Caro Gilberto,
Nasci e moro no Rio de Janeiro, sou
100% descendente de nordestinos e tenho muito orgulho disso. Venho de uma
linhagem de vaqueiros originários de Santa Cruz, meu avô e seus 9 irmãos (todos
vaqueiros) migraram para a Paraiba, onde meu pai nasceu. Por muito acaso do
destino soube pela internet que meu bisavô João Pinheiro foi o melhor aboiador
de sua época, ele é citado no livro Retalhos do meu Sertão de José Fernandes
Bezerra. Cresci escutando estórias e mais estórias sobre seu aboio,
mas daí descobrir sua fama, já é surpresa e alegria demais!
Veja blog: http://www.barcelona.educ.ufrn.br/mundo.htm Peguei
uns trecho que falam de João Pinheiro:
A ribeira do Trairi teve em João
Pinheiro, vaqueiro da fazenda
Chapado,
encravada no atual município de Tangará,
o
extraordinário e famoso aboiador de todos os tempos. Até
os
dias atuais, o nome de João Pinheiro é
lembrado
e
respeitado na ribeira do Trairi.
|
Quem lembra apartação, quem lembra vaquejada lembra João
Pinheiro, Fabião das Queimadas e também o paraibano e
cantador
negro
Inácio da Catingueira e tantos outros poetas populares, aboiadores
e
derrubadores de gado.
Recordo ainda no meu tempo de garoto, nas
vaquejadas realizadas no município
de
Santa Cruz, a figura de João Pinheiro abolando
com sua. voz
suave
e cheia de encantamento. O seu mavioso canto expressava-se mais
ou
menos assim:
"Ei, boi!
boi bonito, boi mimoso, boi pintado, boi surubim! Ei, boi!" |
Ei, vaca!
vaca ponta-baixa, vaca saia-branca, vaca bonita! Ei, vaca! |
Se Zé Garcia deve ser o patrono dos vaqueiros e
Fabião
das
Queimadas o seu poeta, cabe a João
Pinheiro, por direito e
justiça,
ser o patrono dos aboiadores do Rio Grande do Norte. Até
prova
em contrário, João Pinheiro foi um dos melhores, ou
o
melhor aboiador do Estado.
O poeta Cosme Ferreira Marques escreveu os
seguintes versos, glorificando
o
famoso aboiador:
JOÃO PINHEIRO
(Ao Dr. Odorico Ferreira de Sousa) "Patrão, vaimicê se alembra Do nego véi João Pinheiro, O mió aboiadeiro E aboiadô? Se alembra, seu doutô, Que quando ele aboiava As rua regurgitava De gente? Inda trago bem patente O aboio sentimentá, Aquele aboi sem iguá Do Norte... Goela cheia, peito forte, Tipo mermo do vaqueiro, Me alembro, dotô, me alembro Do aboio de João Pinheiro." |
Desde que soube disso estou a procura
do tal livro, pois tenho o sonho de pleitear a menção do meu parente no Museu
do Vaqueiro em São José do Mipibu/RN. Já busquei pela internet e ainda
não tive sucesso. Por se tratar de uma literatura muito específica do
Estado do Rio Grande do Norte aqui no Rio ainda não consegui encontrá-lo.
Na minha busca vi que cita esse livro
em seu blog e tive a esperança de que talvez pudesse me ajudar a encontrar um
exemplar, ou caso o possuísse disponibilizar uma cópia.
Maria Stella Dantas
Secretaria da Diretoria
Gil, o livro RETALHOS DE MEU SERTÃO é de autoria de um curraisnovense.
ResponderExcluirEsse livro pode ser encontrado na biblioteca municipal. Excelente!