Em uma das sete faces de seu
poema, Drummond diz:
“Eu não
devia te dizer
mas essa lua
mas esse conhaque
botam a gente comovido como o diabo.”
mas essa lua
mas esse conhaque
botam a gente comovido como o diabo.”
Música e bebida, em nossa cultura, aparecem intimamente associadas.
Mas há
músicas que não carecem de álcool ou qualquer outro narcótico. Elas mesmas nos
embriagam maravilhosamente bem. É o caso de
Moonlight Sonata. Ela romantiza nossas vidas em pleno dia e deixa nosso
viver todo estrelado - nem de lua carece.
Quando ouço
Moonlight Sonata, minha mão parece estender-se para outra, invisível, que me conduz por noites magníficas, desconhecidas e paradisíacas. É como se palmilhasse
por uma escada luminosa, cheia de glamour, que me leva para onde eu gostaria de
estar, mas não não sei onde fica. Essa melodia dá-me asas.
Nos poucos
instantes em que ela toca e preenche minha vida, o tempo parece eternizar-se.
Meu cérebro, incapaz de explicar adequadamente o que acontece, deixa-me
entregue a uma ilusão sônica e mente em suas explicações. Não há como ver,
objetivamente, ouvindo Moonlight Sonata.
Esta música
me faz bem e parece tornar-me melhor. Não posso explicar, ó meu cérebro, porque
tanto te atrais por esta sequência melódica. Há uma porta instalada no fim do
corredor obscuro que conduz para o subconsciente, onde talvez se ache a
resposta.
Sem lua e
sem conhaque, sinto-me comovido como o diabo, ou como um anjo em que fui
convertido ao toque da melodia. E fico querendo entender o mistério da música e
desta música, em cujas ondas me lanço
em mergulho gozoso, sem vontade de voltar à tona.
Perguntei a um amigo o que ele imaginava e sentia ao ouvir essa composição, disse-me que visualizava e pensava em cenas de terror!
E você, o que sente ao ouvir essa música?
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