O SURGIMENTO DA MENTIRA NO BRASIL (01de abril) |
Manoel Messias Belizario Neto |
Leitor para ser um homem
Ou uma mulher de verdade A criatura precisa Ter no mínimo honestidade Que é a mãe dos princípios Morais de uma sociedade. Hoje em dia é comum Homem e mulher de mentira. Nesse verso vou narrar De onde isto surgira. Trazer à tona a verdade. Esta é a minha mira. Toda a saga tem início Nas plagas de Portugal Ainda na construção Da esquadra de Cabral. A mentira se escondeu No porão de uma nau. Coitada quase morreu De calor, fome e sede. Porém aguentou calada, Encostada na parede. Pensando:’que bom seria Se já existisse rede’! Quando em 1500 Cabral chegou no Brasil A mentira, de fininho, Do seu recanto saiu. Passou pelos tripulantes. Pulou no mato e sumiu. A verdade já morava Nas terras de Pindorama. Ninguém avisou a ela Para apagar as chamas Que a mentira acendia Em favor de sua trama. A mentira foi ganhando Importância no reinado. Disfarçada de verdade Tinha todos do seu lado. Portugueses e indígenas Por ela foram enganados. Já a verdade, coitada, Caiu numa confusão. Confundida com a mentira Foi levada à inquisição. Escapando da fogueira Se exilou no sertão. Por isso que no sertão Inda hoje tem sofrimento. Porque a verdade quer Eleger seu movimento. Mas a mentira vem antes E conquista o parlamento. Com a verdade exilada A mentira ganha fácil. Vai abrindo filiais No país sem embaraço. Aonde hoje é Brasília Ela constrói seu palácio. Nos fundos deste palácio Ela faz seu cemitério. Quem foi enterrado lá? Até hoje é um mistério. No lugar hoje se encontra Os prédios dos ministérios. Já em 1700 Com o mundo modernizado A mentira decidiu Abandonar seu reinado. Em pouco tempo o palácio Estava arruinado. Na década de 50, Coitado de JK! Inocente escolheu O mesmíssimo lugar Que a mentira habitou Para a Brasília implantar. Pou um tempo no país Houve paz e harmonia. Foram buscar a verdade. Deram-lhe a anistia. Pena que a tempestade Vem depois da calmaria. Porque a mentira estava Na Europa passeando Quando viu numa esquina Um jornaleiro gritando Que a capital brasileira Estaria prosperando. A mentira ao vir a foto Conheceu na mesma hora. Passou um desconhecido E perguntou: ‘por que chora’? A mentira disse:’eu Estou muito triste agora’. ‘Há alguns anos atrás Eu morei em um país. Lá fiz amigos, riqueza, Aprontei tudo o que quis. Escolhi um lugar lindo E ergui uma matriz.’ ‘Por estar podre de rica Resolvi abandonar O país e me botei Por este mundo a andar. Curtir a vida e também Outro povo atasanar.’ ‘Vi agora no jornal Que minha linda morada, Construída com suor, Dela não resta mais nada. Fizeram uma cidade Onde ficava a coitada.’ ‘Sabe de uma coisa, amigo, Farei a seguinte trilha: Vou retornar ao Brasil, À cidade de Brasilia. O bom filha a casa torna, Para rever a família’. ‘Quero de volta o palácio Porque é meu de direito. Se eu não for atendida Levarei tudo no eito. Dissemino a inverdade. Todo o país desajeito.’ Ao dizer isto partiu De trem, rumo ao oceano. Pegou o primeiro navio. Tracou um único plano: Ou tinha tudo de volta, Ou espalharia dano. Numa tarde de verão Ela aporta na Bahia. Vê um Brasil diferente Daquele que conhecia. Agradou-se do lugar, Porém ficar não podia. Quando chegou em Brasília Ficou muito emocionada Ao rever aquelas terras Que fora sua morada Cheia de gente vivendo Em casas modernizadas. Avistou a Esplanada Dos Ministérios pomposa. Disse: ‘não tenho o palácio, Minha mansão fabulosa. Mas tenho em seu lugar Uma construção honrosa’. ‘Sabe de uma coisa, amigo, Não quero a morada antiga. Vou ficar é nesta nova. Besteira entrar em briga. O chalé aqui é grande. Qualquer quartinho me abriga.’ A mentira se instalou No prédio da Esplanada Do Ministérios e até Hoje lá está plantada. Vez em quando sai da toca Pra tomar sol na calçada. Às vezes ela percorre, Em excursão, o Brasil. Depois volta alegremente Com um olhar infantil À sua eterna morada. Tem recepção gentil. Por isso, caros leitores, Que temos corrupção. Não culpe a classe política. Dê a ela seu perdão. A culpa é dessa mentira Em constante tentação. Autor: Manoel Messias Belizario Neto Manoel Messias Belisario Neto
É formado em Letras pela Universidade Federal da Paraíba; é especialista em Língua, linguagem e literatura pelo CINTEP-PB; é mestrando em Linguística pelo PROFLETRAS-UFPB; é professor de Língua Portuguesa nas redes Estadual da Paraíba e Municipal de João Pessoa; é escritor de literatura popular e erudita; está interessado em estudos na área de Linguística e Literatura.
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quarta-feira, 1 de abril de 2015
O SURGIMENTO DA MENTIRA NO BRASIL (01de abril)
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