quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

SOBRE MOONLIGHT SONATA - Gilberto Cardoso dos Santos




SOBRE MOONLIGHT SONATA - Gilberto Cardoso dos Santos

Em uma das sete faces de seu poema, Drummond diz:

Eu não devia te dizer
mas essa lua
mas esse conhaque
botam a gente comovido como o diabo.”

Música e bebida, em nossa cultura, aparecem intimamente associadas.

Mas há músicas que não carecem de álcool ou qualquer outro narcótico. Elas mesmas nos embriagam maravilhosamente bem. É o caso de Moonlight Sonata. Ela romantiza nossas vidas em pleno dia e deixa nosso viver todo estrelado - nem de lua carece.

Quando ouço Moonlight Sonata, minha mão parece estender-se para outra, invisível, que  me conduz por noites magníficas, desconhecidas e paradisíacas. É como se palmilhasse por uma escada luminosa, cheia de glamour, que me leva para onde eu gostaria de estar, mas não não sei onde fica. Essa melodia dá-me asas.

Nos poucos instantes em que ela toca e preenche minha vida, o tempo parece eternizar-se. Meu cérebro, incapaz de explicar adequadamente o que acontece, deixa-me entregue a uma ilusão sônica e mente em suas explicações. Não há como ver, objetivamente, ouvindo Moonlight Sonata.

Esta música me faz bem e parece tornar-me melhor. Não posso explicar, ó meu cérebro, porque tanto te atrais por esta sequência melódica. Há uma porta instalada no fim do corredor obscuro que conduz para o subconsciente, onde talvez se ache a resposta.

Sem lua e sem conhaque, sinto-me comovido como o diabo, ou como um anjo em que fui convertido ao toque da melodia. E fico querendo entender o mistério da música e desta música, em cujas ondas me lanço em mergulho gozoso, sem vontade de voltar à tona.

Perguntei a um amigo o que ele imaginava e sentia ao ouvir essa composição, disse-me que visualizava e pensava em cenas de terror!

E você, o que sente ao ouvir essa música?


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