domingo, 19 de outubro de 2014

A DIDÁTICA DO CORDEL



Autores: Arievaldo Viana e Zé Maria de Fortaleza 
(TRECHOS) 

Quando ainda não havia 
O Rádio e a televisão 
E os jornais não chegavam 
Pra toda população 
O folheto de CORDEL 
Era o JORNAL DO SERTÃO 

Lendo folhetos, então 
O nosso povo sabia 
Lenda de rei e princesa 
E fato que acontecia... 
Por ser cultura do povo 
Inda resiste hoje em dia. 

Muita gente o aprecia 
Nas camadas populares 
Porque leva informação 
E divertimento aos lares 
É cultura que resiste, 
Forte, apesar dos pesares. 

Conheço muitos lugares 
Nos cafundós do sertão 
Onde o cordel é usado 
Para a alfabetização 
É o Professor Folheto 
Herói da educação. 

Leandro Gomes, então, 
Foi o grande pioneiro 
Na publicação de versos 
Por este Brasil inteiro. 
Nasceu lá na Paraíba 
Esse vate brasileiro. 

Usando o canto guerreiro 
Da Gesta Medieval, 
Antigas lendas Ibéricas, 
Contos de fada, afinal, 
Foi que Leandro moldou 
Essa arte magistral. 

Deu ao folheto, afinal, 
Um formato brasileiro. 
Revendo o “Ciclo do Gado”, 
Criou o “Boi Mandingueiro”, 
Falou de Antônio Silvino 
Um famoso cangaceiro. 

De títulos quase um milheiro 
Nosso Leandro escreveu. 
Sustentou mulher e filhos 
Com a arte que Deus lhe deu. 
Propagou pelo Nordeste, 
Somente disso viveu. 

Quando Leandro Morreu 
O cordel continuou... 
João Martins de Athayde 
Muito tempo publicou 
Obras de vários poetas 
E assim o consolidou. 

A informática chegou 
Com a globalização 
Com antenas parabólicas 
Espalhadas no sertão 
Mas o folheto garante 
Boa comunicação. 

Agora, na EDUCAÇÃO 
O folheto faz figura. 
As escolas descobriram 
Que o cordel é cultura. 
Meus parabéns para nossa 
Popular literatura.

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