segunda-feira, 13 de agosto de 2012

SUBLIME AMOR – Haroldo Lyra


Numa clínica, um velho procurava
rápido curativo à mão doente.
Dizia-se apressado, que era urgente,
pois tinha um compromisso e se atrasava.


O médico, atendendo ao paciente,
perguntou por que tanto se apressava!
É que, num certo Asilo, costumava
tomar café co’a esposa, já demente.


O médico ressalta: “Por descaso,
não reclamara ela desse atraso?”
E ele: “Nem mais me reconhece, até”.

“Então! É apenas um capricho seu?”
“Oh, não! Ela não sabe quem sou eu,
mas eu sei muito bem quem ela é”.

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