Meus amigos e minhas amigas,
Depois de um longo e não tão tenebroso inverno, mas que veio pra salvarmos da sede e da extinção total do nosso rebanho animal volto a escrever novamente.
Mas não é disso que volto a falar agora. Quero abordar a pequenez do ser humano.
O ser humano é um ser muito complexo, com muitas qualidades, mas também com muitos defeitos. Não são todos os humanos, é claro, mas prevalecem na espécie humana defeitos horríveis, como a inveja, a exploração do outro, dos outros seres, a desonestidade, o egoísmo, dentre tantas mazelas que temos.
Mas de todos os nossos maiores defeitos, o pior deles é aquele que temos de não reconhecer, em vida, a qualidade ou as qualidades dos outros.
Pra embasar bem o que digo nesse momento, vem-me à memória um fato que ocorreu certa vez. Estávamos participando de uma formação de professores, num evento patrocinado pela DIRED, na Escola Estadual Isabel Oscarlina Marques, e lá pras tantas, veio a notícia de que “Beija”, funcionário muito competente e assíduo da rede estadual, teria falecido. Ai não faltou quem não desse um depoimento elogioso ao pobre companheiro morto!
Quando chegou a vez da professora Auxiliadora falar, ela surpreendeu a nós todos quando disse: “Pessoal, eu não aguento mais isso! O que achávamos de Beija deveria ter sido dito a ele em vida, não agora! Não acham que é tarde pra isso?"
Concordei e nunca mais esqueci o que ela nos disse. Depois, também passei a defender esse ponto de vista e reafirmo agora: Reconhecer as qualidades das pessoas e externá-la em vida é nossa obrigação. Deixar pra elogiar depois da morte é a mesma coisa que aplicar remédios em mortos.
Sabemos que o mundo está cheio de gente ruim, é verdade, mas aqui ao nosso lado, ai do seu lado tem gente com grandes qualidades, e que, certamente gostaria de muito de ser reconhecida pelas coisas boas que fazem.
Eu mesmo tenho na mente e no coração, nomes de pessoas maravilhosas aqui ao nosso redor, que têm feito o bem, mas não lhes chegam o reconhecimento de ninguém. Mas elas vão ouvir isso brevemente. Pelo menos de mim. Um elogio em vida vale mais.
Vamos fazer isso enquanto é tempo. Amanhã poderá ser tarde demais! Um elogio, um afago, um carinho, sempre faz bem a quem merece!
*** João Maria de Medeiros é professor, poeta e cronista.
Boa percepção, João Maria.
ResponderExcluirOs elogios verdadeiros devem ser feitos em vida. Muitas vezes os “bons” comentários ou homenagens póstumas (de alguns) não passam de uma grande demonstração de cinismo e falsa caridade.