sábado, 26 de outubro de 2013

REFLEXÕES SOBRE MAIS UM ASSASSINATO - Diógenes Fagner


Da minha rede na varanda ouço os disparos às 12:30. Chego a tempo de ver o adolescente morrendo. Saio no momento em que a sua mãe chega. Não há coração que se aguente de ver o sofrimento de uma mãe vendo seu filho morrer de forma tão brutal... O gosto amargo de realidade azeda a vida. A perversa lógica estrutural de extermínio da juventude pobre desse país segue fazendo jorrar sangue inocente. Sangue de gente que nunca tivera direitos. A vítima de hoje soma o 24º homicídio deste ano em Santa Cruz. Mais um que não resultará em uma audiência sobre segurança nem em passeatas clamando por justiça, pois, sem fugir à regra, se tratava, novamente, de um preto pobre, 17 anos de idade, que abandonara a escola, morador de um bairro periférico. Mais um que o dito "cidadão de bem" contará como "menos um". Chocar por que, não é, privilegiados da cidade santuário?

5 comentários:

  1. A indignação deve sempre ser manifestada, pelo fato de sermos o sal da terra, se nos calarmos também seremos pisoteados. A omissão é também um estímulo ao mal. Parabéns pela crítica!

    ResponderExcluir
  2. Francisca Joseni dos Santos26 de outubro de 2013 às 17:36

    “Menos um”; “bandido bom é bandido morto”; “vai tarde”; entre outros, estes tristes chavões mascara a realidade nua e crua atual pela qual passa os nossos jovens vítimas da sociedade em que vivem. “...novamente um preto pobre, 17 anos, que abandonara a escola, morador de um bairro periférico... – Estas palavras escritas por Diógenes Fagner simboliza o que está posto no cotidiano das pessoas que moram nos locais que são potencialmente desprotegidos das políticas públicas sociais. A 24ª morte que não eclodirá em nenhum movimento, passeata, afinal, é só “mais um jovem pobre do Bairro do Paraiso”, que mesmo que não tenha se envolvido com o mundo perverso das drogas a estas alturas já está tachado como tal, pois é a explicação banalizada para os casos de crimes como este, e esta explicação, serve como um bálsamo para acalmar a consciência, se é que ela exista, daqueles a quem foi confiada a missão de buscar soluções plausíveis e possíveis de acabar com o extermínio dos nossos jovens.

    ResponderExcluir
  3. EM SANTA CRUZ NÃO EXISTE POLÍCIA NÃO? NÃO EXISTE JUSTIÇA NÃO? ONDE ESTÁ O PODER PÚBLICO? SÓ PENSÃO EM TELEFÉRICO? SÓ PROPAGAM A ESTÁTUA DE SANTA RITA PARA O BRASIL? PORQUE NÃO LEVAM O PROBLEMA DA INSEGURANÇA E DROGAS PARA BRASILIA? NÃO CONSEGUEM VERBAS PARA O TELEFÉRICO, PARA O TURISMO? PORQUE NÃO CONSEGUIR VERBAS PARA A SEGURANÇA, SAÚDE EDUCAÇÃO? PORQUE NÃO CRIAR TRABALHO PARA ESTE POVO. TENHO CERTEZA QUE SANTA RITA NÃO ESTAR GOSTANDO DE ESTAREM USANDO RECURSOS PÚBLICOS E O NOME DELA PARA SE PROMOVEREM E ENRIQUECEREM. POUCOS.

    QUE NOS ACUDA SANTA RITA.




    ELIAS ESTEVAM PIMENTEL DAMASCENO

    ResponderExcluir
  4. ACHO QUE SANTA CRUZ SEMPRE FOI UM LUGAR TRANQUILO, BOM DE SE MORAR, DE UNS TEMPOS PARA CÁ ESTÁ JOGADA NO MUNDO DE MEU DEUS, SÓ ELE ESTÁ OLHANDO, PORQUE O PODER PÚBLICO, A POLÍCIA, NÃO ESTÃO NEM AÍ, A NOITE NINGUÉM DORME NESSA CIDADE, ESSE 3A1 NEM PARECE A ENTRADA DA CIDADE, PARECE MAIS UMA FAVELA, CHEIA DE BARRACOS, PROSTITUIÇÃO, PALAVRÕES A FALTA DE VERGONHA DOS MIJÕES NAS PORTAS ALHEIAS, SOM ALTO, LIGUE PARA A POLÍCIA QUE ELA MANDA VC VER QUEM ESTAR BADERNANDO E NADA FAZ. AGORA O CIDADDÃO TEM QUE SER VIGIA E PAGAR O SEU IMPOSTO CALADO.

    ResponderExcluir
  5. No Brasil, em especial em Santa Cruz, RN, a situação tende a permanecer por muito tempo. O tabuleto do xadrez estar montado para isto. Deixa de lado a preocupação com as políticas sociais, e investe na promoção individual, simplesmente, com a contratação de eventos que estimula a prostituição e a droga. A solução para tão grave situação, será a providência divina. Não vejo a solução no homem comum.

    ResponderExcluir

Comentários com termos vulgares e palavrões, ofensas, serão excluídos. Não se preocupem com erros de português. Patativa do Assaré disse: "É melhor escrever errado a coisa certa, do que escrever certo a coisa errada”