, transforma-se em aceitação. A convivência
então, ameniza-se, indiferente, entretanto.
E ele aparece de supetão: O interesse! Perscruta o passado, atua
no presente para inscrever-se no porvir. Nasce pois o coleguismo e a gente
percebe que a cada dia está perdendo um pedaço de si que se reflete no outro e
vai também assimilando partes deste: Antropofagia.
Ah, é! E há também os “laços amorosos” (chatíssimos!), que mudam a
vida da gente que é uma beleza (para melhor ou para pior)!
Mas o que era início é já princípio de fim... E nos sentimos tão
sozinhos que nem conosco mesmo nos damos nestes momentos de reflexão...
Sentimos a falta que nos farão aqueles que pousaram na foto da
vida conosco... Foto esta que não eternizou... Está pouco a pouco se decompondo.
Uns já partiram. Nós continuamos, posto que saibamos que
partiremos. Sentiriam saudades de mim? Que besteira esse sentimento de perda,
melancolia... Dividimos espaços, palavras e até transportes... Mas somos
somente nós em nós mesmos, nada mais! Ou talvez não seja só isso...
Perder o que não se tem foi invenção de quem? Pense numa coisa
para doer!!!
(Cecília Nascimento)
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Ótima crônica, Ana Cecília!
ResponderExcluirPerfeito!
ResponderExcluirParabéns! Amei!
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